Imprensa iraniana vê 'admissão' de ataques via internet ao Irã.
Declaração de chefe do serviço secreto do Reino Unido gerou polêmica.
Altieres RohrEspecial para o G1
O Comitê de Segurança e Inteligência (ISC, na sigla em inglês) do Reino Unido publicou o relatório anual destinado parlamento do país. O texto sugere que o país aumente os investimentos na área de segurança digital, especialmente em iniciativas que desenvolvam técnicas de ataque que não possam ser atribuídos às agências de inteligência.
"Embora ciberataques representem uma ameaça significativa para o Reino Unido e defender-se contra eles deve ser uma prioridade, também acreditamos que existem oportunidades significativas para as agências de inteligência e segurança e para o exército, que devem ser exploradas em nome dos interesses da segurança nacional do Reino Unido", diz o texto do relatório.
O relatório foi divulgado uma semana depois que John Sawers, chefe do Serviço Secreto de Inteligência (MI6), afirmou publicamente que o país realizou ações para interferir no programa nuclear iraniano. Sawers não disse quais medidas o país teria adotado, mas que ações começaram em 2008 e que o Irã pode conseguir armas nucleares até 2014, tornando provável uma retaliação militar por parte de Israel e dos Estados.
O priograma nuclear iraniano diz que teria sido perturbado por uma série de ciberataques até hoje atribuídos aos Estados Unidos e a Israel. No entanto, até agora nenhum país assumiu a autoria das ações contra os sistemas informatizados iranianos.
Para o site iraniano PressTV (acesse aqui), a declaração de Sawers, quando interpretada junto ao relatório, é uma admissão de que o MI6 teria realizado ciberataques contra o Irã. O texto britânico cita o Stuxnet – o vírus que destruiu centrífugas de enriquecimento de urânio no Irã – como um caso de sucesso para um ciberataque, mas também afirma que o país não esteve envolvido no desenvolvimento da praga digital.
O relatório também diz que não há envolvimento britânico nos assassinatos de cientistas nucleares iranianos, atribuídos principalmente a Israel, mas afirma que, se o Irã obtiver armas nucleares, o resultado pode ser uma "crise global de segurança energética".
Em março, o general norte-americano responsável pelo cibercomando dos Estados Unidos apresentou um testemunho perante a Comissão de Serviços Armados do senado norte-americano e também argumentou pelo investimento em armas cibernéticas.
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