A consultoria norte-americana Renesys divulgou, na semana passada, um relatório em que afirma que o serviço DNS do Google "deixou o Brasil" em reação à proposta do governo de exigir que empresas de internet armazenem os dados de brasileiros no próprio país. A medida é parte do Marco Civil, em apreciação na Câmara dos Deputados.
Procurado, o Google Brasil afirma que "não há nenhuma relação entre as duas coisas [DNS e possíveis novas regulações nacionais de localização de dados]" e que se trata apenas de "uma coincidência infeliz de timing".
Segundo a empresa, "a mudança de roteamento dos servidores de DNS faz parte [de suas] operações normais de rede".
Os serviços DNS (Domain Name System), geralmente feitos pelos próprios provedores de internet, "traduzem" o nome do site para endereço de IP.
O Google Public DNS, que era gerenciado no Brasil e passou aos Estados Unidos em 12 de setembro, foi lançado há cerca de quatro anos e supostamente agiliza o tempo gasto na conversão do endereço.
É "gratuito", mas os usuários têm os seus dados coletados e armazenados pelo Google.
A Renesys, que monitora e analisa internet, diz ter percebido que as respostas do Google DNS não saíam mais de São Paulo no "dia em que a presidente Dilma Rousseff anunciou sua intenção de requerer armazenagem local de dados". Foi quando o governo solicitou, via "Diário Oficial da União", urgência
ao Congresso na votação do Marco Civil.
O relatório descreve a ação do Google como "prudente", até a revisão da legislação por seus advogados, quando então a empresa decidiria sobre a retomada de "serviços no Brasil, como o Google DNS".
Por outro lado, deixar o país "poderia estimular concorrência local ao Google, como vimos com o Baidu, na China, e o Yandex, na Rússia"."Isso", avalia a Renesys, "não seria necessariamente uma coisa ruim para o Brasil, e para a região como um todo, no longo prazo".
O movimento não se restringe ao Brasil. De acordo com o "Washington Post", empresas alemãs como a Deutsche Telekom, de telefonia e internet, e a GMX, de e-mail, uniram-se para desenvolver alternativas nacionais aos serviços oferecidos por empresas ligadas por contrato à Agência Nacional de Segurança (NSA) dos Estados Unidos, como o Google.
Fonte: SÁ, NELSON DE . "Folha de S.Paulo." Folha online. http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2013/11/1366865-google-deixa-de-oferecer-no-pais-servico-que-agiliza-web.shtml (accessed November 5, 2013).
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