O fundador do WikiLeaks, Julian Assange, afirmou nesta segunda-feira (18) em uma entrevista coletiva que abandonará "em breve" a embaixada do Equador em Londres, onde está refugiado há dois anos e dois meses para evitar uma extradição para a Suécia.
"Posso confirmar que sairei da embaixada em breve", declarou Assange, antes de destacar que a saída não será motivada pelas razões "publicadas na imprensa (do grupo) de Murdoch", que no domingo informou que o australiano tem problemas de saúde.
A imprensa britânica destacou no fim de semana, com base em uma fonte ligada ao WikiLeaks, que o australiano Assange sofre de arritmia cardíaca e problemas do pulmão, além de pressão alta.
Assange não revelou nenhum detalhe sobre o momento e a forma que deixará a embaixada equatoriana em Londres.
Na entrevista coletiva, Assange estava acompanhado pelo ministro equatoriano das Relações Exteriores, Ricardo Patiño.
O chanceler não mencionou nenhum plano para retirar Assange da embaixada, mas defendeu a atuação de todos os governos envolvidos no caso, antes de destacar que dois anos é muito tempo.
Patiño disse que o governo equatoriano segue oferecendo proteção a Assange e está disposto a conversar com os governos britânico e sueco para encontrar uma solução ao caso do fundador do WikiLeaks, especializado na divulgação de documentos confidenciais de vários governos.
O ministro falou sobre o início de uma campanha internacional para a libertação de Assange, sem anunciar detalhes.
O fundador do WikiLeaks vive na embaixada equatoriana desde junho de 2012 e esgotou todos os recursos jurídicos para evitar a execução de uma ordem de prisão emitida pela Suécia.
Assange nega as acusações de agressão sexual apresentadas por duas jovens suecas. Ele afirma temer, caso se apresente à justiça sueca, ser entregue ao governo dos Estados Unidos, onde responderia na justiça pela divulgação de centenas de milhares de documentos secretos do exército e do governo americano.
Em julho, um tribunal de Estocolmo manteve a ordem de prisão contra Assange, o que representou um banho de água fria para as esperanças de resolução de uma saga judicial que já dura quatro anos.
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