Helton Simões Gomes
Dos 20 vídeos sobre política mais vistos no mundo, 12 eram dos candidatos.
Com isso, a eleição brasileira se tornou a mais comentada do mundo.
Botão 'Eu votei' no facebook incentivava usuários a
informar se haviam comparecido às urnas ou
não. (Foto: Reprodução/Facebook)
Não estava enganado o brasileiro que acessava o Facebook e tinha a impressão de não se falar em outra coisa além das eleições presidenciais. Na reta final da corrida eleitoral, encerrada neste domingo (26), a rede social foi inundada a tal ponto de publicações sobre os presidenciáveis Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB) que os candidatos chegaram a ser responsáveis por doze dos vinte vídeos de política mais vistos da rede social na semana passada.
“Juntos tiveram 64 milhões de visualizações”, afirmou Camila Fusco, diretora de comunicação do Facebook Brasil, ao G1. Não à toa as páginas dos dois candidatos tiveram a quantidade de fãs quadruplicada. A de Aécio foi de 508 mil para 2 milhões de seguidores, enquando a de Dilma saltou de 800 mil fãs para 3,7 milhões.
A popularidade dos vídeos produzidos pelos candidatos e o salto de popularidade de suas páginas no Facebook são apenas alguns dos capítulos da história de como a votação no Brasil se tornou a mais comentada da rede social de todos os tempos.
Foram 674,4 milhões de interações, como comentários, desde 6 de julho, dia do início da campanha eleitoral, até a ida às urnas no segundo turno. O volume é mais do que o dobro do recorde anterior, registrado nas eleições da Índia, onde o Facebook teve 277 milhões de ações sobre o pleito.
“A maior surpresa foi que, com menos internautas e menos pessoas, o Brasil conseguiu superar os números da Índia, que tem aquela que é considera a maior eleição democrática do mundo”, comentou Fusco.
Colaborou para isso a já conhecida fixação do brasileiro pelo Facebook –são 89 milhões de membros. Como a rede social servia como megafone do que ocorria no mundo off-line, os desdobramentos eleitorais viraram assunto. Durante as eleições, a rede reuniu três a cada cinco eleitores brasileiros.
Quem vota em quem
A presença dos muitos eleitores dispostos a falar sobre eleições foi um prato cheio para disseminar boatos, como o de que o doleiro Alberto Youssef teria morrido vítima de um envenenamento. Quando a isso, diz a executiva, o Facebook não tem como interferir. “Não é papel do Facebook determinar se dada informação é ou não verdade.” As publicações só são vetadas na rede se infringirem as políticas de uso, como conter violência ou assédio, bullying e discurso de ódio.
No que o Facebook, interferiu, sim, mesmo que indiretamente foi no mal-estar gerado entre amigos de longa data que se descobriram ferrenhos apoiadores de candidatos rivais. Como o algoritmo do site mostra as postagens de pessoas que costumam ser as mais lidas pelo usuário, demora até que ele “aprenda” que a eleição começou e a defesa feita por um petista pode não agradar a um tucano, e vice-versa. “O algoritmo vai mostrar para você mais daquilo que você consome e menos daquilo que você não consome.”
A solução para quem não recorreu aos bloqueios foi ensinar o algoritmo aos poucos quais postagens eram indesejadas. Para isso, bastava acionar a opção “não quero ver isso”. O problema era que o aprendizado não é imediato. Isso, conta Fusco, serviu para estimular o debate de pessoas que apoiavam candidatos rivais. “Algumas pessoas só perceberam que uma opinião convergia ou divergia quando seus amigos postavam a respeito.”
Com isso, a eleição brasileira se tornou a mais comentada do mundo.
Botão 'Eu votei' no facebook incentivava usuários a
informar se haviam comparecido às urnas ou
não. (Foto: Reprodução/Facebook)
Não estava enganado o brasileiro que acessava o Facebook e tinha a impressão de não se falar em outra coisa além das eleições presidenciais. Na reta final da corrida eleitoral, encerrada neste domingo (26), a rede social foi inundada a tal ponto de publicações sobre os presidenciáveis Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB) que os candidatos chegaram a ser responsáveis por doze dos vinte vídeos de política mais vistos da rede social na semana passada.
“Juntos tiveram 64 milhões de visualizações”, afirmou Camila Fusco, diretora de comunicação do Facebook Brasil, ao G1. Não à toa as páginas dos dois candidatos tiveram a quantidade de fãs quadruplicada. A de Aécio foi de 508 mil para 2 milhões de seguidores, enquando a de Dilma saltou de 800 mil fãs para 3,7 milhões.
A popularidade dos vídeos produzidos pelos candidatos e o salto de popularidade de suas páginas no Facebook são apenas alguns dos capítulos da história de como a votação no Brasil se tornou a mais comentada da rede social de todos os tempos.
Foram 674,4 milhões de interações, como comentários, desde 6 de julho, dia do início da campanha eleitoral, até a ida às urnas no segundo turno. O volume é mais do que o dobro do recorde anterior, registrado nas eleições da Índia, onde o Facebook teve 277 milhões de ações sobre o pleito.
“A maior surpresa foi que, com menos internautas e menos pessoas, o Brasil conseguiu superar os números da Índia, que tem aquela que é considera a maior eleição democrática do mundo”, comentou Fusco.
Colaborou para isso a já conhecida fixação do brasileiro pelo Facebook –são 89 milhões de membros. Como a rede social servia como megafone do que ocorria no mundo off-line, os desdobramentos eleitorais viraram assunto. Durante as eleições, a rede reuniu três a cada cinco eleitores brasileiros.
Quem vota em quem
A presença dos muitos eleitores dispostos a falar sobre eleições foi um prato cheio para disseminar boatos, como o de que o doleiro Alberto Youssef teria morrido vítima de um envenenamento. Quando a isso, diz a executiva, o Facebook não tem como interferir. “Não é papel do Facebook determinar se dada informação é ou não verdade.” As publicações só são vetadas na rede se infringirem as políticas de uso, como conter violência ou assédio, bullying e discurso de ódio.
No que o Facebook, interferiu, sim, mesmo que indiretamente foi no mal-estar gerado entre amigos de longa data que se descobriram ferrenhos apoiadores de candidatos rivais. Como o algoritmo do site mostra as postagens de pessoas que costumam ser as mais lidas pelo usuário, demora até que ele “aprenda” que a eleição começou e a defesa feita por um petista pode não agradar a um tucano, e vice-versa. “O algoritmo vai mostrar para você mais daquilo que você consome e menos daquilo que você não consome.”
A solução para quem não recorreu aos bloqueios foi ensinar o algoritmo aos poucos quais postagens eram indesejadas. Para isso, bastava acionar a opção “não quero ver isso”. O problema era que o aprendizado não é imediato. Isso, conta Fusco, serviu para estimular o debate de pessoas que apoiavam candidatos rivais. “Algumas pessoas só perceberam que uma opinião convergia ou divergia quando seus amigos postavam a respeito.”
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