A cada nova versão do Android lançada pelo Google a história é a mesma: milhões de usuários se questionam quando a atualização será disponibilizada para seus celulares, sem resposta na maioria das vezes. Pior: em muitos casos, eles ficam até mesmo sem o update, o que faz com que seus aparelhos aos poucos se tornem obsoletos.
A comparação com o iOS é inevitável. A cada atualização do sistema operacional da Apple, a maioria dos celulares funcionais recebe a nova versão do software já no primeiro dia. O usuário pode optar por atualizar mais tarde, mas a possibilidade é oferecida desde o início. Isso só não acontece com os aparelhos muito antigos, como o 3GS, de 4 anos atrás, no caso do iOS 7.
Para exemplificar com números: após um mês de lançamento, o Android 4.4 (KitKat) estava em 1,1% dos dispositivos Android. Enquanto isso, no mesmo período, o iOS 7 já estava em 73% dos aparelhos da Apple.
Fica claro que existe um problema generalizado no Android e a culpa não é necessariamente do Google. O sistema operacional é muito aberto, o que significa que cada fabricante pode fazer as alterações que preferir no software para acrescentar recursos diferentes e tornar seu dispositivo único. O problema disso é que todas as atualizações do sistema precisam de adaptações antes de chegar ao público, o que atrasa muito a distribuição do software.
Além disso, há de se considerar os celulares adquiridos com vínculos com operadoras. Nestes casos, em que há intervenções da empresa de telefonia no software do dispositivo, a atualização tende a demorar ainda mais. Isso porque a operadora também precisa dar seu aval para o update chegar ao cliente.
Isso explica o motivo pelo qual a linha Nexus é atualizada tão rapidamente. O celular utiliza um Android puro, sem vínculos com operadoras. Desta forma, assim que o Google libera a atualização, a maioria dos aparelhos já pode ser renovada, embora haja pequena variação de alguns dias. Isso também explica o motivo pelo qual os aparelhos Google Play Edition (que não existem no Brasil), como o Samsung Galaxy S4 e HTC One, que também têm o Android puro, recebem a atualização antes de seus irmãos personalizados pelas fabricantes.
E os que nunca recebem?
De qualquer forma, normalmente os donos de celulares top de linha costumam receber as atualizações, mesmo que com algum atraso. A fragilidade da plataforma atinge os celulares mais baratos, de baixo desempenho, que dificilmente recebem um update.
Nestes casos, o problema é um pouco mais sério. Estes aparelhos possuem um hardware bastante defasado e normalmente uma atualização deixa o sistema ainda mais pesado, causando travamentos e outros problemas.
O Google promete que o KitKat, a nova versão do Android, deverá amenizar o problema, já que ele foi projetado para oferecer melhor gerenciamento de memória e otimização para celulares com até 512 MB de RAM. Se a moda pegar, a tendência é que mais celulares baratos sejam capazes de rodar as versões mais recentes do Android, mas ainda é necessário que haja boa-vontade das fabricantes para liberar a atualização do software.
Caso contrário, o celular não será mais atualizado, o que não significa que o usuário precise ficar para sempre em uma versão ultrapassada, mas será necessário malícia e sagacidade tecnológica. Sempre há a possibilidade de instalar uma ROM customizada como o CyanogenMod para tentar dar uma sobrevida maior para o aparelho, mas a tarefa não é simples para o usuário leigo.
Qual é o problema do software desatualizado?
São muitos. A cada atualização, o Google corrige várias falhas de segurança e bugs em geral do sistema. Tal qual acontece no computador, um sistema operacional desatualizado abre brechas para ataques maliciosos, principalmente com a liberdade que o Android dá para seus usuários.
Aos poucos, também, os apps vão deixando de ser compatíveis com seu sistema operacional. Quem ainda está com o antiquadíssimo Android 2.3 (Gingerbread), já não pode usufruir de boa parte dos apps disponíveis no Google Play. Além disso, mesmo que o dono de um celular desatualizado consiga baixar um app, algumas funcionalidades dentro de aplicativos só estão disponíveis nas versões mais recentes do sistema.
Além disso, as grandes atualizações do Android, normalmente acompanhadas com uma mudança de nome, como o salto do Jelly Bean para o KitKat, também trazem vários recursos novos que melhoram a usabilidade e experiência. Coisas que o usuário nunca verá se ficar preso nas versões ultrapassadas.
Fonte: "Por que aparelhos Android demoram tanto para serem atualizados?." Olhar Digital. http://olhardigital.uol.com.br/noticia/39296/39296 (accessed December 11, 2013).
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