segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

IDG Now!: Opinião: será que Facebook e Twitter devem julgar o que é notícia?



Redes ão são fornecedoras de notícias no sentido tradicional, mas estão tentando se tornar "o" lugar para se ir quando usuários querem saber sobre eventos atuais.

Onde você viu primeiro sobre plano maluco da Amazon de entregar pacotes via drone? Sites? The New York Times? Cada vez mais a resposta mais provável é no Twitter, Facebook ou Yahoo, e é assim que os gigantes online gostam.

Essas empresas não são fornecedoras de notícias em qualquer sentido tradicional, mas elas estão realmente tentando se tornar "o" lugar para se ir quando os usuários querem saber sobre eventos atuais. Isso abre novas fontes de receita para as companhias, mas alguns especialistas se perguntam o que isso significa para nós como consumidores de notícias.

"Os algoritmos do Facebook não surgiram do nada", disse Jeremy Gilbert, que ensina design de produto de mídia na Medill School of Journalism da Universidade de Northwestern. "Por que o Google favorece uma fonte em detrimento de outra?" Eles não são necessariamente forças malévolas, mas o poder das empresas de Internet em influenciar o que os cidadãos leem ou assistem (ou deixam de) é cada vez maior.

Durante a semana passada, o Facebook revelou novos recursos para que notícias apareçam com mais destaque em seu site e para motivar os usuários a continuarem engajados. Também na semana passada, a companhia disse que estava testando uma maneira para que os usuários salvem artigos para ler no futuro, na forma de aplicativos, como o Pocket ou o Instapaper.

Nessa semana, a plataforma de Zuckerberg anunciou uma atualização para seu sistema de classificação que irá garantir que as pessoas vejam artigos de notícias mais relevantes em seus feeds, com base em suas conexões e em conteúdos que acessaram no passado.

Enquanto isso, o Yahoo fez algumas grandes contratações no ramo das notícias, como a apresentadora Katie Couric e o jornalista David Pogue, do The New York Times, em um esforço para reforçar sua programação de notícias originais. A CEO do Yahoo, Marissa Mayer, disse que Katie irá liderar uma equipe crescente de correspondentes que irão cobrir as histórias mais interessantes do mundo.

Notícias na rede

Esses tipos de projetos, junto com outras propostas com foco em notícias no Twitter, são destinados a vários propósitos. O principal deles é manter os usuários ativos nos sites; crescer o investimento em publicidade e, no caso do Yahoo, adicionar um pouco do poder do Vale do Silício.

Algumas das suas iniciativas se sobrepõem mais que outras. O Yahoo parece ser o mais interessado em criar seu próprio conteúdo de notícias, enquanto o Facebook, Twitter e Google parecem satisfeitos em apenas distribuí-lo.

O efeito é que as empresas de Internet e os meios de comunicação têm uma relação simbiótica: sites de redes sociais alavancam a notícia para aumentar sua publicidade e usuários, enquanto a mídia usa as redes sociais para aumentar seus próprios page views e verbas de publicidade. O Yahoo pode se tornar uma exceção agora, uma vez que decidir se irá se concentrar em distribuir ou criar conteúdo exclusivo.

As pessoas têm falado sobre "a morte dos jornais" por anos, e sites como Twitter e Google News têm desempenhado o seu papel, embora os sites direcionam o tráfego para as fontes de notícias originais, incluindo as edições online dos jornais. Para muitos, o Twitter já é a fonte de informação para se ir durante os eventos e emergências nacionais, sem mencionar programas como "Dancing With the Stars".

E é isso que a empresa quer. Recentemente a rede social lançou uma ferramenta de notificações direcionadas para alertas de emergências e crises. As últimas ações revelam um novo nível de ambição de dar a notícia, e se fornecerem a combinação certa de conteúdo, esses sites, uma hora, podem ter sucesso em ser os lugares onde as pessoas conseguem a maioria de suas notícias.

"Se o Facebook pode entregar conteúdo suficiente, com variedade suficiente, ele pode me convencer de que eu posso ter tudo a partir dele", disse Gilbert da Universidade de Northwestern.

O interesse do Facebook em notícias pode estar relacionado ao fato de que as pessoas estão começando a mostrar sinais de cansaço com a plataforma, disse Joshua Benton, diretor do Nieman Journalism Lab da Universidade de Harvard. Dando aos seus usuários mais notícias, assumindo que é notícia que eles querem ver, pode ser uma maneira de mantê-los acordados.

As empresas de mídia social também abriram um caminho novo onde as pessoas podem ler notícias. Os dispositivos móveis, como smartphones e tablets são um lugar popular para isso agora. O Facebook, em um anúncio na segunda-feira, disse que está prestando mais atenção ao número de cliques para artigos feitos por meio de dispositivos móveis.

Tendências

O crescimento da notícia em redes sociais pode estar acelerando algumas tendências que já estavam a caminho.

A medida que as pessoas conseguem mais notícias por meio das mídias sociais, e esses sites procuram por sinais para determinar quais histórias as pessoas serão mais receptivas, isso é uma coisa boa? Isso depende, em parte, de como o leitor mais experiente é, disse Gilbert. 

Questionar a origem de um artigo sempre foi importante, mas os leitores devem agora também pensar por que sites de redes sociais estão mostrando apenas algumas matérias.

Ter mais opções para receber e descobrir conteúdo personalizado é uma coisa boa, disse Rick Edmonds, analista de negócios de mídia do Instituto Poynter de treinamento em jornalismo. Mas a mudança de investimento de publicidade para a mídia online já diminuiu ou eliminou a da mídia impressa, que dava aos consumidores notícias sobre suas comunidades, disse ele.

E depender demais de um punhado de sites como Facebook e Yahoo poderia deixar as pessoas presas a um site em particular. São as mesmas preocupações que as pessoas sempre tiveram com a mídia de notícias, mas a ascensão de redes sociais dá à questão uma nova dimensão.

Ainda é cedo para os mecanismos de prestação de notícias de empresas de mídia social, e os sites ainda podem estar trabalhando as suas próprias definições de "notícia".

Para todas as suas ambições, os gigantes da Internet podem não ser os criadores de notícias do futuro, segundo especialistas. O Yahoo pode se tornar um grande jogador do ramo de notícias, com a sua programação original, mas há muitos outros sites focados especialmente na produção de conteúdo que não vão desaparecer tão cedo, disseram.

Empresas de Internet como o Facebook, Twitter e Google estão mais do que felizes por direcionar os usuários para a notícia - desde que haja notícia para ser direcionada, disse Benton da Universidade de Harvard. 

Os gigantes da Web provavelmente não se tornarão os principais criadores de notícias, mas eles vão fazer dinheiro com isso como puderem. "O Twitter preferiria ter um anúncio aparecendo ao lado do tweet de uma empresa de notícias, do que ter um anúncio pop-up no site do New York Times", disse Benton.

Fonte: Miners, Zach . "Opinião: será que Facebook e Twitter devem julgar o que é notícia? - IDG Now!." IDG Now!. http://idgnow.uol.com.br/internet/2013/12/06/opiniao-sera-que-facebook-e-twitter-devem-julgar-o-que-e-noticia/ (accessed December 9, 2013).

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