O programador brasileiro Rodrigo Souza, 34, colocou à venda um apartamento de três quartos, com 90 metros quadrados, na quadra da praia da Pompeia, em Santos.
Pediu US$ 250 mil pelo imóvel. Souza, que mora em Nova York há quase seis anos, só aceita receber o valor em bitcoins (o que daria 450 bitcoins na cotação atual).
A exigência limita o número de interessados. Ele diz quase ter fechado negócio com um comprador no Brasil, quando a moeda virtual valia cerca de US$ 900, no começo do ano. Mas então o valor do bitcoin despencou e a venda não foi efetuada.
"Eu não aceito em reais porque, para trazer essa quantia para os EUA, eu iria pagar uma taxa de IOF absurda", diz Souza, que começou a lidar com o bitcoin há cerca de dois anos.
Isabel Fleck/Folhapress
Rodrigo Souza, que só aceita receber bitcoins
pela venda do apartamento, em frente ao Bitcoin
Center, em Nova York
O brasileiro, que trabalhou na Bolsa de Nova York como programador por quase quatro anos e hoje tem uma empresa de marketing, paga funcionários e recebe pagamentos de clientes em vários países em moeda virtual.
"O meu interesse pelo bitcoin surgiu da necessidade de mandar dinheiro para fora dos EUA e também receber de uma maneira rápida e sem nenhuma taxa cobrada", diz.
Para o brasileiro, que está desenvolvendo uma plataforma para reunir corretores interessados em iniciar uma Bolsa eletrônica, a maioria das pessoas entende o bitcoin "da forma errada".
"O bitcoin tem todas as características de uma moeda, mas ele não se comporta como uma, porque é muito instável. Hoje, ele é um meio de pagamento pela internet, mais eficiente que Paypal ou remessa", afirma.
Para não perder dinheiro diante da volatilidade, Souza diz não deixar o dinheiro parado em sua carteira virtual. Assim que recebe em bitcoins, o valor já é convertido para dólares e cai na sua conta em um banco americano.
Apesar da quebra recente da importante corretora de moeda virtual Mt Gox, o brasileiro ainda considera que é "muito mais seguro" fazer transações em bitcoins do que em moedas "reais".
"Há um risco, mas hoje é muito mais fácil alguém entrar no meu internet banking e roubar meu dinheiro." (IF)
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