terça-feira, 21 de agosto de 2012

TI INSIDE: Assespro-SP considera investimento em Programa TI Maior ainda baixo




Após o lançamento do Programa TI Maior nesta segunda-feira, 20, associações ligadas ao setor de TI deram o parecer sobre as propostas apresentadas pelo governo. A Associação das Empresas de Tecnologia da Informação (Assespro-SP) considerou o programa como "um grande passo para fomentar o setor de software e TI considerando os números atuais", mas acredita que o investimento poderia ser maior, chegando a R$ 2 bilhões. Se comparado com o faturamento do próprio setor de TI, o investimento anunciado corresponde a algo próximo a 0,1% - muito baixo em comparação com incentivos concedidos a outros setores, por exemplo.

Em nota, a Associação fez uma dura crítica às medidas, consideradas conservadoras frente ao potencial do setor. "A primeira meta divulgada é dobrar o faturamento do Setor de TI nacional até o ano de 2020. Uma conta simples revela que esse crescimento de 100%, projetado para oito anos, equivale a uma taxa de crescimento anual média de 9%. O crescimento do Setor nos últimos 20 anos nunca apresentou uma taxa de crescimento inferior a essa, mesmo em anos de crise econômica", questiona o órgão, chamando a medida de "marketing político".

Outro ponto rebatido são os incentivos à qualificação de mão de obra, que podem ser em vão já que ocorrem com estímulos à chegada de empresas estrangeiras atuando no país. "Ao atrair mais empresas para o mercado nacional, a disputa pelos recursos humanos disponíveis se acirrará, com prejuízos para todos os envolvidos", defende a Assespro-SP.

Positivo, mas insuficiente
Para o presidente da Assespro Nacional, Luis Mario Lucchetta, a conclusão é de que o plano serve para chamar atenção para o setor de software, o que representa uma pequena evolução, mas ainda há espaço para mais estímulo. Ele reconhece que as 12 propostas que a associação enviou para implementação não foram acrescentadas diretamente, mas foram abordadas no programa de modo geral. “Agora vamos acompanhar para ver a prática”, complementou.
O presidente destacou que a associação está trabalhando com as regionais para avaliar melhor a política de certificação de software do programa, a fim de detectar possível criação de entraves burocráticos ou ônus para as empresas. “O produto de software deve ser valorizado e parece que só agora o governo 'acordou' para isso”, resume Luchetta.

ABES
A Abes (Associação Brasileira de Empresas de Software) acredita que o lançamento do Plano TI Maior pode resgatar a importância estratégica do setor de software para o Brasil e a necessidade de mudança do papel do estado no fomento à inovação. “O programa fortalece uma indústria determinante para ganhos de produtividade e competitividade em todos os segmentos da economia, na qualidade da administração pública e de vida e serviços para as pessoas”, declara o presidente da Abes, Gérson Schmitt.
Ele destacou ainda que a expectativa é de que uma nova política também consolide diretrizes e um olhar diferenciado para o setor de TI com foco no fomento ao software nacional. A associação acompanhará a nova política setorial proposta pelo governo, buscando contribuir com sugestões, experiências e instrumentos que poderão beneficiar o software nacional. 

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