segunda-feira, 26 de março de 2012

Folha.com: Impressoras 3D recriam cultura que originou os PCs

Folha.com: Impressoras 3D recriam cultura que originou os PCs
EMERSON KIMURA
DE SÃO PAULO

Na década de 1970, grupos de entusiastas, ou "hobbyistas", montavam seus próprios computadores e reuniam-se para trocar informações --uma consequência do barateamento de componentes, que deixou kits mais acessíveis.

Esse movimento levou ao surgimento de empresas como a Microsoft e a Apple e, posteriormente, à revolução da computação pessoal.
IMPRIMA VOCÊ MESMO

Hoje, uma nova geração de hobbyistas monta de tudo --inclusive impressoras 3D.

"Vejo muitos paralelos entre a indústria da computação e a da impressão 3D", diz àFolha Terry Wohlers, presidente daWohlers Associates, consultoria especializada nesse mercado.

"Até recentemente, a maioria das impressoras 3D era equivalente aos antigos mainframes, diz ele. "Agora vemos kits 'faça-você-mesmo' que são, de certa forma, similares ao kit de computador da Altair de 1975."

Relativamente barato e flexível, o Altair 8800, da MITS, fez sucesso entre entusiastas e empresas e iniciou a revolução da computação pessoal.

Hoje, empresas como 3D Systems e MakerBot oferecem nos EUA, por pouco mais de US$ 1.000, impressoras 3D que podem ser montadas em casa. Futuramente, assim como ocorreu com os PCs, elas não serão limitadas a hobbyistas --mais baratas e simples, poderão ser compradas e utilizadas por usuários comuns.

Isso não necessariamente significa que todo o mundo terá o equipamento. Para Wohlers, o contato do consumidor com a tecnologia ocorrerá principalmente por meio de produtos derivados dela --peças impressas em 3D e vendidas na Amazon, por exemplo.

LONGA CAUDA DAS COISAS

Um fenômeno semelhante ocorreu com a computação pessoal: mais do que os aparelhos, seu principal legado para o usuário final são os programas e sistemas derivados dela. Entre eles, a internet.

A rede facilitou o acesso à informação e democratizou a criação e a distribuição de conteúdo. "A consequência foi um grande crescimento no alcance da participação e dos participantes em tudo o que é digital --a longa cauda dos bits", escreveu Chris Anderson, editor-chefe da "Wired". "Agora, o mesmo está acontecendo com a fabricação --a longa cauda das coisas."

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