A varejista online Amazon anunciou nesta terça-feira que uma tecnologia da companhia foi escolhida pelo Ministério da Educação para conversão digital e distribuição de mais de 200 livros didáticos em tablets.
Embora a tecnologia Whispercast utilize o formato Kindle, compatível com o leitor digital de mesmo nome da Amazon, ela também roda em PCs e em tablets com sistema operacional Android, da Samsung, e IOS, da Apple. Nos Estados Unidos, ela já é usada em diversas escolas como ponto de acesso para compra e distribuição de livros e documentos para programas educacionais.
Sem precisar o tamanho do investimento da Amazon, o diretor geral da operação brasileira, Alex Szapiro, afirmou que a companhia apostou na investida para popularizar o uso de seu aplicativo, e, principalmente, fomentar o hábito de leitura em dispositivos digitais.
Com o aplicativo gratuito, os professores podem, por exemplo, realizar anotações e usar o dicionário diretamente nos livros didáticos.
"Pessoas com maior grau de leitura vão acabar consumindo mais livros. É um projeto de longuíssimo prazo", afirmou Szapiro à Reuters.
FATIA
Segundo dados da Câmara Brasileira do Livro, os livros didáticos respondem por 35% do faturamento do setor como um todo, considerando tanto títulos físicos quanto digitais.
No âmbito do termo de cooperação com o governo, que tem vigência até fevereiro de 2015, o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) já está utilizando a tecnologia da Amazon para gerenciar e distribuir seu catálogo de livros didáticos digitais para professores do ensino médio de escolas públicas.
Até o momento, mais de 40 milhões de títulos foram entregues.
Em 2012, o MEC anunciou a compra de cerca de 382 mil tablets voltados para esse público, mediante um desembolso de R$ 117 milhões. Na época, as empresas nacionais Positivo e Digibrás venceram pregão eletrônico para fornecer os equipamentos, num processo do qual a Amazon não participou.
E-READERS
Atualmente, o tablet da companhia norte-americana, o Kindle Fire, não é vendido no Brasil –apenas os e-readers da marca são comercializados no país. No Congresso, tramita um projeto de lei para isentar equipamentos do tipo de impostos, para que passem a receber o mesmo tratamento dos livros de papel.
Segundo Szapiro, os e-readers poderiam ser de 40% a 50% mais baratos sem a incidência de IPI, imposto de importação, ICMS e PIS/Cofins, desconto que a Amazon afirma pretender repassar aos consumidores caso a companhia deixe de arcar com os encargos tributários.
O Kindle é vendido no Brasil por R$ 299, com o modelo mais caro Paperwhite chegando a R$ 699.
Após pouco mais de um ano vendendo apenas livros digitais no país, a Amazon passou a ofertar o dispositivo eletrônico em seu site brasileiro no início de fevereiro.
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