sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Folha de S.Paulo: Metade dos moradores de favelas acessa a internet, diz pesquisa




Virtualmente falando, a periferia já se encontra bem representada. Segundo pesquisa do Instituto Data Favela, 52% dos brasileiros que moram em favelas têm acesso à rede --sendo que metade destes a utiliza todos os dias.

Na faixa de idade entre 16 a 29 anos, o número de conectados salta para 78%.

A presença das comunidades se reflete nas redes sociais, principalmente no Facebook, no qual 85% dos internautas pesquisados afirmam ter um perfil.

O Orkut vem em seguida, com a presença de avatares de 22% dos usuários, o que o torna mais popular do que fenômenos mais recentes, como o Twitter (15%) e o Instagram (11%).

No entanto, é o uso do LinkedIn, rede social voltada à carreira dos participantes, o que mais surpreende Renato Meirelles, presidente do Instituto Data Popular.

"A penetração do LinkedIn reflete o aumento do emprego formal entre os moradores, que hoje chega a 52%", afirma. Entre os entrevistados, 4% afirmaram possuir conta na rede.

Outro dado destacado por Meirelles é o uso do internet banking entre os moradores com acesso a estas instituições, em 18% --taxa idêntica à dos brasileiros em geral.

Segundo o presidente, o acesso à internet, de forma geral, é homogêneo no território brasileiro. "O uso é um pouco menor no Nordeste em comparação com o Sudeste, mas as diferenças são mais etárias do que regionais", diz.

CELULARES

Os computadores de mesa ainda são a principal ligação dos usuários com o mundo virtual, utilizado por 66% dos entrevistados.

Os smartphones, entretanto, já estão na mão de 41% dos entrevistados --incluindo metade dos jovens (até 29 anos). Isso acarreta na diminuição do número de lan houses nas comunidades pesquisadas.

"Hoje, o uso domiciliar supera o de lan houses, já que o internauta quer mais privacidade e segurança no acesso, tornando estas mais voltadas aos jogos on-line", diz Renato Meirelles.

Ele atenta para o desejo desses consumidores, já que, segundo a pesquisa, 1,7 milhão pretende adquirir um notebook nos próximos 12 meses, e 1,2 milhão quer comprar um tablet.

Entre o grupo que não tem acesso à rede, apenas 7% declaram ter interesse em adquirir o serviço.

Para Meirelles, nas comunidades, "quem considera a internet imprescindível já a possui. Os que não a querem são, geralmente, são os mais velhos".

A pesquisa foi realizada com 2.000 entrevistados no fim de setembro passado, em 63 comunidades, distribuídas em nove Estados do país, além do Distrito Federal.

Fonte: MÉDICI, DANIEL . "Folha de S.Paulo." Folha online. http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2013/10/1364990-metade-dos-moradores-de-favelas-acessa-a-internet-diz-pesquisa.shtml (accessed November 1, 2013).

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