Um estudo da IT Data questiona a qualidade dos editais elaborados pelos órgãos públicos, especificamente para a compra de computadores. Ao analisar 930 editais, a consultoria concluiu que apenas 11 deles não tiveram algum tipo de direcionamento.
“A análise revelou características preocupantes, que podem efetivamente resultar em desperdício dos recursos públicos, impacto negativo na indústria nacional de TI e riscos estratégicos ao país: um grande percentual dos editais analisados fez menção direta a marcas e modelos e ou uso incorreto e incoerente de aspectos técnicos”, sustenta o documento.
A IT Data avaliou 795 editais, nas quais 57 ‘órgãos superiores da esfera federal’ compraram 466.857 computadores de mesa. A consultoria julga que esse universo representa “mais de 50% dos equipamentos adquiridos pelo governo em 2012”. De forma semelhante, foram visitados 135 editais para a aquisição de 116.494 notebooks. Nesse caso, a IT Data calcula que a amostra representa “aproximadamente 23%” dos mais de 508 mil aparelhos licitados no ano passado.
Nesses editais há menções diretas a marcas e modelos, mas também quantidade de núcleos de processamento, tipo de arquitetura, frequência da CPU e memória cache, além das questões relacionadas a índices de performance, objeto de questionamentos à parte. Como indicam os fatores mencionados, o levantamento se concentra nos processadores, terreno onde praticamente há dois competidores apenas – Intel e AMD. O resumo é que “de forma bastante desproporcional”, cerca de 40% das menções são à Intel, contra 0,8% da a AMD.
A AMD vê no relatório uma chance de ‘nivelar’ a disputa. O raciocínio básico, extraído do relatório da IT Data, é de que “não há programa de computador que não possa ser executado por CPUs de um ou outro fornecedor”. Daí que indicações, nos editais, de marcas, modelos, etc, afetem o resultado.
O ‘timing’ do relatório não é por acaso também. O governo organiza uma compra conjunta de, pelo menos, 60 mil computadores – a audiência pública é no próximo dia 11/12. E o argumento básico é o impacto financeiro das escolhas. “A diferença de preços entre PCs baseados em uma ou outra marca de processadores pode chegar a mais de 30%”, conclui a consultoria.
Fonte: Grossmann, Luís Osvaldo, and Luiz Queiroz. "Compras governamentais: Maioria dos editais direciona compra de PCs - Convergência Digital - Governo." Convergência Digital. http://convergenciadigital.uol.com.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=35510&sid=10#.Upx8qsTBOz6 (accessed December 2, 2013).
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