A gerente de parcerias estratégicas do YouTube, Amy Singer, afirmou que os brasileiros formam o segundo mercado consumidor de vídeos na internet, o que mostra um fortalecimento do mercado online no país.
Durante o 9º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo, Singer não detalhou a quantidade de acesso da população brasileira, mas revelou que o YouTube faz uploads de 100 horas de vídeo por minuto, o que tem ganhado mais força por causa de parcerias com canais informativos que hospedam seus conteúdos nele.
É o caso da empresa americana Vice Media, que criou o canal Vice News, um dos mais recentes meios jornalísticos não convencionais.
"Este novo canal está crescendo mais rapidamente, porque abarca um conceito de 'não barreiras', novos formatos e nova maneira de interagir com as pessoas", classificou Singer.
A gerente do canal líder global em vídeos de internet comentou ainda que existe interesse mundial em narrativas diferentes para conteúdos informativos, desde que sejam mais "próximas" e menos "editadas".
Além dela, representantes da Vice Media, que está formando uma equipe no Brasil, falaram sobre a força das plataformas digitais como ferramentas para criar novas narrativas para fatos noticiosos e histórias com a interação do público que está online.
"Acabou-se o foco em longos documentários, mas também não vamos competir com o imediatismo e fazer notícias em vídeos curtos. Nosso conteúdo é global e as pessoas nos ajudam a fazê-lo", contou o editor chefe da Vice, Jason Mojica, durante sua palestra.
Para Mojica, o público não é uma "entidade monolítica", mas quer experimentar informação por diversos canais, desde que seja verdadeira e com identidade.
Na era da 'Big Data' ou do grande processamento de dados dispostos na rede, outro representante do Vice News, Sterling Proffer, alertou que isso não deve gerir as decisões editoriais de uma empresa, já que servem apenas como parâmetros.
Para Proffer, vive-se um período de "Face News", em que especialmente o público jovem se informa através da timeline do Facebook, a rede social preferida dos brasileiros, e não dos jornais impressos e portais de empresas jornalísticas.
Com uma metáfora gastronômica, Proffer ressaltou que os internautas vivem em uma realidade de banquete farto, onde não precisam de garçons para servi-los, pois preferem montar seu próprio prato.
"As pessoas escolhem um buffet self-service de notícias, em que servem-se de uma coletânea de notícias de fontes diferentes", opinou.
* Diferente do que foi informado antes pela agência de notícias EFE, o Brasil não ocupa a primeira posição de consumo de vídeos no YouTube, mas a segunda. O texto foi atualizado às 15h51
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