segunda-feira, 13 de outubro de 2014

G1 - Solicitação de táxi via smartphone cresce em Manaus e divide opiniões




Empresa na capital tem 25% da frota cadastrada em aplicativo.App permite ao passageiro solicitar veículo mais próximo via GPS.
Aplicativo localiza taxistas mais próximos baseado em GPS 

Atualmente, é possível realizar muitos serviços do dia a dia por meio de plataformas portáteis. Agora, até solicitar táxi pode ser feito via smartphone. De acordo com uma das maiores empresas responsáveis pelo serviço em Manaus, mais de 25% a frota da capital já conta com um aplicativo que permite ao passageiro escolher o táxi mais próximo com o uso de localização por GPS.

O taxista Francisco Viana, de 58 anos, trabalha nas ruas de Manaus há 20 anos. Agora, ele vê o aplicativo como uma das principais formas de conseguir corridas. "Uso o mesmo aplicativo há dois anos. Se antigamente eu pegava dois passageiros por dia por causa dele, hoje, consigo cerca de dez. Esse tipo de serviço tem crescido e ajudado tanto os taxistas como os passageiros", avaliou.

A localização via GPS é apenas uma das funcionalidades do aplicativo. Apesar do pagamento via cartão de crédito não ser uma novidade, Viana contou ao G1 que a intervenção de um smartphone otimiza o serviço. "Conectamos uma máquina pequena ao celular via Bluetooth, e ela utiliza meu pacote de dados do smartphone para realizar o pagamento. Além disso, com o telefone, mando o comprovante do pagamento para o celular ou e-mail do cliente. Nada de papel acumulando na carteira", brincou.

A máquina, segundo o taxista, custa R$ 11,90 por mês. Para ele, o valor é pequeno comparado ao custo pago à rádio-táxi para pagar por cartão de crédito. "O aplicativo permitiu que o taxista seja mais independente. Se pagávamos com cartão de crédito para a rádio-táxi, 12% do valor da corrida ficava para a empresa - sendo que, com este recurso, o valor inteiro fica conosco", disse. "Não ficaria surpreso se as rádio-táxis deixarem de existir no futuro", acrescentou.

Embora Viana vislumbre um futuro não muito promissor para as associações de táxi, outro taxista também experiente avalia que as empresas deverão se moldar à nova ferramenta. "Muitas pessoas ainda nem sabem da existência de aplicativos que acompanham o trajeto do taxista via GPS, então as empresas devem ficar seguras por bastante tempo", disse Ademir Maciel Pereira, 49, que atua nas ruas há 19 anos. "É apenas uma questão de tempo até que a ferramenta se espalhe e chame mais a atenção dos clientes. Acho que, antes que isso aconteça, as rádio-táxis precisam se adaptar às novas tecnologias", ressaltou.

Segundo a gerente de uma das maiores companhias da capital, Paula Regina de Lima, a ferramenta tem levado o mercado local a criar novas estratégias. "A empresa vê essa ferramenta como ameaça. Porém, estamos implantando novas tecnologias para evitarmos danos. Estamos em fase de implantação de um software que permite que a nossa central faça reservas e despachos de corridas a partir de uma estação, utilizando fluxos de dados virtualmente instantâneos diretamente para os terminais dos taxistas, através do celular smartphone", revelou.

Além do novo sistema, Paula contou que a empresa tem desenvolvido um aplicativo de solicitação de táxi similar aos já existentes no mercado. "O pedido é feito apenas com o preenchimento de dados para o envio do táxi até o endereço, sem precisar ligar para nossa central de atendimento. Procuramos estar sempre informados sobre novas tecnologias em nosso seguimento para acompanharmos a evolução do mercado", disse.

Os avanços da tecnologia chamaram a atenção da assistente de contabilidade Luciana Trindade Braga, de 32 anos. O principal benefício, segundo ela, é ficar fora da fila de espera de corridas de rádio-táxi. "Ao invés de esperar pela empresa, eu posso entrar em contato diretamente com o motorista mais próximo de mim, mandar mensagem e até ligar para ele - já que o aplicativo fornece o nome e o número de telefone dele. Além disso, a possibilidade de acompanhar onde o motorista está é muito boa", afirmou.

Embora Luciana utilize o serviço diariamente, ela afirmou que a ferramenta não está livre de defeitos. "Se a conexão à Internet não estiver boa em certo ponto da cidade, é bem difícil encontrar um táxi com localização exata e não responde de forma muito rápida", explicou.

O professor de Inglês André Barbosa, de 24 anos, não aprovou o serviço móvel. "Eu até cheguei a baixar, mas nunca funcionou. Prefiro o bom e velho telefone mesmo, já que eles cadastram o número e mandam o táxi que estiver mais próximo", disse.

Para Barbosa, pedir táxi de uma empresa ainda é a forma mais segura de se locomover utilizando o serviço de transporte privado. "Não gosto da ideia de usar o aplicativo por não saber a procedência do táxi que vai me pegar. Não tenho intenção de baixar de novo", afirmou.

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