ALEXANDRE ARAGÃO
O Google anuncia hoje uma melhoria na segurança dos dispositivos que usam o sistema operacional Android.
A partir de agora, o software vai monitorar como se comportam os aplicativos baixados –inclusive os de fora da loja oficial– para detectar códigos e usos maliciosos, como envio irregular de dados.
Se for detectado algo de errado, o dono do aparelho receberá um aviso explicando o ocorrido e terá autonomia para decidir o próximo passo a tomar, seja manter o aplicativo instalado, seja tirá-lo do aparelho.
A empresa imagina que há usuários que possam preferir correr o risco de ter códigos maliciosos instalados para serem capazes de alterar propositalmente o comportamento do celular –daí a decisão de deixar a escolha na mão do dono.
A mudança faz parte da ferramenta "verificar aplicativos", lançada com a versão 4.2 do Android. Até agora, essa ferramenta emitia alertas de possível malware apenas antes da instalação do aplicativo, mas não monitorava seu comportamento.
De acordo com Adrian Ludwig, engenheiro-chefe da área de segurança do Android, 0,18% dos usuários escolhe prosseguir após receber alertas de que o aplicativo prestes a ser instalado pode ser prejudicial.
A mudança estará disponível, "nas próximas semanas", para os aparelhos Android com versões a partir da 2.2 –segundo a empresa, isso representa 95% dos smartphones e tablets que usam o sistema operacional.
O MAIS INSEGURO
A preocupação com melhorar a segurança dos dispositivos tem razão de ser. De acordo com relatório da empresa de segurança F-SecureLabs divulgado no mês passado, 97% dos ataques a dispositivos móveis têm como alvo aparelhos Android, sendo as principais fontes de contágio os aplicativos baixados de lojas de terceiros.
Segundo a consultoria IDC, o sistema operacional do Google possui a maior fatia do mercado de smartphones, 78%, seguido do iOS (Apple), com 18%, e do Windows Phone, com 3% do total.
TRÊS CAMADAS
Em videoconferência com veículos de imprensa latino-americana, Ludwig explicou que o conceito de proteção contra vírus do Android é baseado em três "camadas" de segurança: a da plataforma, a dos serviços (como a loja Google Play) e a de inovação, ao incentivar desenvolvedores a adotarem boas práticas.
"Os usuários não interagem com o sistema operacional, mas com apps." Ele espera que, quanto mais seguro o ambiente Android, melhor seja o desenvolvimento de aplicativos por terceiros.
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