Os bancos foram os primeiros a adotar a biometria para aumentar a segurança das operações realizadas por seus clientes. Os caixas eletrônicos foram os primeiros a incorporar sensores biométricos no sistema para reduzir as possibilidades de fraude e aumentar a conveniência para os correntistas. Principalmente para a população com baixa escolaridade que resgata mensalmente os benefícios federais na boca do caixa, essa facilidade pode ser considerada um importante avanço na inclusão financeira. Afinal, o beneficiado não precisa mais memorizar ou anotar a senha num pedaço de papel para ter acesso aos recursos. Basta usar o dedo – desde que a impressão digital tenha sido previamente cadastrada.
No Brasil, os sensores biométricos – seja da palma da mão ou da impressão digital – têm sido implantados com graus variados de sucesso. Pode-se afirmar que a impressão digital vem superando outras identificações biométricas, uma vez que é a modalidade que melhor se adéqua às necessidades da indústria. Além disso, tem demonstrado ser a melhor opção biométrica para assegurar a interoperabilidade entre as instituições financeiras e outras entidades governamentais e privadas. Basta recordar como são emitidos os registros gerais (RG) – que trazem a impressão digital do indivíduo logo abaixo da identificação fotográfica – e o recente cadastramento biométrico promovido pelo Tribunal Superior Eleitoral em várias cidades brasileiras.
No entanto, nem toda tecnologia de identificação da impressão digital oferece alto nível de segurança. Tanto é assim que, vez ou outra, a imprensa relata algum tipo de fraude, principalmente quando a tecnologia é empregada no sistema de relógio de ponto. Em operações mais sofisticadas e que exigem alto grau de confiabilidade e segurança, como as do setor financeiro, por exemplo, o sensor biométrico tem de ser igualmente mais sofisticado.
Hoje em dia, a tecnologia de imagem multiespectral é uma das mais seguras, já que emprega diversos comprimentos de ondas luminosas em conjunto com avançadas técnicas de polarização para obter características singulares da impressão digital, tanto da superfície da pele quanto de uma subcamada que reproduz o mesmo padrão. Isso possibilita a identificação de todo dedo – ainda que esteja machucado, molhado, oleoso, sujo ou desgastado. Essa é a grande diferença que vem sendo aprovada pelo setor bancário. Afinal, o cliente bancário pode acessar um caixa eletrônico da forma mais conveniente, segura e independente – dispensando uma atenção extra dos atendentes e gerentes na averiguação de problemas.
Na América Latina, várias instituições financeiras estão se espelhando na experiência brasileira e adotando a tecnologia de impressão digital com imagem multiespectral para oferecer acesso rápido e seguro aos caixas eletrônicos. Outro ponto que desponta como diferencial é garantir que a tecnologia adotada possa ser melhorada ou adaptada para lidar com novas vulnerabilidades e ameaças que vão se tornando conhecidas. Assim como a indústria de vírus de computador está em constante aprimoramento, adicionando e alterando mecanismos de proteção para responder a novas ameaças e vulnerabilidades conhecidas, também no segmento de imagem digital é preciso estar preparado para esses aperfeiçoamentos. México, Argentina, Bolívia, Chile e Venezuela seguem investindo na identificação através da imagem digital.
Fonte: Tejedor, Juan Carlos . "Por que a tecnologia digital está conquistando todo o setor financeiro - Mercado." Canaltech. http://canaltech.com.br/noticia/mercado/Por-que-a-tecnologia-digital-esta-conquistando-todo-o-setor-financeiro/ (accessed July 1, 2013).
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