Rick Falkvinge, 40, fundou na Suécia, sua terra natal, o primeiro Partido Pirata do mundo.
YURI GONZAGA
Desde 2006, ano da fundação, a agremiação ganhou correlatos em 56 países e acumulou 15 cadeiras no Parlamento da Alemanha e duas no Parlamento Europeu.
A "filial" brasileira será oficialmente lançada por ele próprio durante a Campus Party de Recife, evento que acontece entre esta quinta-feira (26) e sábado.
Rick Falkvinge, 40, fundador do primeiro Partido
Pirata do mundo
Pirata do mundo
Nesta entrevista realizada por e-mail, Falkvinge fala com exclusividade à Folha.
Folha - De onde surgiu a ideia de um partido pirata?
Rick Falkvinge - As pessoas que passam boa parte do dia na internet já protestavam há muito contra o abuso legalizado que cometem as autoridades. Percebendo o apelo que elas tinham com o público, mas não com políticos, achei que fosse a hora de politizar a questão.
A que atribui seu sucesso?
A decolagem do partido foi causada em grande parte pelos crimes cometidos contra [o site de compartilhamento] "The Pirate Bay". Os eleitores perceberam que o sistema estava disposto a pisar sobre cadáveres para salvaguardar os privilégios dele.
Qual é a agenda do partido?
Não lutamos somente pela liberdade na internet, apesar de termos começado por aí. Acabamos nos tornando um partido que representa o estilo de vida desta geração.
O que significa vir ao Brasil?
Já estive em boa parte da Europa e dos EUA, mas é a primeira vez que vou à América do Sul. Estou realmente animado para visitar um país sobre o qual já ouvi tão bem.
Estou otimista em relação à iniciativa do Marco Civil, que tem como princípio a privacidade do usuário --à frente dos interesses comerciais. Isso põe o Brasil muito à frente de outros países.
Temos um problema de corrupção no Brasil. Como você compararia os sistemas políticos brasileiro e sueco?
A corrupção é um problema endêmico das sociedades que não são transparentes. Enquanto na América do Sul existe corrupção monetária, em países como a Suécia há corrupção de amizade.
A questão se liga mais à sua rede de contatos: se você não conhecer as pessoas certas, não terá casa, trabalho ou mesmo acesso ao sistema de saúde -e isso tudo piora se você for imigrante.
Os dois tipos de corrupção são obviamente ruins, mas considero o da Suécia pior.
Qual sua opinião sobre o caso Megaupload?
A violência utilizada contra Kim Dotcom e seu site só torna mais óbvio quão obsoleta é a indústria fonográfica.
O que é a internet para você?
Deve ser a maior invenção da humanidade desde a escrita, 6.000 anos atrás. Ela muda todas as estruturas de poder, dando voz às pessoas e aos oprimidos a possibilidade de derrubarem os poderosos. Acho isso lindo.
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