sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

SECOM: CAR realiza curso para inclusão digital de quilombolas em Lauro de Freitas


Cursos voltados para comunidades quilombolas nas áreas de informática básica e manutenção de computadores continuam, até o dia 21 deste mês, na unidade do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), em Lauro de Freitas. A iniciativa faz parte do Projeto de Inclusão de Comunidades Remanescentes de Quilombos (Projeto Quilombolas), executado pela Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), vinculada à Secretaria de Desenvolvimento e Integração Regional (Sedir).

O treinamento, que na segunda etapa está capacitando 21 alunos no curso de informática básica e 16 em manutenção de computadores, é realizado por técnicos do Senai, tendo acompanhamento da coordenação do Projeto Quilombolas. Os participantes representam comunidades dos territórios de identidade do Extremo Sul, Chapada Diamantina, Piemonte Norte do Itapicuru, Recôncavo, Vitória da Conquista, Baixo Sul, Litoral Sul e Sertão Produtivo.

Segundo Benedito dos Santos Quintiliano, da comunidade Rio do Sul, no município de Nova Viçosa (extremo sul baiano), a capacitação é importante porque, além de atender uma necessidade das comunidades quilombolas, resolve a carência de profissionais na área de informática, possibilitando a formação de futuros multiplicadores. “Os alunos poderão transmitir o que aprenderam nos centros multiuso, espaços equipados com computadores e construídos nas comunidades pelo Projeto Quilombolas”.

Para Marleide Rosa da Silva, da comunidade Agreste, no município de Seabra (Chapada Diamantina), o curso é fundamental para o povoado, que já possui um centro multiuso e precisa de pessoas capacitadas na área. “É bom participar do treinamento porque poderemos ensinar outras pessoas da comunidade. Esta é uma forma também de aprofundarmos os conhecimentos sobre o povo e a cultura quilombola”.

Qualificação

Os centros multiuso integram as ações do Projeto Quilombolas, que tem metas abrangendo desde o fortalecimento das organizações comunitárias locais até a promoção do acesso à comunicação digital e à informação, à assistência técnica e qualificação das comunidades para que possam identificar e elaborar suas propostas de financiamento. Já foram beneficiadas com esses centros as comunidades Lagoa do Melquíades (Vitória da Conquista), Cariacá (Senhor do Bonfim), Agrestre e Baixão Velho (Seabra) e Cabeça da Vaca (Filadélfia).

O projeto tem o objetivo de financiar atividades em benefício de comunidades remanescentes de quilombos nos estados da Bahia, Ceará e Pernambuco. As ações são realizadas com recursos doados pelo Fundo do Desenvolvimento Social do Governo do Japão, por meio do Banco Mundial, no valor total de US$ 877,6 mil, somente na Bahia.

Fonte:

Escrituração SECOM: Fiscal Digital agora é obrigatória para não optantes pelo Simples Nacional













Todos os contribuintes do ICMS da Bahia não optantes pelo Simples Nacional agora são obrigados a utilizar a Escrituração Fiscal Digital (EFD), dispensando, assim, a escrituração dos livros fiscais. Em janeiro, a exigência passou a valer para todas as empresas baianas com receita bruta anual entre R$ 180 mil e R$ 3,6 milhões. Aquelas que estão acima desse patamar já estavam obrigadas desde 2013.

Trata-se de mais um passo da Secretaria Estadual da Fazenda (Sefaz) no sentido de ampliar o universo de empresas monitoradas de forma eletrônica, a partir da análise das bases de dados do Sistema Público de Escrituração Digital (Sped). Além da Nota Fiscal Eletrônica e da EFD, esse processo inclui o Conhecimento de Transporte Eletrônico, a Escrituração Contábil Digital e o Manifesto de Documentos Fiscais Eletrônicos, entre outros eventos.

“Com a ampliação da utilização das informações fiscais eletrônicas, a Sefaz vem assegurando que o planejamento e a execução da fiscalização sejam mais assertivos e ágeis, ampliando o combate à sonegação e evitando ou reduzindo a possibilidade de contencioso”, diz o superintendente de administração tributária da Sefaz, José Luiz Santos Souza.

Antes da obrigatoriedade da EFD, os contribuintes que utilizavam os livros fiscais tinham que fazer os seguintes procedimentos: registro de entradas e de saídas, registro de apuração do ICMS e do IPI, registro de inventário, registro do Controle do Crédito do Ativo Imobilizado (Ciap), além dos arquivos do Sistema Integrado de Informações sobre Operações Interestaduais com Mercadorias e Serviços (Sintegra).

