Roberta Prescott
O sucesso do uso de soluções de big data esbarra na capacidade de as empresas não apenas conseguirem capturar e armazenar os dados, mas também de transformá-los em informações valiosas que resultem em novos negócios, aumento de faturamento.
“A empresa que fizer isto sairá na frente do mercado. E o cientista de dados exerce papel fundamental nisto”, sentenciou o vice-presidente de tecnologia do Banco do Brasil, Geraldo Afonso Dezena da Silva, durante sua apresentação no CIAB, que ocorre nesta semana em São Paulo.
Para o executivo, o grande desafio do big data é conseguir criar algoritmos que possibilitem a criação de ofertas a partir do maior conhecimento do comportamento do cliente. Como o usuário se comporta também está no foco das soluções de segurança.
O Banco do Brasil destina cerca de 10% do orçamento de TI para segurança e vem dando atenção especial às ferramentas de biometria e de análise e acompanhamento da conduta dos clientes para evitar fraudes, por exemplo, no cartão de crédito.
Vai ganhar o jogo, a empresa que estiver mais bem-preparada — e não se trata apenas de companhias do segmento financeiro. Um exemplo levantado pelo executivo refere-se ao segmento de meios de pagamentos. De acordo com ele, a tecnologia vem permitindo que novos entrantes disputem uma fatia deste mercado. “Deixamos outros players entrar. Não podemos dormir em campo”, atestou o VP do BB.
Para ganhar agilidade, o banco aposta no uso de nuvem privada, focada, principalmente, para o fornecimento de soluções internas. Já a nuvem pública está sendo avaliada para ser usada como plataforma para serviços não-estratégicos, como treinamento. “Estamos avaliando migrar [algumas soluções] para nuvem pública, pois tem um custo bastante reduzido, mas hoje usamos apenas nuvem privada e para soluções internas para o banco.”
Para suportar toda a operação, o banco construiu dois data centers, o que segundo o VP vai suportar as operações pelos próximos 15 anos. O próximo desafio está nos sistemas e como reutilizar o legado. Com infraestrutura e sistemas construídos ao longo de décadas, o Banco do Brasil está dando um novo destino ao seu legado.
Entre os exemplos citados pelo vice-presidente de tecnologia do Banco do Brasil, Geraldo Afonso Dezena da Silva, está a reconstrução do legado para permitir a oferta como serviço. “Começamos este trabalho com a plataforma de crédito, colocando as plataformas digitais mais aderentes às atuais demandas”, explicou.
Atualmente, o Banco do Brasil destina cerca de 30% do orçamento da TI para novos projetos, como novas plataformas de atendimento ao cliente. Um dos mais recentes lançamentos é o saque móvel. Lançado há menos de uma semana, o serviço permite que os clientes façam saques em caixas eletrônicos a partir do app do banco para Android, sem usar o cartão. A transação é feita usando o aplicativo. “Esta foi uma proposta de TI para o negócio”, disse o VP. “Há uma mudança. Não se trata de TI alinhada ao negócio, porque a TI é o negócio, tudo em um banco depende da TI.”
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