Edileuza Soares
Estudo da FGV revela um leve crescimento do índice de investimento para essa área, que em 2012 era de 7,2% do faturamento líquido. Bancos permanecem como os que mais aplicam em tecnologia.
Os investimentos com TI em empresas brasileiras representaram um leve crescimento em 2013. No ano passado, o índice destinado da receita líquida para essa área foi de 7,5%, ante 7,2% em 2012.
Para 2014, estima-se que esse percentual aumente para 8%, dependendo da conjuntura econômica e do impacto dos eventos, que acontecerão no País, como Copa do Mundo e eleições. Se a seleção brasileira conquistar o Hexa, alguns negócios devem avançar com reflexo no uso maior da tecnologia.
As conclusões são da 25ª pesquisa anual realizada pelo Centro de Tecnologia de Informação Aplicada de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas (FGV-EAESP) que acaba de ser divulgada, em São Paulo.
Os dados se baseiam em um levantamento realizado com 2,3 mil organizações de grande e médio porte, o que representa 68% das maiores companhias do Brasil. O professor Fernando Meirelles, coordenador da pesquisa, avalia que o índice apontado nesta edição da pesquisa é o dobro do constatado há 14 anos.
Apesar do leve crescimento dos gastos com TI, Meirelles ressalva que os investimentos em TI aumentam de acordo com o segmento da economia. Alguns estão mais avançados e outros nem tanto. É o caso do comércio e indústrias. O primeiro destinou em 2013 um percentual de 3,3% do faturamento líquido para tecnologia da informação. O segundo aplicou um pouco mais, ou seja, 4,6% da receita em informatização de seus processos.
O segmento financeiro continua entre os que mais aplicam nessa área, com destinação em 2013 de 10,7% da receita para tecnologia, devido a característica dos negócios do setor, apoiado em automatização.
Outro termômetro de que os bancos estão à frente nos investimentos de TI são os gastos médios por usuário. A pesquisa da FGV revela que, na média, companhias gastam por ano aproximadamente R$ 26,5 milhões por funcionário que fazem uso de teclado/computador. Já no setor financeiro esse valor é mais que o dobro e chega a R$ 57,1 milhões.
Comparação com outros mercados
Apesar de o estudo da FGV revelar aumento dos investimentos de empresas brasileira em TI, Meirelles avalia que as companhias do País estão atrás do índice de informatização das norte-americanas, com exceção dos bancos.
Nos EUA, a média de investimentos na área em 2013 foi de 12% da receita líquida. Já na Europa, segundo estatísticas da pesquisa, o percentual é em torno de 15%.
O professor da FGV avalia avanço dos investimentos em TI no Brasil, mas afirma que a pressão em alguns segmentos por automatização nem sempre é motivada para melhoria da gestão dos negócios, mas por exigência do governo federal, que cada vez mais pede o cumprimento de obrigações acessórias tributárias em formato digital.
"Muitas das pequenas e médias empresas só se informatizam por causa da lei", constata Meirelles, mencionando exigências como da nota fiscal eletrônica (NF-e) e do Sped (Sistema Público de Escrituração Digital).
Agora a obrigação do eSocial deverá gerar uma nova corrida das empresas para investimentos em TI para que possam entregar informações no formato solicitado pelo governo federal.
O estudo da FGV traz uma radiografia de como as empresas estão usando a TI. O relatório revela os sistemas de gestão empresarial (ERP)s, banco de dados, ambientes operacionais e outras ferramentas informatizadas mais utilizadas pelas companhias, apontando como está a preferência dos fornecedores no setor corporativo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
deixe aqui seu comentário