Multa em caso de não envio da EFD é reduzida 

A Sefaz reduziu o valor da multa em caso de descumprimento do envio dos arquivos da EFD. O valor, que era de R$ 5 mil, passou para R$ 1.380 por declaração não entregue. A alteração está descrita na lei nº 12.917, de 31 de outubro de 2013, que ajusta o artigo nº 42 da lei nº 7.014/96. A nova redação prevê a mesma multa nos casos de entrega de arquivos incompletos, sem registros e/ou informações obrigatórias.

A Sefaz alerta aos contribuintes sobre a necessidade de sanear os possíveis erros na geração da Escrituração Fiscal Digital, considerando que este ano o processo de cobrança será automático, com a aplicação das penalidades previstas na lei.

Fonte: SECOM

MundoBit: Campus Party Recife deve acontecer dia 23 de julho, com público maior


Evento em São Paulo teve recorde de público. Edição local deve aumentar (Foto: AFP)

A Campus Party Recife vai ganhando forma. O secretário de Ciência e Tecnologia de Pernambuco, Marcelino Granja, recebeu nessa quinta a comissão organizadora do evento em seu gabinete. Do encontro ficou definido uma provável data para esta terceira edição: 23 a 27 de julho.

Em março, logo após o carnaval, deverá acontecer o anúncio oficial do evento em Pernambuco.

Na edição do Recife, o evento deve repetir a fórmula da edição paulista e criar um polo específico para instalação de startups locais. Como vem acontecendo em anos anteriores, o foco será o empreendedorismo. “O numero ainda não está definido, mas a ideia é selecionar algo entre 70 e 100 Startups”, explicou o presidente da Campus Party, Francesco Farruggia, presente no encontro.

A personalidade da CP Recife, que é de focar mais em negócios, foi reforçada por Farruggia. “O que percebemos em São Paulo é que a parte de entretenimento da feira é muito intensa, já aqui em Recife nós observamos que o foco é mais profissional. O campuseiro de Recife é mais qualificado, e isso é bastante natural devido ao importante polo de desenvolvimento digital que é o Porto Digital”.


Secretário se reuniu com organização do evento (Foto: Evane Manço)

Campus maior

A Campus Party trabalha com a possibilidade de aumentar a capacidade de público. No ano passado foram 2 mil campuseiros (em São Paulo, 8 mil). Além da área específica para startups, a organização espera aumentar o Campus.

As próximas reuniões serão com a Telefonica/Vivo e demais parceiros. O local que será realizado a Campus deverá ser o mesmo, o complexo Chevrolet Hall/Centro de Convenções.

Fonte: "Campus Party Recife deve acontecer dia 23 de julho, com público maior." NE10. N.p., n.d. Web. 14 Feb. 2014. <http://blogs.ne10.uol.com.br/mundobit/2014/02/13/campus-party-recife-deve-acontecer-dia-23-de-julho-com-publico-maior/>.

Portal A TARDE: Carro híbrido poderá ter imposto de importação reduzido



O governo deve fixar uma alíquota de Imposto de Importação reduzida para a entrada de carros híbridos no Brasil. O Broadcast, serviço de informações da Agência Estado, apurou que a proposta em estudo nas áreas técnicas dos ministérios da Fazenda e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) prevê a fixação de uma cota de importação com alíquota "quase zero" nos primeiros anos de implementação da política de estímulo à produção desse tipo de veículo no País.

As empresas habilitadas no atual regime automotivo (Inovar-Auto) que se beneficiarem do estímulo tributário terão de participar das fases seguintes do programa, que são a inclusão de componentes nacionais e, por fim, a montagem dos automóveis no Brasil.

Os carros importados chegariam ao País com motor movido a gasolina e elétrico. Na segunda etapa, as montadoras teriam de converter o motor para flex e permitir o uso do etanol como combustível. A última fase prevê o início da produção no Brasil.

A liberalização para importação dos carros híbridos visa criar um nicho de mercado e garantir demanda por esse tipo de automóvel. Os estímulos tributários devem possibilitar o barateamento dos preços de carros híbridos importados e dos custos de produção local desses veículos. Esse seria o caminho para apressar a introdução em larga escala dos híbridos no Brasil.

A proposta em estudo no governo é um pouco diferente da apresentada pela Associação Nacional de Veículos Automotores (Anfavea). O setor pediu ao governo isenção de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) na importação dos carros híbridos, dentro das cotas, até 2017. A partir dessa data, só continuariam com a isenção do tributo as montadoras que começassem a nacionalizar a produção dos automóveis.

