Mark Hachman
Novo tablet da Microsoft pode não ser exatamente um substituto de um notebook como alega a empresa, mas está quase lá
Anunciado nesta terça-feira durante um evento em Nova York, o Surface Pro 3 é mais uma tentativa da Microsoft de deixar sua marca no mercado de tablets. O aparelho tem uma tela maior e é mais poderoso que seu antecessor, e ainda assim é mais fino e mais leve, e segundo a empresa é “o tablet que pode substituir seu notebook”, especialmente quando conectado a acessórios como a nova versão da Type Cover, uma capa com teclado mecânico integrado.
Como os Surface Pro anteriores, o Pro 3 pode ser utilizado como um PC. Tanto, que a próxima versão do Adobe Photoshop CC foi optimizado para o toque e uso de caneta no Surface Pro 3.
Os potenciais compradores podem encomendar o tablet já esta quarta-feira no site e lojas da Microsoft, com preços a partir dos 799 dólares. A partir 20 de Junho, o Surface Pro 3 ficará disponível em outras lojas nos EUA e Canadá e só em Agosto será vendido em outros países, segundo a empresa.
A Microsoft espera que a terceira versão de tablets Surface permita a pausa de que necessita para recuperar o atraso com a Apple e os fabricantes de dispositivos Android.
A Microsoft garante que continua empenhada nos tablets, embora o seu negócio dos Surface tenha perdido milhões de dólares e o mercado desses equipamentos já comece a apresentar sinais de saturação. Após anos de crescimento sustentado, as encomendas de tablets estão menores. As vendas mundiais totalizaram 50,4 milhões de unidades no primeiro trimestre do ano, um crescimento de 3,9% em comparação com o mesmo trimestre do ano passado, segundo a IDC. Os Surface obtiveram apenas uma quota de 1,3% durante esse período, com todos os tablets Windows combinados abocanhando uma quota de 4,5%. A IDC prevê que a quota de mercado dos tablets Windows possa alcançar os 10,2% em 2017.
Quase um PC
Logo após o evento conseguimos passar um tempo com um Surface Pro 3 para levantar nossas primeiras impressões sobre o aparelho. E não é que a Microsoft está no caminho certo?
Com a mudança de uma tela de 10.6 polegadas (no Surface 2) para uma de 12 polegadas com resolução de 2160 x 1440 pixels no Surface 3, o tablet da Microsoft mais do que nunca se parece com um PC. Na verdade as únicas coisas que o diferenciam de um notebook tradicional são a força da dobradiça e a distribuição do peso.
Surface Pro 3 conetado à Type Cover.
Note o suporte para a caneta à esquerda do teclado
À primeira vista pode parecer que o tablet é “desengonçado” durante o uso, mas o tamanho da tela e a maior mobilidade da dobradiça do “pézinho” na traseira o tornam um bom aparelho para relaxar e apreciar um filme. Por causa da nova proporção de 4:3 da tela você terá barras pretas acima e abaixo da imagem (letterboxing), mas não é algo tão ruim.
E com apenas 9,1 mm de espessura, o Surface Pro 3 me lembra o Galaxy Note Pro, e isso é bom. Ele é fino, grande e relativamente leve.
Teclado, mouse e caneta
A nova Type Cover (a capa com teclado mecânico) não parece ter teclas iluminadas, mas mantém o nível de conforto da versão anterior. Na verdade o espaçamento das teclas parece ser um pouco maior, o que torna a digitação mais confortável, especialmente para quem dedos grandes. Também há um suporte dedicado para a caneta, o que é bom já que eu tenho uma tendência a perder a caneta que veio com meu Surface Pro 2.
O trackpad na Type Cover do Surface Pro 3 é maior do que no modelo anterior
O trackpad integrado à Type Cover foi sutilmente melhorado. Segundo a Microsoft ele é 68% maior do que na geração anterior, algo que talvez eu vá apreciar com o tempo, mas que à primeira vista não impressionou. Ainda de acordo com a fabricante a precisão, um dos pontos de crítica no Surface 2, foi bastante melhorada.
Não sou fã de “canetas” digitais, então ainda não posso dizer como ela se sai no uso real. Ela é sincronizada com o tablet segurando o botão em seu topo por cerca de 8 segundos, e os dois botões em seu corpo basicamente substituem os botões do mouse.
Panos Panay, Vice-Presidente Corporativo para o Surface na Microsoft, fez questão de demonstrar no palco que a tinta “flui” exatamente do ponto onde a caneta toca a tela, sem a diferença (tecnicamente chamada “paralaxe”) entre os dois pontos comuns em outros sistemas de escrita que prejudica a precisão e quebra a ilusão de estar escrevendo diretamente sobre a tela.
Detalhe da caneta. Os botões funcionam como os botões do mouse
A caneta é sensível a 256 níveis de pressão, e tem um recurso de “escrita rápida” útil para quem precisa fazer anotações rapidamente: basta pressionar o botão no topo e o Surface Pro 3 “acorda” com uma página em branco na tela, pronta para você escrever. Toque outra vez no botão e a nota é salva no OneDrive, o serviço de armazenamento online da Microsoft.
Uma nova e excelente dobradiça
Chega de falar sobre ângulos e posições: o “pézinho” integrado ao primeiro Surface tinha apenas uma posição (um ângulo de cerca de 20 graus), o do segundo modelo tinha duas, mas no Surface Pro 3 ele pode ser posicionado no ângulo que você quiser. A dobradiça parece ser resistente e estável até a abertura máxima, cerca de 150 graus. Se ela conseguir sobreviver ao uso repetido, pode acabar se mostrando o melhor suporte integrado entre todos os tablets.
O pézinho integrado não tem mais ângulos fixos,
e pode ser posicionado como o usuário quiser
Panay fez questão de destacar o quão usável é o tablet quando está no seu coloco, e em comparação ao modelo anterior as coisas realmente melhoraram, embora ainda haja uma certa oscilação lateral. Se você conectar o tablet a um teclado rígido, tem praticamente um notebook. Talvez no Surface Pro 4.
Mais fino
Já mencionei esse ponto, mas vale a pena reforçar: a espessura do Surface Pro 3 é quase ideal, e o fato de que há um processador Intel Core i7 lá dentro é impressionante. Mas o peso, 800 gramas, ainda poderia ser um pouco menor. Embora ele seja bem distribuído por todo o aparelho, não consigo me imaginar segurando ele em uma só mão por muito tempo. Mas a Microsoft está quase lá.
Um teclado ergonômico
Outra sutil diferença é a forma como a Type Cover se encaixa no tablet. No Surface Pro 3 parece que há duas conexões magnéticas. A primeira é quando o teclado é encaixado no tablet, como nos modelos anteriores. A segunda é quando uma “aba” acima do teclado é dobrada, o que o deixa em um ângulo ligeiramente elevado. É mais uma opção para quem gosta de ajustar a altura do teclado, assim como as posições do pézinho tornam o tablet no geral mais ergonômico. Gosto dessa atenção aos detalhes.
Híbrido versus Surface
A verdadeira pergunta é: eu estaria disposto a abandonar meu Lenovo ThinkPad Twist (um híbrido com Windows 8 que pode ser usado como notebook ou como tablet) por um Surface Pro 3? A Microsoft que me desculpe, mas é difícil mudar velhos hábitos. Estou digitando este artigo com meu Twist no colo, e o Surface Pro 3 ainda não se compara. Mas e se eu tivesse uma Docking Station em minha mesa, com suporte a um ou dois monitores extras? Não sei, mas se a Microsoft me emprestar a nova Docking Station do Surf
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