Um tribunal saudita condenou um homem a 10 anos de prisão e multa de 100.000 rials (cerca de R$ 60 mil) por participar de protestos contra os governantes do reino e usar o Twitter para incitar as pessoas a fazerem o mesmo, informou a agência de notícias estatal SPA nesta segunda-feira.
O porta-voz do Ministério da Justiça, Fahd al-Bakran, disse que o réu, não identificado, havia também retuitado mensagens contra a monarquia, eruditos islâmicos e os serviços de segurança, segundo a SPA.
"[Ele foi] condenado por entrar em um site da internet hostil ao Estado que incentiva o conflito e promove o pensamento de desafio", disse Bakran, referindo-se à ideologia da Al Qaeda.
O homem, que está preso há três anos, foi acusado e condenado sob as leis do país que criminalizam abuso na internet.
O veredicto foi anunciado dois dias depois de a Arábia Saudita ter designado a Irmandade Muçulmana, a Frente al-Nusra e o Estado Islâmico no Iraque e do Levante como organizações terroristas.
O decreto aplica-se aos sauditas e residentes estrangeiros que se unirem, endossarem ou darem apoio moral ou material a grupos classificados como terroristas ou extremistas, seja dentro ou fora do país.
A Irmandade renunciou à violência décadas atrás, ao contrário dos outros dois grupos proibidos, que são inspirados pela Al Qaeda.
LEI ANTITERRORISMO
A Arábia Saudita ratificou recentemente uma lei antiterrorismo que os defensores dos direitos dos cidadãos têm criticado, dizendo se tratar de uma ferramenta para sufocar a dissidência no reino.
Em um caso separado, o tribunal condenou outro réu a 8 anos de prisão por entrar em contato com um homem procurado pelas forças de segurança e tentar ajudar pessoas feridas durante as manifestações.
Ele também foi acusado de participar do cortejo fúnebre de uma pessoa que morreu durante distúrbios na Província Oriental, região saudita de maioria xiita, gritando slogans antigovernamentais.
Os xiitas, minoritários no país, vêm fazendo protestos esporádicos em Qatif desde 1979. A mais recente onda de manifestações na cidade começou durante as revoltas árabes de 2011 e continuou até 2012.
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