O governo fará um reunião com representantes da Anfavea nos próximos dias para apresentar as ideias discutidas pelos técnicos. Acredita-se que uma proposta final possa estar formatada até o final do mês, mas ainda dependerá de aprovação dos ministros e da presidente Dilma Rousseff.

A implementação de uma política de estímulo ao carro híbrido no Brasil também tem o apoio da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), desde que os automóveis sejam equipados com motores flex.

Fonte: Veríssimo, Renata . "Portal A TARDE - Carro híbrido poderá ter imposto de importação reduzido." Portal A TARDE. N.p., n.d. Web. 14 Feb. 2014. <http://atarde.uol.com.br/materias/156864

Olhar Digital: Pendrive para smartphones e tablets é lançado no Brasil


(Foto: Divulgação/SanDisk)

A SanDisk lançou no Brasil um pendrive que pode ser usado em smartphones e tablets equipados com o sistema operacional Android. Para isso, o produto possui duas saídas, uma USB 2.0 e outra micro-USB.

É preciso que o aparelho tenha OTG² (USB On-The-Go) para usar o Ultra Dual USB Drive. As duas portas do produto possuem proteção retrátil e ele custa entre R$ 79 e R$ 249, com capacidades de armazenamento que vão de 16 GB a 64 GB.

Com ele é possível fazer transferências sem precisar de cabos ou de serviços de armazenamento em nuvem, seja entre dispositivos móveis, seja entre eles e computadores. “O SanDisk Ultra Dual USB Drive proporciona uma maneira simples e conveniente de liberar espaço e fazer backup de arquivos de smartphones e tablets”, destaca Dinesh Bahal, vice-presidente de marketing de produtos da empresa.

Fonte: "Pendrive para smartphones e tablets é lançado no Brasil." Olhar Digital. N.p., n.d. Web. 14 Feb. 2014. <http://olhardigital.uol.com.br/noticia/4029




Olhar Digital: Entidade diz que 4G pode causar apagão em milhões de TVs no Brasil


(Foto: Reprodução)

A introdução do 4G/LTE na faixa de frequência de 700 MHz - ocupada atualmente por emissoras de TV - poderá causar interferências em milhões de televisores, segundo a Sociedade Brasileira de Engenharia de Televisão (SET). A apropriação do espectro está prevista para acontecer aos poucos, com início este ano, na tentativa de impulsionar o alcance da internet móvel que hoje é restrita à limitada faixa de 2,5 GHz.

Citando testes feitos pela Universidade Mackenzie, a SET alerta que a divisão do espaço prejudicará a recepção de TV digital, causando interrupção na programação, imagens congeladas e até tela negra. “Os resultados mostram que, nos casos críticos, é necessária uma combinação de diversas medidas como alterações das antenas, adição de filtros nos televisores e nos transmissores LTE”, diz Olímpio José Franco, presidente da SET.

Por considerar difícil a convivência na faixa de 700 MHz, a entidade sugere que a banda larga móvel seja posicionada em UHF, evitando um “apagão de milhões de residências que dependem da TV aberta". Além disso, para não reduzir adicionalmente os canais destinados à TV, torna-se necessário, na visão da SET, aumentar a banda de guarda entre os dois serviços.

A organização diz que é responsabilidade da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) criar requisitos técnicos e impor obrigações às operadoras para adoção de medidas que evitem as interferências sobre as recepções de sinais digitais. Entre as propostas está a revisão dos sistemas domésticos de recepção de TV dos monitores frágeis e antigos. 

“A necessidade de reformular o parque doméstico de antenas de recepção implica em custos expressivos, que ainda precisam ser calculados, e num enorme desafio logístico. Também impõe aos profissionais da SET a responsabilidade de apoiar o desenvolvimento de profissionais e a especificação de equipamentos adequados a essa tarefa”, observa Franco. 
A Resolução 625/2013 da Anatel estabelece que o 4G/LTE ocupe a faixa de frequência de 698 a 806 MHz, conhecida como a faixa de 700 MHz, adjacente à de 470 a 698 MHZ, que continua destinada no Brasil à TV aberta. Um leilão previsto para este ano vai definir as operadoras do espectro.

Fonte: "Entidade diz que 4G pode causar apagão em milhões de TVs no Brasil." Olhar Digital. N.p., n.d. Web. 14 Feb. 2014. <http://olhardigital.uol.com.br/pro/noticia/entidade-diz-que-4g-pode-causar-apagao-em-milhoes-de-tvs-no-brasil/40304>.

