terça-feira, 16 de setembro de 2014

Computer Wold: Melhore o ensino e o aprendizado com Big Data e Analytics


Todas as economias mundiais que investiram em Educação saíram de crises, prosperaram ou estão neste caminho. No Brasil, algumas iniciativas já foram disparadas; e medidas de estímulo para ‘abertura do mercado’ como FIES, ProUni, Novo FIES e ProIES, já surtem algum efeito e podem a médio prazo, gerar impactos importantes na educação.

E é neste contexto que uma nova tendência do mundo Digital, que alavanca dados estruturados, não estruturados, Analytics, Big Data e mobilidade, pode acelerar e efetivamente habilitar transformações em diversos níveis e em diversos setores educacionais.

Uma das aplicações que têm sido estudadas neste contexto é a de Aprendizagem Adaptativa. Ela já é usada de forma incipiente em algumas disciplinas de Ensino Superior em instituições de alguns países, como matemática recursiva, engenharia, ciências humanas e sociais. E permite um ritmo extremamente rápido de personalização e adequação de conteúdo, de mensagem, de formato e de apresentação do uso e integração de tecnologias digitais altamente sofisticadas.

A filosofia de base para o conceito não é nova; porém, as tecnologias que a suportam em larga escala são bastante recentes. E já há indícios de que, mesmo em estágios iniciais de adoção, permite que instituições (públicas e privadas) possam oferecer maior qualidade, menor custo e atingir um maior número de estudantes com mais eficiência.

Em alguns estudos realizados ao redor do mundo – como os feitos por empresas como EduVentures – já há evidências de que:

• O apetite para aprendizagem adaptativa é bastante elevado – segundo o Gartner Research, inclusive, já atingiu sua maturidade em termos conceituais. O Estado do Arizona e o Carnegie Mellon já iniciaram a adoção da técnica com sucesso, bem como instituições filantrópicas como a Fundação Bill & Melinda Gates;

• O modelo tem alta demanda, por atender necessidades que as novas gerações (millenials, por exemplo) têm demandado, por interatividade, ambientes on-line, com aspectos de interação de redes sociais. Algumas destas alavancas, inclusive, têm demonstrado aumentar taxas de rematrícula em adultos;

• A adoção é lenta, mas constante. O número de instituições que utilizam a aprendizagem adaptativa é pequeno, principalmente devido à percepção de que a tecnologia é complexa ou dispendiosa. Porém, em uma recente pesquisa entre professores e administradores, 61% disseram “concordar” ou “concordar fortemente” que a aprendizagem adaptativa tem forte potencial como ferramenta pedagógica para melhorar a instrução;

• A integração de aprendizagem adaptativa com outras inovações está pouco explorada; pois, como existe uma grande quantidade de temas sendo discutidos no contexto de tecnologias, de análises e de gestão de dados, pouco ‘tempo de qualidade’ está sendo investido para aprofundamento de soluções no âmbito da educação.

O que não é Aprendizagem Adaptativa?




Apesar de existirem iniciativas ‘no caminho’ da aprendizagem adaptativa, é importante destacar as diferenças estruturais entre estes conceitos:

• A autoestimulação, embora altamente individualizada e escalável, não é aprendizagem adaptativa;

• Os agentes pedagógicos, que personalizam um currículo, em certa medida não oferecem aprendizado adaptativo;

• O ensino diferenciado, enquanto adaptativo na natureza, personaliza as instruções apenas no início de um currículo;

• Os tutoriais cara a cara, enquanto adaptativos na natureza, são ideais; mas, não escaláveis e limitados pela capacidade de um instrutor para se adaptar, em tempo real, às necessidades de aprendizagem complexas;

• A aprendizagem por maestria, enquanto mais perto da aprendizagem adaptativa do que qualquer outro método apresenta um ritmo mais lento de personalização e é menos escalável.

Mas o que é Aprendizagem Adaptativa?
Uma definição pode ser: “Conjunto de interações entre Alunos e Máquinas, na qual o conteúdo, o formato, o dispositivo e as avaliações, são apresentados com base em resultados prévios, ações, preferências, dados capturados de resultados, comparação com resultados similares, suportado em diferentes graus por instrutores ao vivo, com objetivo de criar diferentes ‘caminhos’ de aprendizado. E em escala suportado por plataformas tecnológicas escaláveis e com alta eficiência em custo e desempenho, capazes de tratar grandes volumes e variedades de dados, permitindo rapidamente personalizar ou ajustar o caminho do aprendizado para cada indivíduo, para atender às diversas metas de aprendizagem (da instituição e/ou do aluno)”.

Em outras palavras, a aprendizagem adaptativa pode incluir algumas das seguintes características:


• Personalização: Percursos de aprendizagem ‘únicos’ adaptados com base nas necessidades individuais de aprendizagem e metas;

• Remediação: Tecnologia orientando o domínio de qualquer nível de habilidade dos alunos em uma experiência de aprendizagem;

• Diferenciação: Um currículo adaptado exclusivamente adapta (se adequa?) com base nas necessidades de aprendizagem, como determinado pelas funções de ferramentas tecnológicas altamente sofisticadas;

• Automação: Tecnologia sendo utilizada para gerenciar os custos de produção, permitir escala, e informar uma ecologia mais eficiente de aprendizado;

• Empowerment: Estudantes assumindo o controle de um currículo, selecionando o conteúdo baseado em competências, objetivos de aprendizagem e preferências de entrega;

E como ser bem sucedido na Aprendizagem Adaptativa?



Algumas instituições que já iniciaram e tiveram sucesso na adoção inicial desta abordagem, compartilham alguns pontos em comum:

• Estabelecendo uma filosofia de personalização, sabendo a missão, e levando-a para fora com foco em valores, não em tecnologia;

• Identificando os problemas que a aprendizagem adaptativa poderia resolver;

• Contabilizando os custos não apenas de adotar a aprendizagem adaptativa; mas, de não adotá-la;

• Escolhendo a tecnologia com sabedoria;

• Envolvendo professores em todas as fases de aprovação;

• Iniciando em um ambiente controlado;

• Alavancando a aprendizagem adaptativa quando for mais adequado;

• Quantificando os benefícios de forma contínua.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

deixe aqui seu comentário