Política 2.0: “a comunidade é a mensagem”
A Internet e as mídias sociais tornaram-se catalisadores e agentes de disseminação de informações e formação de uma nova esfera pública, uma esfera altamente conectada, onde é possível o diálogo e o intercâmbio de dados entre diferentes atores sejam cidadãos ou instituições. Muda a qualidade desta relação, disse professor Roberto Grandi durante a abertura do encontro denominado Política 2.0? Desafios e oportunidades do local ao global , realizado em 28 de novembro de 2011, pelo curso de Ciências da Comunicação da Universidade de Bolonha .
Assim começa o post de Antonella Napolitano , que esteve presente ao encontro, representando o Personal Democracy Forum . E prossegue, ainda referindo-se à fala do professor Grandi : há uma hibridação de modelos, de espaço social, de modos de ação. Uma relação que ignora o intermediário usual (mídia tradicional) e encontra novos intermediários, com novas formas organizacionais, borrando cada vez mais os limites entre discurso privado e discurso público.
Antonella Napolitano expõe algumas idéias discutidas nesse encontro:
Abertura versus fechamento: nem tudo é aberto, nem tudo é fechado quando se fala de redes sociais. “O Facebooké um sistema fechado, o Twitter é aberto“, disse Nicola Bruno . Abrir o sistema com APIs é a chave de um modelo que pode ser também metáfora do funcionamento dos movimentos dos últimos anos – sem um líder ou “sem cabeça”.
Movimentos sem cabeça: os movimentos que surgem em tempos de redes sociais usam a mídia social e a ação coletiva para repensar os limites e atravessá-los, com as mídias sociais apoiando a criação de modelos de organização, mas também um novo paradigma de expressão e da história, real e coletiva. Uma estrada traçada que inventa e inventará novas formas que ainda não imaginamos. Para resumir, Napolitano cita uma frase de Douglas Rushkoff : “Ocupar Wall Street não é apenas um protesto, é um protótipo“.
Online/Offline: os novos movimentos usam as mídias sociais para agir e coordenar, mas o sucesso é também determinado pela mistura de online com offline. Isto é demonstrado pelos movimentos dos Indignados e do Ocupa Wall Street. Eles não são os primeiros nem os únicos movimentos desse tipo, mas conseguiram ser seguidos e tiveram sucesso e cobertura. Uma chave é a contínua relação “física” na praça, na assembléia, para discutir e olharem-se uns para os outros. E ainda falam do virtual?, diz Napolitano.
Repensar a liderança: Essa mudança significa o fim da liderança do movimento? A liderança está sendo repensada e renegociada. Falando na perda do controle, essa é uma lição que o jornalismo e a diplomacia já estão aprendendo na prática.
Concluindo seu post, Antonella Napolitano cita, entre outras, a ótima frase de Augusto Valeriani : “A comunidade é a mensagem”.
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