segunda-feira, 15 de outubro de 2012

INFO: Esqueceu a senha? Não faz mal

Por Bruno Ferrari, da Exame

Germano Lüders/Exame
Agência do Bradesco, em São Paulo: a palma 
da mão substitui o cartão no saque nos caixas eletrônicos

São Paulo - Há uma contradição curiosa do mundo moderno: quanto mais se tem acesso a tecnologias criadas para facilitar a vida dos seres humanos, mais é preciso gastar a memória (do cérebro, não a do computador) para guardar um incontável número de senhas. Faça os cálculos: o banco pede uma senha para o cartão de débito e outra para acessar a internet.

Há uma senha para o cartão de crédito, para o e-mail pessoal e o do trabalho. Se quiser uma passagem aérea ou fazer supermercado online, lá está ela novamente. Mas há boas notícias para quem se sente refém desses códigos secretos. A era dos passwords está chegando ao fim.

A responsável pelo feito é a nova geração de sistemas de controle de identidade baseados em biometria, que substituem as letras e os números pela verificação de partes do corpo. Segundo um estudo da consultoria americana Global Industry Analysts, o faturamento desse mercado deverá triplicar nos próximos cinco anos, chegando a 17 bilhões de dólares.

Um bom parâmetro para medir o potencial dessa tecnologia é o interesse das instituições financeiras. Neste ano, os principais bancos brasileiros estão dando seu maior passo em direção ao uso da biometria para substituir senhas numéricas. Por enquanto, quem lidera a corrida é o Bradesco, que investiu um total de 80 milhões de reais em sistemas de reconhecimento.

O banco tem hoje 90% de sua base de 34 000 caixas eletrônicos no país com sensores que reconhecem a palma da mão. Até o final de outubro, metade dos 26 milhões de correntistas do Bradesco já poderá aposentar o cartão do banco nas transações feitas nos caixas de autoatendimento.

No lugar do código armazenado no chip do cartão, o sistema usará as veias da mão como senha. “É a maior mudança na forma como as pessoas sacam dinheiro desde a chegada do caixa eletrônico ao Brasil, em 1982”, diz Candido Leonelli, diretor executivo do Bradesco.

Entusiasmado com as novidades, o banco está testando para seu call center um sistema de reconhecimento de clientes baseado na frequência da voz, algo já usado pela Bell, maior operadora de telecomunicações do Canadá.

Presente na corrida tecnológica, o Itaú instalou leitores de impressão digital em 6 000 caixas eletrônicos e pretende ter 100% de suas agências com a tecnologia até o final de 2013 (o banco anunciou investimentos de 700 milhões de reais em canais de atendimento, mas não revela o valor aplicado em biometria). No Banco do Brasil, o plano é ter 5 000 terminais com leitores biométricos até o final deste ano.

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