terça-feira, 30 de julho de 2013

Baboo: Nos EUA, lojas rastreiam celulares para ter mais informações sobre clientes



Algumas lojas de varejo dos EUA utilizaram de uma tática polêmica para obter mais informações sobre clientes: rastrear smartphones por meio da conexão Wi-Fi – “oferecida” pela loja. Uma delas é a loja de vestuário e acessórios Nordstrom, que do terceiro trimestre do ano passado até o último mês de maio, utilizou da estratégia para identificar quantos clientes retornavam a loja, quanto tempo eles passavam em cada setor e quantos minutos demoravam para fazer uma compra, por exemplo.

Rastreio de informações sobre clientes: lojas online x lojas físicas

O experimento terminou porque foram feitas muitas críticas, como explica a porta-voz da loja Tara Darrow. No Facebook algumas pessoas chegaram a dizer que estavam “passando dos limites” quando descobriram a técnica. As empresas se defendem citando as lojas virtuais. “As lojas físicas têm desvantagem em relação às online, que obtêm informações dispersas das pessoas”, explicou em publicação do jornal The New York Times o Chefe do Grupo de Tecnologias Emergentes da Cisco, Guido Jouret, que fornece câmeras para lojas.

As câmeras funcionam praticamente da mesma maneira que o Wi-Fi, elas ‘escaneam’ um cliente, identificando o sexo e a faixa etária, e rastreiam sua movimentação dentro da loja, armazenando tudo em um banco de dados, que reconhecem caso eles voltem ao local, atualizando as informações do que ele faz em todas as passagens pela loja. Mas para os compradores, há muita diferença entre os dados obtidos em um computador e aqueles que são conseguidos fisicamente.

“A ideia de que você está sendo seguido sigilosamente numa loja é assustadora, ao contrário de um cookie, que não sabe realmente quem eu sou”, alega o Professor de Sistemas da Informação da Universidade de Miami, Robert Plant, também ao NYT. Ele ainda realça que os consumidores raramente têm controle ou acesso a estes dados. O neurocientista Bradley Voytek endossa o coro e diz que “o assustador não é a violação da privacidade, é o que podem deduzir das informações”.

Mas esse tipo de experimento também tem pontos positivos. Em New York, a loja de roupas e acessórios Macy’s cruza as informações cedidas espontaneamente por clientes – que podem ser obtidas no download do app ou na hora de fazer um cadastro – com os dados conseguidos pelo rastreio feito dentro da loja física, traçando um perfil de cada pessoa – que é atualizando constantemente – e dando dicas sempre que ela retorna ao local.

“Eu ando em Macy’s, e a Macy’s sabe que estou dentro da loja, e eles são capazes de me dar uma recomendação personalizada através do meu telefone”, celebra o presidente, Corey Capasso, que afirma que “é, literalmente, trazer a experiência da Amazon para a loja [física]”. Além disso, Capasso explica que em alguns casos, quando a loja nota que uma pessoa fica muito tempo em um local, ela envia um cupom de descontos para produtos daquele setor.

Outro exemplo está em Seattle, onde a Placed criou um aplicativo que solicita ao usuário informações sobre ele – como sexo, idade, renda e rastreio por GPS e Wi-Fi, para quando ele estiver fazendo compras –, em troca, ele ganha cartões-presente para utilizar em lojas virtuais como Amazon e Google Play. Desde agosto do ano passado mais de 500 mil pessoas aderiram ao app segundo a porta-voz da empresa, Sarah Radwanick.

Fonte: Croffi, Flávio . "Nos EUA, lojas rastreiam celulares para ter mais informações sobre clientes." BABOO: Nos EUA, lojas rastreiam celulares para ter mais informações sobre clientes. http://www.baboo.com.br/seguranca/nos-eua-lojas-rastreiam-celulares-para-ter-mais-informacoes-sobre-os-clientes/?utm_source=feedly (accessed July 30, 2013).

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