Olhar Digital: Campus Party: Inovação é importante para o governo, diz Ministro das Comunicações:
Campus Party: Inovação é importante para o governo, diz Ministro das Comunicações
Durante evento, Paulo Bernardo, disse que o governo está criando mecanismos para incentivar inovação e defendeu o plano de banda larga
Cristiano Sant'Anna
Daniel Junqueira
O investimento em tecnologia é visto como fundamental para o governo Dilma, portanto, facilitar o acesso à internet pode contribuir para o desenvolvimento do Brasil, afirmou o ministro das comunicações Paulo Bernardo durante palestra realizada na Campus Partyrasil 2012.
O debate sobre o papel da inovação no desenvolvimento do Brasil também contou com participação de Demi Getshko, diretor-presidente do Núcleo de Informação e Coordenação do PontoBR (NIC.br) e Antônio Carlos Valente, presidente da Telefônica Vivo. Em pauta estava o papel do investimento em tecnologia para o crescimento do paísa, além da participação do governo e do setor privado no incentivo à inovação.
Bernardo destacou que o governo federal faz esforços para incentivar a inovação no país. "Estamos colocando no FINEP um orçamento de R$ 6 bilhões para Ciência e Tecnologia, quase o dobro do que foi ano passado", afirmou, referindo-se ao órgão do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação que disponibiliza financiamento para projetos inovadores. "Queremos diminuir a burocracia e achamos isso importante para o desenvolvimento do país. Empresas inovadoras melhoram a produtividade, a qualidade do trabalho e oferecem soluções melhores para a sociedade", disse.
Uma das principais ações de Paulo Bernardo desde que assumiu o Ministério das Comunicações em 2011, no início do governo de Dilma Rousseff, foi colocar em prática o Plano Nacional de Banda Larga (PNBL), idealizado no governo Lula, mas com algumas alterações. Foi Bernardo quem aumentou a velocidade mínima dos planos populares de 512Kbps para 1Mbps, mas ainda assim o projeto foi alvo de críticas por oferecer uma internet de velocidade considerada baixa por muitos. O ministro defendeu o PNBL.
"A nossa tarefa central é a banda larga, mas o plano vai muito além disso. Em muitas regiões não existe disponibilidade de banda larga e em alguns lugares chega a custar mais de R$ 250 por uma conexão com menos de 1 Mbps", disse. "Não achamos que só isso vai resolver. Precisamos incorporar novas tecnologias", completou.
O ministro também destacou que o governo tem planos para levar conexão de banda larga para áreas rurais, que normalmente não entram nos planos da iniciativa privada. "Empresas têm prioridade de explorar locais que têm renda e lucratividade", afirmou, referindo-se a regiões como o sul e sudeste, que normalmente possuem mais investimentos das teles em relação a regiões mais pobres do país. "Precisamos de um plano para um todo", ressaltou.
Inovação
Para Demi Getschko, "inovação é quase sinônimo de internet". Ele acredita que a web representa um ambiente propício para experimentos e que ela deve continuar livre para a criatividade não ser prejudicada. "Uma regulação pesada ou inadequada pode tolher a criatividade dos internautas", comentou.
Do ponto de vista da iniciativa privada, a internet coloca em risco empresas gigantes do passado que não se adaptaram aos avanços tecnológicos. "Empresas precisam evoluir. Duvido que alguém fabrique máquina de escrever hoje em dia", disse. Para Getschko, a internet precisa ser vista como uma ferramenta fundamental na vida do ser humano, assim como uma caneta ou um caderno. "Você tem que ter um computador e integrá-lo ao seu dia a dia e crir uma mentalidade de que isso faz parte da sua vida", afirmou.
Já segundo Antônio Carlos Valente, a inovação é fundamental para criar uma sociedade mais justa. "Uma empresa tem dois vetores importantes no processo de inovação. Um deles é quando ela se envolve em projetos como oferta de banda super rápida, ou internet por fibra óptica", disse, afirmando que a Telefônica já oferece este tipo de conexão para cerca de 60 mil domicílios. "Outro vetor é o empreendedorismo da ótica da empresa. São muitas experiências bem sucedidas neste caso", disse.
"Uma série de ações empreendedoras se desenvolvem e, se usados de maneira corriqueira por agentes da sociedade, tem capacidade de transformação muito grande", disse. Ainda segundo o executivo, "vivemos um período muito bom da história e devemos aproveitá-lo. Por isso acho que cada vez mais a sociedade, através do Estado, tem que incentivar esse tipo de ação. O empreendedorismo cria pequenas e médias empresas, que depois se tornam médias, grandes e que vão criar riquezas para todos", finalizou.