John Ribeiro
Empresa afirmou que não possui "backdoors" em seus produtos, não fornece código-fonte ou chaves de criptografia à NSA ou qualquer outra agência para acesso de dados de clientes.
A IBM afirmou que não forneceu dados de clientes para a Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA) ou de qualquer outro órgão do governo para ajudar com programas de vigilância que envolvam a coleta em massa de conteúdo ou metadados.
A companhia afirmou que não possui "backdoors" em seus produtos, não fornece código-fonte ou chaves de criptografia à NSA ou qualquer outra agência para acesso de dados de clientes.
A empresa é a mais recente entre as gigantes de tecnologia a se distanciar da NSA, que tem levantado preocupações entre os usuários no mundo sobre a segurança de seus dados com a prática de espionagem pelo governo dos EUA.
Como resultado das revelação dos programas da NSA, a indústria de computação em nuvem dos Estados Unidos poderia perder de 22 bilhões a 35 bilhões de dólares do seu mercado externo pelos próximos três anos para os concorretnes do exterior, de acordo com a Information Technology & Innovation Foundation.
Algumas nações como o Brasil também tem considerado solicitar aos provedores de serviços para armazenar dados dentro do país, um movimento que algumas empresas de Internet como o Google têm descrito como "potencial fragmentador da Internet".
Em uma carta aos clientes na sexta-feira (14), a IBM disse que não chegou a fornecer dados de clientes armazenados fora dos EUA ao governo norte-americano, como ordem sob a Lei de Vigilância de Inteligência Estrangeira ou uma Carta de Segurança Nacional.
O ex-funcionário da NSA, Edward Snowden, afirmou por meio de divulgações aos jornais que uma série de empresas de Internet forneceram acesso em tempo real ao conteúdo de seus servidores para a NSA sob um programa chamado Prism - o que as empresas negaram.
A agência também secretamente invadiu as principais comunicações que ligam os centros de dados do Google e do Yahoo em todo o mundo, de acordo com relatórios.
Em uma série de compromissos com seus clientes, Robert C. Weber, vice-presidente sênior da IBM para assuntos legais e regulamentares e conselheiro geral, escreveu na carta (também publicada online) que "em geral, se um governo quer acesso a dados mantidos pela IBM em nome de uma empresa-cliente, o esperado é que o governo lide diretamente com o cliente."
Mas, se servido pelos EUA, uma ordem de segurança nacional para dados de uma empresa-cliente e uma "ordem de mordaça" o proibindo de discutir a ordem com o cliente, a empresa promete desafiar tal ordem por meios legais e outros, disse.
Para os dados de clientes corporativos armazenados fora dos EUA, a IBM afirma que todo o esforço do governo dos EUA para obter tais dados "deveria acontecer por meio de canais legais reconhecidos internacionalmente, tais como pedidos de assistência em virtude de tratados internacionais."
No quesito política governamental, a IBM descreveu as solicitações de localização de dados feitas por países como sendo "políticas míopes", que "fazem muito pouco para melhorar a segurança, mas distorcem os mercados e os deixa à merce de tendências protecionistas."
Os governos deveriam também não subverter a tecnologias comerciais, tais como a criptografia, que tem a intenção de proteger dados corportativos, disse a empresa no que parece ser uma referência a relatos de que a NSA tem procurado contornar tecnologias de criptografia.
Outras empresas de tecnologia também tentaram tranquilizar os seus clientes após as divulgações de Snowden. Em dezembro, a Microsoft disse aos seus clientes empresariais e governamentais em todo o mundo que tem o compromisso de informá-los de ordens legais relacionados com os seus dados, e vai lutar em tribunal qualquer "ordem de mordaça" que o impedir de compartilhar essa informação com os usuários.
A empresa também planeja criptografar as informações dos clientes que se deslocam entre os seus centros de dados, com planos para concluir o projeto até o final de 2014.
O Yahoo e o Google também anunciaram o fortalecimento da criptografia de seus serviços.
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