quarta-feira, 21 de março de 2012

G1 - Especialistas simulam ataques para testar segurança da urna eletrônica - notícias em Política

G1 - Especialistas simulam ataques para testar segurança da urna eletrônica





Especialistas simulam ataques para testar segurança da urna eletrônica
Resultados dos testes serão divulgados no dia 29 em audiência pública.
24 especialistas, a maioria do meio acadêmico, participaram dos ataques. 

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) realizou nesta terça-feira (20) um evento de testes públicos de segurança do sistema eletrônico de votação. Vinte e quatro pessoas participarão de um processo de ataques a softwares e urnas eletrônicas.

"O objetivo é abrir o sistema eleitoral para colocar à prova de qualquer cidadão. Para burlar o voto, existem várias barreirinhas de segurança encadeadas a serem vencidas", definiu o secretário de Tecnologia da Informação do TSE, Giuseppe Tutrajanino.

Trata-se do segundo evento do tipo. O primeiro foi realizado em 2009 e nenhum participante foi capaz de manipular votos, conforme o TSE. Os resultados e conclusões desta edição serão divulgados pelo presidente do TSE, ministro Ricardo Lewandowski, no próximo dia 29, em audiência pública na sede do tribunal. Melhorias relacionadas ao sigilo do voto serão feitas já para as eleições municipais deste ano. O evento vai até a próxima quinta (22).

"É importante informar que isto não é um desafio. É uma forma de colaboração para a melhoria das próximas eleições, para a maior segurança e transparência do processo eleitoral", concluiu o secretário do TSE.

Segundo o tribunal, não é permitido danificar a urna ou entrar no ambiente de teste com mídia ou dispositivo de armazenamento regravável, incluindo qualquer aparelho com acesso à internet.

Os componentes da urna eletrônica são: o processo de carga da urna; hardware; lacre físico; dispositivos de logística que protegem a urna; mídias eletrônicas; conteúdo das mídias de dados; e software de votação utilizado na seção eleitoral.


 
Especialistas se reúnem para participar de testes
no sistema de voto eletrônico (Foto: Natalia Godoy
/ G1)

Equipamentos eletrônicos usados nos testes e que foram autorizados pelo TSE poderão ficar retidos pelo TSE por até 60 dias após a realização do evento. O TSE irá disponibilizar computadores com internet aos investigadores, que poderão configurar os sistemas com os softwares que desejarem. Durante uma fase dos testes, os investigadores terão acesso ao código-fonte do sistema das urnas.

A maioria das 24 pessoas participantes é do meio acadêmico. Cinco universidades brasileiras se prontificaram a participar do evento: Universidade Federal do Ceará, Universidade Federal de Uberlândia, Universidade Estadual de Taubaté, Universidade de Brasília, Universidade Federal de Santa Catarina.

Comissões

O professor de Ciência da Computação da Universidade de Brasília Wilson Henrique é integrante da comissão disciplinadora dos testes e disse que a cada dois anos novas barreiras de segurança são desenvolvidas. "O objetivo é avaliar o nível de profundidade de um ataque, qual seria o impacto, o 'estrago' para uma eleição. As pessoas que se candidataram são como 'hackers'", concluiu.

O diretor do Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer do Ministério da Ciência e Tecnologia, Antonio Montes falou da importância dos testes. "É importante o que o TSE tem se proposto a fazer para que pessoas de fora possam analisar em detalhes o sistema eleitoral e corrigir o que tiver de ser aperfeiçoado", afirmou o membro da comissão avaliadora da edição.

Uma terceira comissão, formada por servidores do Tribunal de Contas da União, do Superior Tribunal Federal, do Exército Brasileiro e da Polícia Civil do DF fará o papel de auditores externos para verificar se o TSE está cumprindo seu papel em relação à segurança.