Michael Kan
País acusa a empresa de "não ser transparente" durante a investigação movida pelo governo sobre "problemas de compatibilidade" entre Windows e Office
Autoridades chinesas deram um prazo oficial de 20 dias para que a Microsoft explique "problemas de compatibilidade" entre o sistema operacional Windows e a suite de aplicativos Office. O ultimato foi emitido após o governo ter alertado a empresa para não obstruir a investigação sobre possíveis práticas monopolistas.
O departamento estatal da administração da indústria e comércio da China (State Administration for Industry and Commerce - SAIC) publicou uma notificação online nesta segunda-feira demandando que a Microsoft apresente uma explicação por escrito dentro do prazo intimado. A entidade reguladora antitruste tem investigado a companhia por conta de reclamações da indústria de que o software da Microsoft "não é totalmente aberto", resultando em problemas de compatibilidade e integração com produtos.
A notificação foi emitida uma semana depois que o SAIC declarou que a Microsoft não estaria sendo totalmente transparente com a investigação. O departamento tem questionado funcionários da Microsoft e em julho promoveu uma série de buscas nos escritórios da companhia na China para obter informação sobre contratos, documentos financeiros e emails internos.
O departamento de regulamentação chinês ainda tem de elaborar completamente o que de fato a investigação está procurando. O Windows é o sistema operacional dominante no mercado de PCs no país, mas por anos a Microsoft tem lutado contra a pirataria na China, tendo inclusive movido processos legais contra supostos criminosos.
Um centro chinês de procurement baniu certas compras de dispositivos com Windows 8 em maio, sendo a mídia estatal publicou que tais proibições estavam relacionadas com riscos de segurança no software.
A China também está investigando outras companhias estrangeiras por práticas monopolistas. Entre elas está a Qualcomm, que está sendo acusada de superfaturar clientes pelo uso de suas patentes. A Microsoft não respondeu imediatamente aos pedidos para comentar a notificação, mas na semana passada declarou que estava levando a sério a compatibilidade com a legislação chinesa e comprometida a responder as perguntas do SAIC.
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