Com endividamento batendo à porta e 'consumindo' boa parte do salário, o consumidor final comprou menos desktops e notebooks em 2012 e fez com que o faturamento da indústria de PCs ficasse igual ao registrado em 2011 - R$ 43,56 bilhões. Em unidades, o crescimento - de apenas 2%, quando no ano passado, o impulso foi de 12% - também ficou bem abaixo do que era esperado.
"No mundo dos PCs, o aumento do dólar frente ao Real impacta preços e as classes C, D e E estão mais preocupadas em pagar suas dívidas. O mercado corporativo e o governo também compraram menos, o que explica o desempenho igual a 2011", disse o vice-presidente da Abinee, Hugo Valério, que nesta quinta-feira, 13/12, participou de encontro com a imprensa, na capital paulista.
No balanço do setor, divulgado pela Associação Brasileira da Indústria Elétrica Eletrônica (Abinee), serão vendidos, em 2012, 16,17 milhões de unidades de PCs - 9,5 milhões de notebooks, com um incremento de 14% em relação a 2011, e 6,6 milhões de desktops, o que significa uma queda de 11% em comparação com o ano passado. Os tablets aparecem e passam, agora, a fazer parte dos números da Abinee, mas separados dos PCs. Segundo a entidade, em 2012, serão vendidos 2,88 milhões de tablets.
Apesar do resultado abaixo do esperado, a área de Informática projeta um 2013 melhor. Nos tablets, o otimismo é grande. Tanto que para o ano que vem é previsto um incremento de 90% nas vendas, com o mercado nacional chegando a 5,47 milhões de unidades. Para os PCs - apesar das ameaças ao cenário macroeconômico - como a volta da inflação ed o endividamento das classes de menor poder aquisitivo - também é feita uma previsão de crescimento de 5% na receita e de 7% em unidades, com a comercialização de 10,82 milhões de PCs.
Nos últimos três anos, a receita na área de Informática cresceu pouco. Em 2010, por exemplo, a receita ficou em R$ 39.864 bilhões. Em 2011, com os incentivos do governo para a compra de PCs, o faturamento ficou em 43.561 bilhões, montante que deve ser repetido em 2012. Com a retração da economia e a imposição de barreiras pela Argentina - principal país comprador de produtos de Informática - as exportações de Informática devem registrar uma queda de 13%, alcançando apenas US$ 368 milhões.
De acordo com os dados da Abinee, a indústria elétrica e eletrônica deverá faturar R$ 145 bilhões em 2012, um crescimento de 5% em relação a 2011, mas bem abaixo da projeção feita inicialmente - 13%. Ainda segundo a entidade, a balança comercial do setor atingiu o déficit de US$ 33,4 bilhões em 2012, 3% superior ao registrado em 2011 (US$ 32,5 bilhões).
O resultado é fruto de exportações, que atingiram US$ 7,8 bilhões, e de importações de US$ 41,2 bilhões. “Esperamos que as medidas adotadas pelo governo possam amenizar o déficit do setor eletroeletrônico no próximo ano", afirmou o presidente da entidade, Humberto Barbato.
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