A complexidade do ambiente de TI aumentou a procura por esse profissional. Visão global da empresa e habilidade em TI e negócios são algumas das características que o tornam indispensável
A revolução pela qual passa o universo da tecnologia da informação, com todas as suas tecnologias emergentes, vem aumentando a importância do arquiteto de tecnologia da informação.
O mercado de contratação mostra isso: hoje, as empresas buscam arquitetos de TI que possuem conhecimentos e habilidades em múltiplas disciplinas e capazes de ter uma visão completa em relação às tecnologias e processos da organização.
Se há alguns anos havia os arquitetos de processos de negócios e os arquitetos de tecnologia, cada um com suas atribuições, hoje as empresas procuram um profissional que reúna o melhor dos dois, além de agregar uma habilidade quase artística de criar novos caminhos e fontes de bons resultados para a organização.
O novo profissional vem na cola da mobilidade, da computação em nuvem, entre outras tecnologias que tendem a convergir, exigindo níveis mais altos de integração e entendimento.
O elevado volume de dados, sistemas complexos e a necessidade de integração entre diferentes tecnologias têm sido o cenário comum na maior parte das corporações. Em meio às diversas complicações geradas por tudo isso, cresce a procura por um profissional diferenciado: o arquiteto de Tecnologia da Informação.
Mais do que cuidar de dados e tecnologias, esse especialista é responsável por uma visão geral da empresa, com atenção a cada detalhe que permeia o ambiente de TI da corporação e suas necessidades.
“O arquiteto de TI vai além das questões técnicas. Ele trabalha com governança, olhando as questões de TI a partir da estratégia de negócio da empresa", explica Anderson Milochi, coordenador do curso de Análise e Desenvolvimento de Sistemas da BandTec, faculdade controlada pelo grupo do colégio Bandeirantes.
Na avaliação de Milochi, o arquiteto de TI "é hoje um profissional fundamental para a evolução de uma empresa por considerar dados antigos, atuais e futuros, bem como as reais necessidades dos indivíduos que compõe a companhia”.
Mas segundo alguns dos principais líderes de TI, encontrar esse profissional não é tarefa simples. Para o arquiteto corporativo da Procter & Gamble, Terry McFadden, um bom profissional da área "domina todas as áreas da empresa e deve ter uma visão holística para entender causas e efeitos do que estão fazendo". Para McFadden, já é uma questão crítica para as empresas contar com uma pessoa que tenha a habilidade de descrever e tornar problemas transparentes, de forma que as áreas de negócios entendam.
Encontrar os candidatos ideais para essas vagas é o grande desafio. "Normalmente, os indivíduos que manifestam as características ideais estão dentro da própria organização e precisam ser encontrados", ressalta McFadden.
Como recrutar arquitetos de TI?
O coordenador da BandTec lista as quatro principais competências para o profissional de tecnologia capaz de assumir esse desafio:
1. Conhecer tecnologia sob os aspectos
• Tendências e mercado: atenção e conhecimento referente às novidades de tecnologia. A atualização técnica contínua é item básico para qualquer área de TI. Significa identificar o potencial e efetividade de cada uma delas e acompanhar sua curva de surgimento, adoção e provável vida útil
• Visão de uso: entender a aplicabilidade de cada tecnologia disponível no mercado para o negócio cuja arquitetura de TI está sob sua responsabilidade
• Visão de gestão: toda tecnologia precisará ser gerenciada sob a perspectiva de negócios e de sistema. É preciso entender como implantá-la e como mantê-la
• Investimento x aplicabilidade: elencar o real custo benefícios das tecnologias disponíveis
2. Lidar com sistemas legados
Estar atento às novidades do mercado é de suma relevância para o Arquiteto de Tecnologia da Informação, já que ele depende disso para manter seus sistemas atualizados e eficientes para o negócio.
Porém, os sistemas legados não podem ser esquecidos. Os dados devem ser geridos de sua origem ao armazenamento e, muitas vezes isso acontece em sistemas legados, nos quais foram originados. Assim, conhecê-los e dominar a integração com as tecnologias recentes é vital para sua atuação.
3. Conhecer o modelo de negócio
O arquiteto de Tecnologia da Informação é um estrategista. Ele suporta a estratégia de negócios a partir de soluções de tecnologia, com o objetivo de que atendam as necessidades da empresa e seus colaboradores.
Trata-se de considerar as perspectivas de TI e negócio. Sem esse conhecimento, as chances do profissional de TI atuar como Arquiteto de Tecnologia da Informação é quase nula.
4. Soft Skils/Habilidades Humanas
Além das competências técnicas listadas acima, cada vez mais as empresas têm reconhecido a importância dos fatores comportamentais no trabalho. Seja para o sucesso dos projetos e processos, ou ainda, para o próprio desenvolvimento profissional.
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