Gustavo Gusmão
Depois de ultrapassar o limite da franquia de dados, clientes das principais operadoras do Brasil têm as velocidades de conexão drasticamente reduzidas – mas ainda conseguem manter os smartphones conectados e trocar mensagens no WhatsApp, por exemplo. Só que esses planos de internet ilimitada parecem estar com os dias contados: segundo reportagem desta segunda-feira do jornal O Globo, as operadoras Vivo, TIM, Oi e Claro passarão, em breve, a cortar a conexão de seus usuários que extrapolarem na navegação.
No entanto, a ideia não é impedi-los de navegar, e sim começar a oferecer novos planos – no caso da Vivo, a empresa que abrirá a temporada de alterações, um de 50 MB, que custa 3 reais e vale por uma semana, por exemplo. As mensagens com as ofertas serão enviadas aos usuários assim que a cota for excedida, e bastará respondê-las para ativar o acréscimo e navegar com velocidade “alta” – e não a 32 Kbps, como acontece hoje.
Conforme relatado pelo Tecnoblog no começo do mês, a mudança na estratégia começa a valer já no início de novembro, como mostra esta captura de tela. Ela afetará, inicialmente, apenas usuários do pré-pago, que têm à disposição três pacotes de internet diferentes: um de 40 MB por semana e outros dois, mensais, de 200 MB e 400 MB.
Clientes em Minas Gerais e Rio Grande do Sul serão os primeiros a notar a alteração, segundo O Globo. E nos meses seguintes, a operadora pretende estender essas modificações a outros estados e também a usuários de planos pós-pagos, enquanto TIM, Oi e Claro deverão lançar planos similares em breve, de acordo com fontes ouvidas pelo jornal.
Por que acabar? – Um diretor da Oi entrevistado pela publicação afirma que a mudança segue uma “tendência mundial”, o que não deixa de ser verdade. A operadora norte-americana AT&T, por exemplo, foca hoje na oferta de planos com limite de dados – mas bem mais altos do que os oferecidos hoje pelas marcas brasileiras, chegando a 100 GB mensais no plano mais caro de internet compartilhada, contra 6 GB da Vivo. No pré-pago, são 60 dólares mensais para 2,5 GB e mais 10 dólares para um giga a mais no limite de dados. A concorrente Verizon segue a mesma linha, e cobra, normalmente, 10 dólares por GB acima da cota mensal do pós-pago.
O mesmo executivo da operadora brasileira ainda explica que a redução na velocidade visa até “agradar” aos clientes. Segundo ele, os assinantes têm uma “experiência ruim” e começam a ver as empresas com maus olhos quando navegam lentamente, e ao oferecer uma cota extra – por um acréscimo no preço, é claro –, isso deve acabar. A ideia de aumentar a receita arrecadada com internet móvel também deve entrar na lista, de acordo com o jornal, já que hoje ela representa apenas 29% do total das empresas do ramo, contra 68% do Japão.
Ainda assim, a diferença de preços e limites de dados é gigante se compararmos o que é oferecido lá fora com o que é apresentado pelas operadoras daqui. Ou seja, apesar de seguir uma “moda”, as alterações feitas pelas empresas brasileiras precisarão ser seguidas de uma gritante melhora na infraestrutura de rede – ainda falha em muitas regiões, inclusive centrais – e também nas ofertas de planos, hoje relativamente caros.
Alternativas e o 0800 – Se você tiver excedido a cota mensal ou semana após as mudanças entrarem em vigor, não haverá muito que fazer além de correr para uma área com coberta Wi-Fi, pagar pelo extra ou assinar um plano mais caro e com limite maior. Mas iniciativas como o 0800 Dados devem, futuramente, garantir acesso ao menos a serviços essenciais, como bancos e sites governamentais – mas nada de WhatsApp, provável e infelizmente.
Revelado há dois anos, o projeto tem envolvimento de órgãos do governo e da fabricante de chips Qualcomm, que o discutiu com um grupo de jornalistas, inclusive de INFO, na última Futurecom. Vice-presidente executivo da empresa, Cristiano Amon explicou na conversa que a ideia da “ação pioneira no mundo” é “fomentar a inclusão digital” – algo que, por consequência, acaba expandindo o mercado de smartphones. “Acho que em alguns anos teremos serviços privados e públicos seguindo o conceito”, disse o executivo, que citou o banco Bradesco como exemplo de instituição envolvida.
Fora isso, a operadora Claro já dá acesso gratuito a redes sociais como Facebook e Twitter em sua rede de internet móvel. Enquanto isso, a TIM permitirá aos clientes usarem o TIMmusic by Deezer sem que o serviço de streaming de música – que já cobra pela assinatura mensal – interfira no limite de dados, para ficar em dois exemplos mais conhecidos.
