quinta-feira, 4 de setembro de 2014

App de música Rdio volta-se a modelo grátis, mas com propagandas


O Rdio, serviço de streaming de música, lança nesta quinta-feira (4) uma nova versão da sua interface web e de seus aplicativos para Android e para iOS, com estações de rádio gratuitas (mas com reprodução de anúncios para os não assinantes).
A empresa troca, assim, o modelo de "free trial" (período de experiência) pelo "freemium" (gratuito com opções pagas): antes, permitia que usuários que não pagavam ouvissem uma quantia limitada de música por mês; agora, eles podem ouvir sem restrição de tempo, mas com anúncios.
"É o conceito de rádio na internet mesclado com o de música por assinatura", disse à Folha o presidente-executivo da empresa sediada em San Francisco, Michael Bay, durante sua passagem pelo Brasil, no fim do mês passado. "Entre os pedidos de usuários, a possibilidade de usar o Rdio gratuitamente é o mais frequente."

O sistema adotado agora é similar ao do Spotify, concorrente direto com origem na Suécia que chegou ao país neste ano.

Também haverá mudanças visuais no aplicativo: a principal é a modificação da tela inicial, que passa a ter "andares" temáticos, com recomendações e atividade dos amigos, por exemplo.

Streaming é um método de transmissão pela internet que permite que usuário ouça a canção (ou assista a um vídeo) sem ter de esperar o término do download. O Netflix, por exemplo, é um serviço de streaming de audiovisual.

A ideia é acostumar os usuários de celular à transmissão de música pela internet. "Hoje, todo o mundo escuta música no telefone, mas, no geral, não estão ouvindo por streaming", diz Bay.

"As pessoas que tinham acesso de verdade ao Rdio até agora eram os que pagavam. Mas não é assim que a internet funciona –nela, a maior parte das coisas é gratuita, e isso restringia o público que conseguíamos atingir."

As estações de rádio grátis são criadas pelo mecanismo de recomendação da empresa, a partir de uma canção, de um álbum ou de um artista. Escutar uma faixa ou um álbum específico é uma capacidade restrita a assinantes (R$ 14,90 por mês).

A empresa diz que a medida trará um maior número de assinaturas e que acredita que, mesmo com uma parte de seu faturamento composto agora parcialmente por publicidade, a maior fonte de renda da empresa continuará a ser o usuário que paga.

BRASIL

O país é o terceiro mercado para a companhia, atrás de EUA e Canadá. "Mas acreditamos que, com o crescimento do número de smartphones e essa nossa mudança para o gratuito, o Brasil tem potencial de se tornar nosso segundo maior país", diz Bay.

O maior problema para usuário brasileiro, diz a empresa, é a infraestrutura de internet móvel, precária. A companhia diz que trabalha em ajustes técnicos para melhorar a velocidade do aplicativo e o carregamento de música, mesmo com conexão lenta.

BEATLES?

Questionado, Bay diz que o Rdio está sempre em negociação com gravadoras ("temos bom relacionamento com todas elas") para conseguir ampliar seu catálogo. Ele diz que, em pouco tempo, será possível fazer cumprir a missão de ter "toda canção já gravada, em qualquer dispositivo, neste instante."

"Há dez anos, quando o iTunes foi lançado, muitos artistas disseram que não disponibilizariam suas músicas por ele [serviço e software de música da Apple], mas eventualmente tiveram de fazê-lo", diz Bay.

Mesmo, tipo, os Beatles? "Mesmo, tipo, os Beatles. Apesar de só dois deles estarem vivos. Mas acho que sim. Eles também não foram ao iTunes logo de cara [os discos da banda não constam de qualquer serviço de streaming legalmente]. Assim como qualquer novidade, nem todos estão preparados desde o princípio."

As negociações para conseguir mais conteúdo musical acontecem em lote, explica Bay. "Estamos nessas discussões, mas são discussões maiores que apenas um nome."

"Os Beatles não virão só ao Rdio: eles decidirão que estão OK com o streaming."

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