Portal A TARDE: Cientistas avançam rumo à geração ilimitada de energia



A notícia que cientistas na Califórnia conseguiram produzir energia pela primeira vez em um laboratório por meio da fusão nuclear alimenta a esperança que o processo sirva para gerar energia sem limites no futuro.

Os pesquisadores do Centro de Ignição do Laboratório Nacional Lawrence Livermore, que faz parte do Departamento de Energia e abriga as maiores instalações de laser do mundo, com 192 aparatos que ocupam o espaço de um estádio de futebol, acabam de revelar suas conquistas na revista "Nature".

Durante o experimento em setembro do ano passado, os cientistas dirigiram a energia do laser mais potente do mundo a um alvo do tamanho de uma ervilha situado no interior de uma pequena lata dourada, o que desencadeou uma reação de fusão que liberou uma enorme quantidade de energia durante uma fração de segundo.

O laser tem a capacidade de projetar brevemente sobre seu alvo mais energia que a que se usa em um determinado momento em todo os Estados Unidos.

O experimento conseguiu replicar o poder do sol, que propaga energia graças às reações de fusão que se produzem em seu núcleo e nas quais os átomos de hidrogênio se transformam em hélio.

O Centro Nacional de Ignição da Califórnia, no qual o governo investiu US$ 5,3 bilhões, nasceu com o objetivo de produzir fusão nuclear, um processo no qual os átomos de hidrogênio se comprimem até que se fundem em átomos de hélio, da mesma forma que ocorre no sol.

O êxito de setembro se repetiu durante um segundo experimento em novembro, segundo explicou à "Nature" Omar Hurricane, físico do laboratório californiano e principal autor do artigo publicado na revista.

Em ambos casos, a fusão de hidrogênio gerou mais energia que a que se injetou inicialmente para favorecer o processo, embora os especialistas ressaltem que o sistema de raios é pouco prático porque apenas cerca de 1% da energia inicial alcança o hidrogênio.

Mesmo assim, tanto os pesquisadores que fazem parte do projeto, como a comunidade científica em geral e os meios de comunicação, qualificaram o ocorrido como um grande passo adiante.

"Pela primeira vez obtivemos mais energia no combustível que a que injetamos" ao usar esta técnica, afirmou Hurricane em declarações ao jornal "The Wall Street Journal".

Apesar do avanço, os pesquisadores estão ainda longe de conseguir o que se conhece como ignição, que permite gerar mais energia que a consumida em uma cadeia autossustentável e sem a qual o processo de geração energética mediante fusão não seria prático.

O laboratório não conseguiu alcançar em setembro de 2013 seu alvo de conseguir ignição termonuclear, na qual a reação é autossustentável e gera toda a energia que seja necessária para operar os raios.

O processo é similar ao de acender um fósforo para queimar uma pilha de madeira.

Durante os experimentos de setembro e novembro, grande parte da energia se dissipou e não conseguiu alcançar o combustível.

Mesmo assim, representa a primeira conquista concreta após anos de insucessos e promessas fracassadas e oferece um modelo concreto de como poderia funcionar um reator de fusão nuclear.

Os Estados Unidos testaram a primeira bomba de hidrogênio em 1952, que gerou uma grande quantidade de energia mediante a fusão de átomos, mas essa geração aconteceu toda de uma vez.

O que se busca com os raios é criar uma reação muito menor e manejável.

A esperança dos cientistas é que este processo conduza em última instância a uma geração abundante de energia limpa, que poderia substituir os combustíveis fósseis e a fissão nuclear e seus perigosos resíduos radioativos.

As usinas nucleares atuais geram eletricidade mediante fissão, que envolve a separação dos átomos. Na fusão, os núcleos atômicos se comprimem em um ambiente de grande calor e pressão para gerar energia.

Entre os aspectos mais promissores dos experimentos realizados em setembro e novembro figura o fato de que o núcleo do hélio gerado pela explosão da fusão inicial aqueceu os átomos de hidrogênio próximos.

Na atualidade só uma pequena parte do hidrogênio se funde e para que o sistema do laser seja efetivo, as reações de fusão teriam que propagar-se ao resto do combustível de hidrogênio.

Fonte: "Portal A TARDE - Cientistas avançam rumo à geração ilimitada de energia."Portal A TARDE. N.p., n.d. Web. 14 Feb. 2014. <http://atarde.uol.com.br/materias/156876

G1: Em 2013, quase 2 milhões de relógios conectados foram vendidos


Mais de 60% dos aparelhos rodam o Android, do Google, diz Strategy.
Esse é o sistema operacional do mais famoso desses dispositivos, o Gear.