A Vivo, primeira da lista de operadoras a modificar os planos, prometeu à reportagem d’O Globo que avisará antes os clientes sobre a alteração na assinatura de internet. E segundo o jornal, é bom mesmo que o faça, porque a legislação atual já exige que alertas assim sejam dados com pelo menos 30 dias de antecedência.
No entanto, a ideia não é impedi-los de navegar, e sim começar a oferecer novos planos – no caso da Vivo, a empresa que abrirá a temporada de alterações, um de 50 MB, que custa 3 reais e vale por uma semana, por exemplo. As mensagens com as ofertas serão enviadas aos usuários assim que a cota for excedida, e bastará respondê-las para ativar o acréscimo e navegar com velocidade “alta” – e não a 32 Kbps, como acontece hoje.
Conforme relatado pelo Tecnoblog no começo do mês, a mudança na estratégia começa a valer já no início de novembro, como mostra esta captura de tela. Ela afetará, inicialmente, apenas usuários do pré-pago, que têm à disposição três pacotes de internet diferentes: um de 40 MB por semana e outros dois, mensais, de 200 MB e 400 MB.
Clientes em Minas Gerais e Rio Grande do Sul serão os primeiros a notar a alteração, segundo O Globo. E nos meses seguintes, a operadora pretende estender essas modificações a outros estados e também a usuários de planos pós-pagos, enquanto TIM, Oi e Claro deverão lançar planos similares em breve, de acordo com fontes ouvidas pelo jornal.
Por que acabar? – Um diretor da Oi entrevistado pela publicação afirma que a mudança segue uma “tendência mundial”, o que não deixa de ser verdade. A operadora norte-americana AT&T, por exemplo, foca hoje na oferta de planos com limite de dados – mas bem mais altos do que os oferecidos hoje pelas marcas brasileiras, chegando a 100 GB mensais no plano mais caro de internet compartilhada, contra 6 GB da Vivo. No pré-pago, são 60 dólares mensais para 2,5 GB e mais 10 dólares para um giga a mais no limite de dados. A concorrente Verizon segue a mesma linha, e cobra, normalmente, 10 dólares por GB acima da cota mensal do pós-pago.
O mesmo executivo da operadora brasileira ainda explica que a redução na velocidade visa até “agradar” aos clientes. Segundo ele, os assinantes têm uma “experiência ruim” e começam a ver as empresas com maus olhos quando navegam lentamente, e ao oferecer uma cota extra – por um acréscimo no preço, é claro –, isso deve acabar. A ideia de aumentar a receita arrecadada com internet móvel também deve entrar na lista, de acordo com o jornal, já que hoje ela representa apenas 29% do total das empresas do ramo, contra 68% do Japão.
Ainda assim, a diferença de preços e limites de dados é gigante se compararmos o que é oferecido lá fora com o que é apresentado pelas operadoras daqui. Ou seja, apesar de seguir uma “moda”, as alterações feitas pelas empresas brasileiras precisarão ser seguidas de uma gritante melhora na infraestrutura de rede – ainda falha em muitas regiões, inclusive centrais – e também nas ofertas de planos, hoje relativamente caros.
Alternativas e o 0800 – Se você tiver excedido a cota mensal ou semana após as mudanças entrarem em vigor, não haverá muito que fazer além de correr para uma área com coberta Wi-Fi, pagar pelo extra ou assinar um plano mais caro e com limite maior. Mas iniciativas como o 0800 Dados devem, futuramente, garantir acesso ao menos a serviços essenciais, como bancos e sites governamentais – mas nada de WhatsApp, provável e infelizmente.
Revelado há dois anos, o projeto tem envolvimento de órgãos do governo e da fabricante de chips Qualcomm, que o discutiu com um grupo de jornalistas, inclusive de INFO, na última Futurecom. Vice-presidente executivo da empresa, Cristiano Amon explicou na conversa que a ideia da “ação pioneira no mundo” é “fomentar a inclusão digital” – algo que, por consequência, acaba expandindo o mercado de smartphones. “Acho que em alguns anos teremos serviços privados e públicos seguindo o conceito”, disse o executivo, que citou o banco Bradesco como exemplo de instituição envolvida.
Fora isso, a operadora Claro já dá acesso gratuito a redes sociais como Facebook e Twitter em sua rede de internet móvel. Enquanto isso, a TIM permitirá aos clientes usarem o TIMmusic by Deezer sem que o serviço de streaming de música – que já cobra pela assinatura mensal – interfira no limite de dados, para ficar em dois exemplos mais conhecidos.
A Vivo, primeira da lista de operadoras a modificar os planos, prometeu à reportagem d’O Globo que avisará antes os clientes sobre a alteração na assinatura de internet. E segundo o jornal, é bom mesmo que o faça, porque a legislação atual já exige que alertas assim sejam dados com pelo menos 30 dias de antecedência.
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