Agam Shah
Dispositivos Android "genéricos", com telas de 7", são esperados para este ano usando processadores quad-core de US$ 4 fabricados pela empresa chinesa Allwinner
Tablets Android genéricos ("sem marca"), com telas de 7 polegadas e chips quad-core que entregam uma performance "decente", poderão ser vendidos em breve no mercado mundial por menos de US$ 35 (cerca de 80 reais).
Atualmente é possível comprar na Amazon tablets com telas de baixa resolução por US$ 45, muitos deles com processadores simples ou dual-core fornecidos pela empresa chinesaAllwinner, fabricante de chips. Mas os preços podem cair a US$35 quando os processadores quad-core A33 Cortex-A7 "fully formed" da Allwinner começarem a ser distribuídos pelo preço de apenas US$ 4, afirma a empresa de análises de mercado Linley Group.
Arquitetura ARM
Os processadores quad-core vão entregar melhor performance que os antigos chips e serão capazes de suportar telas com resolução de 1280 x 800, diz o Linley Group. O processador é baseado na arquitetura Cortex-A7 da ARM e tem uma GPU Mali-400MP2 capaz de renderizar vídeo em alta definição. A produção em larga escala já começou e protótipos desses tablets já foram produzidos.
Os tablets baratinhos deverão ser vendidos por fabricantes chineses sem marca e não vão oferecer o caminhão de recursos e funcionalidades que os tablets da Apple ou Samsung podem oferecer, mas certamente vão causar problemas para empresas grandes como HP e Acer, que têm tablets básicos por US$ 100. O tablet da HP, o HP 7 Plus, utiliza o processador da Allwinner, o A31 Cortex-A7, segundo a fabricante chinesa.
Os tablets de US$ 35 são direcionados para compradores de primeira viagem ou usuários que não são muito exigentes sobre hardware ou software, mas certamente serão rejeitados pelos usuários intensivos, diz Jim McGregor, analista da empresa Tirias Research. Um dos motivos é a memória limitada, a baixa capacidade de armazenamento e menos portas que os dispositivos mais caros.
Além disso, esses tablets genéricos não têm suporte ao consumidor e muitos deles sequer têm a Google Play store instalada.
Tablets descartáveis
Para o analista Nathan Brookwood, da Insight 64, com esses preços estamos chegando perto de ter "tablets descartáveis". Um bocado desses equipamentos deverão vir de Shenzhen, na China, onde há alta concentração de desenvolvimente de dispositivos, diz Brookwood.
"O ecossistema de Shenzhen é apavorante", diz o analista. "Eles trabalham com margens absurdamente baixas, o tipo de margens que nenhum fabricante dos EUA pode sequer imaginar operar."
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