quinta-feira, 24 de abril de 2014

G1: Aos 14 anos, 1º a usar Google Glass 2.0 no DF planeja aplicativo para blog

Garoto esperou seis meses por resposta e pagou U$ 1,5 mil por aparelho.
Informações como e-mails e mapas são apresentadas no olho do usuário.

Tiago Amorim Andrade, primeiro morador de do DF
a usar a versão 2.0 do Google Glass

Usando há menos de dois meses a versão 2.0 do Google Glass, Tiago Amorim Andrade já planeja um aplicativo para o aparelho. O estudante de 14 anos é dono de um blog de tecnologia e conseguiu a façanha de ser o primeiro morador de Brasília a experimentar a versão mais atual dos óculos de realidade aumentada. A lente apresenta imagens diretamente no olho do usuário, facilitando o acesso a informações on-line, como e-mails, notícias e mapas, além de fazer fotografias e vídeos do ponto de vista de quem a veste.

“Acho uma experiência incrível e única, queria que todos tivessem a oportunidade. O Glass facilita minha rotina, faço coisas que preciso fazer no meu smartphone mais rapidamente e as torno mais eficaz. Acho que o que ainda falta são mais opções de aplicativos. De resto está perfeito para mim. O que mais me interessou foi poder ouvir alguma música ou atender a ligações sem estar com nada no ouvido e sem nenhum alto-falante", disse.

Tiago, que não experimentou as versões anteriores, diz que se interessou pelo equipamento por ele ser novo e "exclusivo", acessível a poucas pessoas. A compra foi facilitada pelo fato de ele ser um desenvolvedor do Google – o jovem já criou dois aplicativos para Android, um para o blog e outro para uma feira de ciências.

O processo de aquisição, segundo o garoto, levou pouco mais de seis meses, incluindo o envio do pedido para a sede, nos Estados Unidos, e o tempo de análise por parte da empresa. Depois, um amigo o recebeu em casa, em Nova York, e o trouxe para o Brasil.
O Glass facilita minha rotina, faço coisas que preciso fazer no meu smartphone mais rapidamente e as torno mais eficaz. Acho que o que ainda falta são mais opções de aplicativos, de resto está perfeito para mim. O que mais me interessou foi poder ouvir alguma música ou atender ligações sem estar com nada no ouvido e sem nenhum alto-falante."
Tiago Amorim Andrade, primeiro morador do DF a ter a versão 2.0 do Google Glass

Os óculos custaram U$ 1,5 mil, incluindo o carregador, manual, lente e uma bolsinha para guardá-los. Tiago não tem autorização para emprestá-lo ou vendê-lo sem consentimento do Google, sob o risco de perder a licença de desenvolvedor.

"Não sabia como era a experiência. O que mais me surpreendeu foi que, por mais que seja uma tela aparentemente pequena, é o necessário", disse o adolescente. "A tecnologia se supera a cada dia. Acho que a tecnologia weareable, que é a do Glass, de dispositivos vestíveis, tem muito a progredir e vai revolucionar de uma maneira que ninguém espera."

A ideia de Tiago agora é criar um aplicativo que permita aos usuários do blog saberem instantaneamente, por meio do Google Glass, sobre as novas postagens do site. O Tech 4 Lovers nasceu em outubro de 2012, depois de várias pessoas pedirem ajuda a Tiago sobre as mesmas coisas, relacionadas à indicação de aplicativos e curiosidades sobre iPhones.

Tecnologia
A relação do garoto com softwares e desenvolvimento de aparelhos começou cedo. Aos 6 anos e após muita insistência, Tiago ganhou um computador dos pais. O acordo era de que não haveria internet, mas o menino conseguiu ativá-la depois de "fuçar" o equipamento.

Anos depois, ele viajou com os pais e uma família de amigos para Miami. O garoto acompanhou um amigo do pai à Apple para comprar o iPhone 4S e, contrariando a fala do vendedor, conseguiu trocar os aplicativos de lugar sem precisar conectá-lo ao computador.

"Falei para o amigo do meu pai que eu sabia como fazer, e ele, não acreditando muito, falou ao vendedor: 'Ele sabe fazer, ele sabe fazer', e riu, como se eu não soubesse. O vendedor me perguntou como, e mostrei como era simples. Esse foi o dia em que tinha certeza de que tinha um dom para tecnologia", lembra o adolescente.

A partir daí, o rapaz passou a arrumar os computadores de casa e em 2012 criou o blog. Depois, desenvolveu dois aplicativos. O primeiro permitia aos usuários terem mais facilidade e interatividade com o site, tendo acesso às notícias, enviando dúvidas ou vendo o que era compartilhado por meio do Twitter e do Facebook sem precisar acessá-lo.

O segundo, chamado de Epasp, foi criado para uma feira de ciências. O evento propunha a criação de coisas revolucionárias, que ajudassem jovens no ensino médio. O aplicativo, então, foi desenvolvido para ajudar estudantes a encontrar provas, conteúdos, gabaritos e dicas para o Enem e para o PAS.

Tiago afirma que pretende continuar trabalhando com a área quando fizer faculdade. "Adoro estudar, principalmente geografia e ciências, tomo isso como prioridade. Mas, quando terminar a escola, quero focar apenas em tecnologia", disse.

Google Glass
O Glass liga automaticamente ao ser colocado no rosto. O canto superior da telinha, que pode ser sincronizada com o smartphone via Bluetooth, mostra as funcionalidades do aparelho.
Versão 2.0 do Google Glass, adquirida por adolescente de Brasília (Foto: Tiago Amorim Andrade/Arquivo pessoal)

Para desbloqueá-lo, o usuário precisa dizer "OK, Glass". As demais funções podem ser executadas de maneira semelhante. Para tirar uma foto, por exemplo, basta dizer "take a picture". A bateria do aparelho dura cerca de seis horas.

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