Apesar de a imagem divulgada pela equipe mostrar uma esfera visível sendo tocada em pleno ar, a técnica não gera a imagem propriamente dita, ou seja, não se produz um holograma real em pleno ar.[Imagem: Bristol Interaction and Graphics Group/University of Bristol]
Hologramas invisíveis
Em 2013, Thomas Carter e seus colegas da Universidade de Bristol, no Reino Unido, criaram uma tecnologia que eles batizaram de UltraHáptica, que usa sons para gerar sensações de objetos físicos no ar.
Agora eles adicionaram uma capacidade 3D às formas sensíveis projetadas, criando uma espécie de "holograma háptico" no espaço aberto.
Apesar de a imagem divulgada pela equipe mostrar uma esfera visível sendo tocada em pleno ar, a técnica não gera a imagem propriamente dita, ou seja, não se produz um holograma real em pleno ar - gera-se apenas a sensação tátil do objeto.
Ainda assim, o avanço é significativo ao permitir gerar sensações de objetos tridimensionais ao ar livre, com a vantagem de que os objetos podem ser movimentados à vontade em reação à movimentação das mãos de quem os toca.
Força de radiação acústica
A técnica é baseada em ultrassons produzidos por um conjunto de alto-falantes dispostos em uma base plana. Cada alto-falante, focalizado em um ponto específico no espaço acima da base, produz uma espécie de "pixel sensível", conforme o ultrassom cria perturbações no ar, permitindo que a forma do objeto seja sentida.
A sensação de toque é realista o suficiente para que os estudantes que testaram a tecnologia pudessem identificar com precisão as formas invisíveis - o único teste visual feito pela equipe consistiu em projetar os objetos sobre uma camada de óleo, obviamente plana.
Por enquanto a UltraHáptica gera apenas padrões geométricos simples, como esferas, cones e pirâmides, com dimensões entre 15 e 50 centímetros.
Aplicações e desenvolvimentos
Como cada "pixel" da imagem é gerado por um minúsculo alto-falante, os pesquisadores tentaram melhorar a resolução dos "hologramas sensíveis" miniaturizando os transdutores, mas a interferência entre eles colocou limites a essa abordagem.
Ainda assim, a equipe está entusiasmada com os resultados atuais, apontando que, além das aplicações no entretenimento e na educação em salas de aula e museus, o feedback tátil 3D poderá ser utilizado pelos médicos para sentir o interior do corpo do paciente.
"Hologramas tocáveis, realidade virtual imersiva na qual você pode sentir e controlar objetos complexos no espaço livre, tudo isto é possível usando este sistema," garante o professor Ben Long, coordenador da equipe.
Para isso será necessário acoplar o sistema a óculos especiais para geração de realidade aumentada, aí sim, dando ao usuário a visão das formas que ele consegue sentir tatilmente.
Bibliografia:
Rendering volumetric haptic shapes in mid-air using ultrasound
Benjamin Long, Sue Ann Seah, Tom Carter, Sriram Subramanian
ACM Transactions on Graphics
Vol.: 33 Issue 6, Article No. 181
DOI: 10.1145/2661229.2661257
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