Tela do game "Knights of Pen and Paper", jogo para iOS a Android. |
Poderia muito bem ter sido numa garagem, como pede o clichê de nascimento de empresas de tecnologia.
Mas foi numa livraria, onde os sócios podiam usar eletricidade, ar condicionado e internet de graça, que nasceu a Behold Studios, companhia de games brasiliense responsável por "Knights of Pen & Paper", jogo para iOS e Android (que estreia em PC, Mac e Linux em breve).
Impulsionada pelo sucesso do game, que foi lançado em outubro e já ultrapassou as 500 mil cópias baixadas, hoje a Behold tem sede própria na capital federal.
Com os cofres cheios do dinheiro gerado por "Knights" (e arrecadado de algumas premiações nacionais), a empresa pôde bancar a ida de seus cinco sócios para a GDC (Game Developer Conference), um dos maiores eventos para desenvolvedores de jogos do mundo, que entre hoje e sexta-feira em San Francisco.
No evento, a Behold concorre no festival de premiação IGF (Independent Games Festival). "Fomos indicados na categoria Student Showcase com mais sete concorrentes. Também estamos concorrendo na International Mobile Gaming Awards, na categoria inovação", diz Ronaldo Nonato, 22, relações-públicas da Behold.
"As expectativas são boas, mas temos ótimos concorrentes. Só de ser nomeado já é muita coisa para nós, mas, claro, queremos ganhar."
GAME DE TABULEIRO
"Knights" é um RPG clássico com influências de jogos de tabuleiro e do próprio RPG de mesa, jogado com dados, fichas de personagem de papel e um narrador que conduz o enredo.
O jogo combina as tradicionais classes de RPG, como mago, paladino e ladrão, com personagens inusitados, como motoboy, nerd e hipster. O humor é presença constante nos diálogos do game, cujo enredo passa por vilas, cavernas e masmorras, em que as mais variadas missões podem ser cumpridas.
A começar pelo nome, "Knights of Pen & Paper", é voltado para o mercado internacional. A originalidade, mesmo sob um gênero conhecido, fez o jogo obter sucesso lá fora e aparecer em muitos veículos especializados estrangeiros.
EUA, Canadá e Inglaterra são os responsáveis por mais de 60% dos downloads do game. O Brasil aparece em sexto lugar, atrás também de Austrália e Alemanha.
"O foco está no mercado internacional. O público brasileiro, em geral, não consome muitos jogos independentes nacionais. O brasileiro compra muitos jogos, sim, mesmo com a pirataria, mas tende a optar pelos games 'blockbusters'", diz Nonato.
"Mas não ignoramos o mercado brasileiro. 'Knights of Pen & Paper' pode ser jogado totalmente em português."
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