terça-feira, 24 de julho de 2012

IDG Now!: US$ 130 milhões para investir no mercado brasileiro de internet

Fundo de venture capital Redpoint e-ventures vai financiar startups de internet, brasileiras e latino-americanas, interessadas em atuar no Brasil
Cristina De Luca



Sediada no Brasil, a empresa de capital de risco (Venture Capital) Redpoint e.ventures anunciou hoje o lançamento de um fundo para startups internet que desejem atuar no mercado brasileiro no valor de US$ 130 milhões. Parte desses recursos _ os sócios não revelam quanto _ já foram investidos, desde o início deste ano, em cinco empresas que revelam um pouco do perfil alvo dos investidores: Viajanet, Grupo Xangô, 55Social, Shoes4You e Sophie&Juliet.

Joint venture da RedPoint e da e.Ventures, empresas que desde 2009 fizeram vários investimentos cojuntos em empresas de internet no país, como o Groupon e a Netflix, a Redpoint e.ventures captou recursos nos últimos meses junto a empresas (limited partners) acostumadas a investirem em fundos no Vale do Silício, Europa, China, Rússia e Japão, com o objetivo de montar o maior fundo de capital de risco do Brasil focado em empresas de internet em estágio inicial, com grande potencial de crescimento.

"Não existe nenhuma restrição à localização da startup. Ela pode ser uma empresa de qualquer país, inclusive brasileira. A única condição é a de que tenha foco no mercado brasileiro de internet, web ou mobile", explica Anderson Thees, um dos sócio-fundadores da empresa, junto com Yann de Vries. Os dois serão os responsáveis por gerenciar o fundo, que tem até cinco anos (portanto até 2017) para investir os recursos disponíveis e até 2022 para vender a participação, por IPO, M&A ou recompra.

Anderson Thees tem larga experiência em e-business. Entre 2003 e 2005 foi responsável pela área de análise de investimentos em empresas de tecnologia no fundo Eccelera. Depois respondeu pelos investimentos do grupo Naspers/MIH na América Latina. E, mais recentemente, foi CEO do site Apontador, líder em geolocalização da internet brasileira, de onde saiu para fundar a Redpoint e.ventures a convite dos sócios da Redpoint e da e.Ventures.

Segundo Thees, o objetivo do fundo de US$ 130 milhões anunciado hoje é contribuir para o desenvolvimento do mercado brasileiro de internet, através da identificação e do fomento de modelos de negócios que ainda não existam aqui, seja através de empresas brasileiras inovadoras, ou de estrangeiras que queiram reproduzir aqui modelos vitoriosos em outros mercados. Especialmente nos segmentos de cloud computing, social commerce e m-commerce.

O modelo de investimento é o de participação minoritária. "Não vamos desempenhar o papel de controladores. Nosso papel será ajudar, dando todo o apoio ao empreendedor, fomentando a troca de informações na nossa rede", afirma Thees, lembrando que, combinadas, as três empresas de investimento de risco têm 180 companhias no portifólio dos fundos que administram.

A intenção dos sócios é ter entre 15 a 20 empresas no portifólio do fundo anunciado hoje. Os investimentos poderão variar entre aportes de US$ 100 mil a US$ 200 mil e aportes de US$ 5 milhões. Dificilmente os aportes iniciais serão na casa do milhão, segundo Thess. Mas essa possibilidade também não está descartada.

"Tudo vai depender do porte da empresa na qual faremos o investimento. Nosso foco é Série A, mas não vamos deixar de olhar Série B ou empresas menores", explica. A velocidade da análise e da tomada de decisão para a realização do investimento dependerá muito do empreendedor. Se ele estiver preparado para receber o investimento, a equipe do fundo tem condições de avaliar a participação em no máximo dois meses.

Em 2017 a Redpoint e.ventures pretende fazer uma nova rodada para captação de recursos lá fora _ e desta vez também aqui no Brasil _ para a criação de um novo fundo voltado para o mercado internet e tecnologia. "O Brasil é um dos mercados emergentes mais promissores para a indústria global de tecnologia", disse Yann de Vires. "Firmamos hoje um compromisso de longo prazo com os empreendedores que acreditam no país", completou.

"Queremos provar que, hoje, investir em Internet é a melhor forma de criar e distribuir valor no mercado brasileiro", reforçou Thees.

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