Satélites são mais leves e estão a menor altura da Terra que o normal.
Aparelhos orbitarão ao redor do Equador para cobrir melhor África e Ásia.
Os quatro primeiros satélites da rede O3b, que quer oferecer internet de alta velocidade e com preço acessível a três bilhões de pessoas em 180 países do mundo, serão lançados esta segunda-feira (24) da Guiana Francesa a bordo de um foguete Soyuz.
O3b é a abreviação de "Other 3 billion" (os outros três bilhões, em tradução livre), em referência aos habitantes do planeta que, por falta de infraestrutura, ainda não têm acesso rápido e fácil à internet, como nos países ricos.
A ideia surgiu em 2007 da mente do americano Greg Wyler, fundador da O3b Networks, quando o pioneiro das redes de telefonia de terceira geração (3G) estava em Ruanda e não conseguiu se conectar devido à infraestrutura deficiente do país.
Apesar disso, "os moradores desses países desejam ter acesso à internet", explicava em 2008, durante visita a Paris, onde lançou oficialmente seu projeto. E completou: "A demanda existe, trata-se de um problema de custo".
Para solucionar o problema, Wyler teve a ideia de evitar a cara infraestrutura por terra, como fibra óptica ou cabo, e colocar em órbita ao redor do Equador um conjunto de pequenos satélites que servem de repetidores entre os usuários de internet em todo o mundo e que só precisam de antenas parabólicas.
A órbita ao redor do Equador permite cobrir uma área de 45 graus ao norte e 45 graus ao sul, ou seja, uma região que inclui toda a África, quase toda a América Latina, o sudeste asiático, a Austrália e a Oceania, onde há muitos países sem infraestrutura suficiente para garantir boa conexão à rede.
Embora os satélites geoestacionários já proporcionem este tipo de serviço, seu custo de exploração e o preço final para o usuário ainda são muito altos.
Além disso, os satélites clássicos ficam a 36 mil km de altitude, são muito grandes, precisam de muita potência para emitir e os dados demoram às vezes mais de meio segundo para ir e voltar à Terra.
Leves e rentáveis
É o contrário dos satélites O3b, projetados pela Thales Alenia Space, e que estarão situados a mais de 8 mil quilômetros. Além disso, são menores (650 quilos contra as quase 6 toneladas dos geoestacionários) e se comunicam com a Terra quatro vezes mais rápido.
A logo prazo, a velocidade da internet que oferecerão será "comparável em volume e em tempo de resposta à fibra óptica", assegura a Arianespace, que colocará os quatro primeiros satélites em órbita.
Cada satélite tem 12 antenas móveis que permitem apontar para pontos precisos em função da demanda de conexão e cobrem áreas com centenas de quilômetros quadrados, assim como os satélites de observação da Terra.
O sinal que emitem é da gama de frequências Ka, que tem uma grande amplitude de banda e pode ser facilmente captado com antenas parabólicas muito pequenas.
Convencidos da rentabilidade da ideia de Greg Wyler, grandes grupos internacionais investiram no projeto, como Google, Liberty Global - líder dos operadores internacionais de cabo--, o operador de satélites SES, o banco HSBC ou o banco de desenvolvimento da África do Sul.
Os quatro primeiros satélites da rede O3b serão lançados esta segunda-feira por um foguete Soyuz do centro espacial da Guiana Francesa às 15h53 de Brasília. Os dois primeiros se separarão do foguete russo horas depois do lançamento e os dois últimos, 22 minutos depois.
Outros quatro satélites serão lançados mais adiante para completar a rede e a médio prazo serão enviados outros 16, informou a O3b Networks
Fonte: "G1 - Empresa lança satélite para tornar popular internet rápida e barata - notícias em Tecnologia e Games." G1 - O portal de notícias da Globo . http://g1.globo.com/tecnologia/noticia/2013/06/empresa-lanca-satelie-para-tornar-popular-internet-rapida-e-barata.html (accessed June 25, 2013).
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