A preferência dos consumidores não é mais pelo laptop e nem tampouco pelo desktop. A bola da vez são os tablets, cuja procura só fez aumentar nos últimos anos. Segundo estimativas do IDC, este ano devem ser vendidos no Brasil nada menos que 1 milhão desses dispositivos.
Nos Estados Unidos, por sua vez, o crescimento é ainda mais expressivo. No ano passado, foram comercializados por lá 30 milhões de tablets. E a associação da indústria de eletrônica de consumo prevê que, em 2015, as vendas anuais pelas bandas de lá cheguem a 50 milhões de unidades.
O diretor de análise da indústria da Consumer Electronics Association, Steve Koenig, chegou a responsabilizar os tablets pelo declínio das vendas de TVs nos Estados Unidos. “É o produto de crescimento mais rápido da história da eletrônica de consumo. E terá muito impacto sobre a venda de TVs”, afirmou.
E por que esse dispositivo caiu definitivamente no gosto popular? Bem, são vários os fatores. Em primeiro lugar, pelo seu tamanho e formato de prancheta, o que facilita o deslocamento de um local a outro. Além disso, possibilita acesso à internet, organização pessoal, visualização de fotos, vídeos, leitura de livros, jornais e revistas e, acima de tudo, entretenimento com jogos.
Com tela touchscreen (sensível ao toque), o tablet se configura como um novo conceito – possui diversas funcionalidades de um computador completo e de um smartphone, mas não deve ser igualado a esses dois equipamentos. Afinal, o tamanho da tela do dispositivo é pequena, o que torna a leitura um pouco difícil.
De qualquer modo, existem muitas razões para olhar um tablet em vez de um laptop comum. Uma delas é que o dispositivo é extremamente móvel. O usuário pode, por exemplo, tomar notas de pé. São ideais, portanto, para estudantes que gostam de tomar notas eletronicamente.
De olho neste mercado, as fabricantes não param de lançar novas versões de seus aparelhos. Atualmente Samsung, Motorola, Semp Toshiba, Positivo e Aiox já montam seus tablets no país. A Apple, por meio da Foxconn, deve ser a próxima a entrar na lista.
Recentemente, durante a Consumer Electronics Show (CES) 2012, em Las Vegas, nos Estados Unidos, foram exibidos diversos tablets. Na avaliação de especialistas, alguns impressionaram, seja pelas especificações, seja pelo preço, seja pelas inovações. Ficou provado que esses dispositivos podem enfrentar tranquilamente o iPad 2 – dispositivo em formato tablet produzido pela Apple.
Asus, Acer, Samsung e Toshiba foram algumas das fabricantes que apresentaram tablets na CES. As características mais comuns entre os dispositivos foram as telas de alta resolução, suporte ao Android Ice Cream Sandwich, designs leves, tamanho e preços competitivos.
A Asus apresentou o TF700T, que estará disponível no país a partir do segundo trimestre de 2012. O tablet possui processador Tegra 3, da Nvidia, e preços de 600 dólares para a versão de 32GB e 700 dólares para o modelo de 64GB. Outro equipamento lançado no evento foi o ME370T. O dispositivo será lançado também no segundo trimestre, ao preço de 250 dólares. E virá equipado com chip Nvidia Tegra 3, tela com resolução de 1280x800 pixels, tanto na opção de 16 ou 32GB de espaço
Modelos mais finos e leves
A Acer despontou com o Tab A700, dispositivo equipado com processador Tegra 3 da Nvidia de 1.3GHz, 1GB de memória RAM e tela de 10.1 polegadas com resolução de 1920x1200 pixels. O aparelho possui um espaço minúsculo entre o vidro e o display, o que ajuda muito a reduzir brilho, além de possuir uma outra cobertura antirreflexo.
Já a Samsung anunciou o Galaxy Tab 7.7. O dispositivo é cotado como o mais fino e mais leve da linha de tablets da Samsung. Possui tela Super AMOLED de 7.7 polegadas com 1280x800 pixels de resolução e brilho alto, ajudando a ler em ambientes com muita luz, e cores vibrantes. A também apresentou uma novidade. Trata-se do Toshiba Excite X10. O aparelho de 10.1 polegadas destaca-se como o único modelo que pode ser considerado o mais fino e mais leve: com 7,6mm de espessura e pesando 535 gramas.
Além disso, o Excite X10 possui processador Texas Instruments multicore de 1.2 GHz, 1GB de memória e display com 1280x800 pixels. A Toshiba espera que o produto chegue ao mercado até o primeiro trimestre deste ano, com Android 4.0 e custando 530 dólares para o modelo 16GB e 600 dólares para a versão com 32GB.
Usar tablet – Um recente estudo feito pela Escola de Saúde Pública de Harvard indicou que o uso de tablet no colo pode causar dores no pescoço. O problema, de acordo com o estudo, é que a maioria dos usuários usa o portátil no colo, o que obriga a pessoa a depositar muito peso nos músculos da região do pescoço e da cabeça.
Jack Dennerlein, diretor do Laboratório de Biomecânica Ocupacional de Harvard, um dos autores da pesquisa, explica que a força na região do pescoço é muito mais “pesada” quando se manuseia um tablet do que um laptop ou um desktop.
Apesar da posição de colo ser ruim para o usuário, o estudo informa que quem tem um tablet geralmente troca mais de posição que alguém que está usando um laptop ou um desktop. Isso é uma característica, por incrível que pareça, boa.
Outra conclusão da pesquisa é que a melhor posição para usar o tablet é apoiando o aparelho numa mesa com a tela praticamente em pé do ponto de vista do usuário. Desta forma, o dono do tablet não terá grandes problemas no pescoço ou na coluna.
Procon notifica escolas que exigem tablet
Atendendo a denúncias recebidas, o Procon, órgão da Secretaria de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (SJCDH), decidiu intensificar a fiscalização que vem realizando nas escolas particulares de Salvador, com objetivo de verificar se estão obrigando os pais dos alunos a adquirir tablets como material escolar.
De acordo com o Procon, as escolas que quiserem disponibilizar apostilas e material didático em meio digital devem permitir o acesso dos alunos de várias formas, a exemplo de notebook, tablets, downloads a partir do portal da escola, e outros, cabendo ao aluno escolher aquele que lhe seja mais conveniente ou mais barato.
Até o momento, a operação verificou que os aparelhos estão sendo solicitados por duas redes de ensino de Salvador, sendo que em uma delas a instituição impõe aos pais a aquisição do equipamento na própria escola, caracterizando venda casada, o que também é vedado pelo Código de Defesa do Consumidor.
A fiscalização realizou vistoria em 12 estabelecimentos até a última quarta-feira. Dois deles receberam o ato de constatação, por estar solicitando o produto. Essas escolas terão um prazo para regularizar a situação e, caso os erros não sejam corrigidos, elas serão autuadas e responderão processo administrativo, podendo ser penalizadas com multa que varia de R$215 a R$3 milhões.