POR - ADAM CLARK ESTES
O escândalo divulgado pelo jornal O Globo de que a NSA está espionando milhões de brasileiros sem nosso conhecimento faz parte de um programa ainda maior do que o PRISM – ele é chamado FAIRVIEW.
Espalhados pelos arquivos da NSA vazados por Edward Snowden estão alguns detalhes sobre o FAIRVIEW, uma espécie de versão internacional do PRISM. Junto com um programa chamado BLARNEY e algumas outras formas de coleta de dados sem nome, o FAIRVIEW é como a NSA ganha acesso aos cabos ópticos que levam dados de internet dos Estados Unidos para o resto do mundo e vice-versa. É assim que a NSA pode ir direto à fonte quando tenta ver o que está fluindo além das fronteiras dos EUA e através de 880.000 km de cabos ao redor do mundo.
Thomas Drake é um antigo executivo da NSA que agiu como Edward Snowden em 2006 e revelou alguns segredos da agência. Ele foi processado por violar o Ato de Espionagem, mas isso não o impediu de falar com a imprensa sobre as revelações da NSA. O FAIRVIEW, ele diz, é um programa para coleta de dados upstream que não são cobertos pelo PRISM. “Upstream significa que você tem acesso ao sistema antes dele estar na internet – em sua forma pura”, Drake explicou ao Daily Dotrecentemente. E, em relação ao nome, “é apenas um nome”, ele explicou, “que ao seu nível máximo significa ser dono da internet.”
Então a NSA quer possuir a internet. Que demais. Ela já faz isso, considerando o pouco que temos de informações sobre o FAIRVIEW que vazaram, e além da breve menção nos arquivos do PRISM. O Daily Dot conversou com Mark Klein, um antigo responsável por redes de computadores na AT&T, que presenciou a NSA instalar divisores diretamente em cabos de rede. Esses divisores permitem que a NSA acesse literalmente tudo que seja transmitido pela rede da AT&T, de maneira que parece ainda mais invasiva do que o PRISM se conectar diretamente a servidores de grandes empresas de internet. Acredita-se que a NSA tenha parceria com outras empresas de telecomunicações, tanto domésticas quanto mundiais, para ganhar acesso às redes delas também.
Além do Brasil, a Alemanha também está bastante incomodada com isso tudo. De acordo com o Der Spiegel, a agência também promoveu uma vigilância em massa em cidadãos da Alemanha. É importante lembrar que isso aconteceu com ajuda das empresas de telecomunicação locais, apesar de não ser claro o que a NSA fez para isso acontecer.
Portanto, a coisa está feia para o mundo inteiro. Quem mora nos Estados Unidos está sendo espionado pelo PRISM, e quem está em qualquer outra parte do mundo pelo FAIRVIEW. Boa sorte para encontrar um pouco de privacidade.
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