Fabricante de chip comprou a desenvolvedora de aplicações de código aberto ProFusion, que vai produzir soluções para atender o mercado global.
Disposta a ampliar presença no mercado brasileiro de software para acelerar o uso das novas tecnologias computacionais, a Intel faz a sua primeira aquisição no País. A gigante de chips anunciou na manhã desta quarta-feira, (03/04), a compra de 100% da ProFusion Embedded Systems, que desenvolve soluções de código aberto para HTML5. O valor da transação não foi revelado.
Localizada em Campinas, interior de São Paulo, a ProFusion opera no mercado nacional há cerca de 5 anos e emprega 23 profissionais. A empresa é especializada em interface com usuário, desenho e desenvolvimento de aplicações, tecnologias gráficas, animação, HTML5 e soluções web para dispositivos móveis.
Nuno Simões diretor do Grupo de Software e Serviços da Intel Brasil, informa que a matriz, nos Estados Unidos, identificou uma oportunidade de negócios com a aquisição da ProFusion para focar com força nas novas interfaces com os usuários de PCs, tablets e smartphones.
“Estamos trazendo a expertise deles em HTML5 e vamos desenvolver no Brasil produtos com impacto global”, anuncia o executivo. Como resultado da operação, a ProFusion passa a fazer parte do Open Source Technology Center da Intel.
A aquisição da ProFusion é a primeira da Intel no Brasil. Até então, a fabricante de chips vinha apostando em empresas locais com potencial de crescimento por meio de aportes realizados pela Intel Capital. Agora, Simões informa que a companhia decidiu participar de uma sociedade, com 100% de participação.
Interesse pelo Brasil
Simões argumenta que o Brasil chamou a atenção do board da corporation por ser o quarto maior do mundo na venda de PCs. Porém, ele observa que os consumidores só conseguirão enxergar valor nas novas tecnologias de hardware se tiver oferta de aplicações.
“Hoje o usuário só vê os resultados do hardware pelo software”, afirma o executivo, destacando que o Brasil é um grande consumidor de apps em português. “Se a Intel não se alinhar ao mercado local de software, perderá oportunidades”, diz Simões.
O plano da Intel é participar do ecossistema do desenvolvimento de aplicações para todas as plataformas para melhorar a experiência dos usuários com as novas tecnologias da companhia. Simões cita o exemplo da nova arquitetura de ultrabook, que suporta duas telas e, que se não houver software adequado, as pessoas não conseguirão fazer uso das inovações.
“A adoção de novas tecnologias depende de software”, reforça o diretor da Intel, que considera que o Brasil tem bons talentos nessa área. A Intel tem algumas iniciativas para trabalhar com desenvolvedores locais.
Uma dessas ações foi o acordo recente que fechado com os ministérios de Educação (MEC) e da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) para fomentar a produção de soluções para os setores de educação, energia e transporte.
Pela parceria, a empresa vai investir 300 milhões de reais em pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I). A expectativa da Intel é mobilizar até 300 pesquisadores, entre colaboradores, pesquisadores de universidades e bolsistas nos próximos cinco anos.
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