Gear apresenta hora e previsão do tempo
(Foto: Divulgação/Samsung)

A consultoria Strategy Analytics divulgou nesta quinta-feira (13) um balanço de vendas de relógios inteligentes em 2013 que mostra que pouco menos de 2 milhões de unidades foram comercializadas.

Do volume total, 61% desses computadores de vestir rodam o sistema operacional Android, como o mais conhecido deles, o SamsungGalaxy Gear, o que totaliza 1,2 milhão de aparelhos. O restante, pouco mais de 700 mil relógios, operam outro tipo de sistema operacional.

Em novembro do ano passado, a Samsung afirmou ter vendido 800 mil Galaxy Gear. No Brasil, o dispositivo custa R$ 1,3 mil e nos EUA, US$ 300. O relógio funciona muito mais como um acessório de tablets e smartphones da fabricante sul-coreana do que um aparelho autônomo.

Os relógios inteligentes são os principais exemplares da nova onda de computadores vestíveis, que também inclui o óculos inteligente do Google, o Glass. O volume vendido desses dispositivos parece pequeno, mas estimativas apontam que os números devem crescer nos próximos anos.

Em relatório divulgado ainda em dezembro de 2013, a consultoria Juniper Research prevê que o volume dos PCs de vestir deve chegar a 130 milhões até 2018.

Fonte: "Em 2013, quase 2 milhões de relógios conectados foram vendidos." Tecnologia e Games. N.p., n.d. Web. 14 Feb. 2014. <http://g1.globo.com/tecnologia/noticia/2014/02/em-2013-quase-2-milhoes-de-relogios-conectados-foram-vendidos-diz.html>.

Portal A TARDE: LG divulga novo celular com tela maior



Aparelho tem tela de 5,9 polegadas

A sul-coreana LG Electronics revelou uma versão melhorada de seu smartphone G Pro com tela grande nesta quinta-feira, 13, com a esperança de chegar ao terceiro lugar em vendas globais de smartphones este ano.

Atualmente na quarta posição, A LG quer ultrapassar a Huawei Technologies e a Lenovo, que recentemente fechou acordo para comprar a divisão de aparelhos da Motorola do Google por 2,9 bilhões de dólares. Se aprovado, o acordo vai catapultar a Lenovo da quinta para a terceira posição, ameaça que executivos da LG Electronics minimizam.

"O acordo Lenovo-Motorola criou muita comoção na mídia, mas isso não tem sido discutido na nossa companhia", disse Andy Kim, chefe de planejamento móvel da LG Electronics, durante coletiva de imprensa.

O G Pro 2 da LG chega antes de uma oferta da líder Samsung ainda este mês. A Apple também pretende lançar um novo iPhone com tela maior este ano.

O aparelho da LG tem tela de 5,9 polegadas, maior que sua tela de 5,5 polegadas do modelo anterior e uma das maiores do mercado. Será equipado com processador Qualcomm Snapdragon 800.

Fonte: "Portal A TARDE - LG divulga novo celular com tela maior." Portal A TARDE. N.p., n.d. Web. 14 Feb. 2014. <http://atarde.uol.com.br/materias/156868

G1: Presidente da Motorola troca empresa pelo Dropbox


Dennis Woodside deixa empresa 14 dias após Lenovo comprar Motorola.
Google vendeu companhia por US$ 3 bilhões.

O CEO da Motorola, Dennis Woodside, no anúncio mundial do smartphone Moto G, em São Paulo. (Foto: Gustavo Petró/G1)

Dennis Woodside, até então presidente-executivo da Motorola Mobility, anunciou nesta quinta-feira (13) que deixou o cargo na fabricante de celulares para assumir o posto de diretor de operações do Dropbox, serviço de armazenamento digital.

A saída do executivo ocorre 14 dias depois de a divisão de celulares da Motorola, liderada por ele, ter sido vendida pelo Google à chinesa Lenovo no fim de janeiro por quase US$ 3 bilhões. Como parte da transação, o Google adquiriu 5,94% da fabricante de computadores chinesa por US$ 750 milhões.

Woodside presidiu a Motorola por um ano e seis meses. Para auxiliar na transição da passagem da empresa para a Lenovo, Jonathan Rosenberg, vice-presidente do Google entre 2002 e 2011, assumirá o posto de diretor de operações da Motorola em 1º de abril.

“Jonathan trabalhou muito próximo a mim para construir uma equipe de gestão na Motorola e esteve intimamente envolvido na direção dos negócios e na decisão dos produtos ao lado do atual time de gestão”, escreveu Woodside no blog da Motorola.

“Essa não foi uma decisão fácil de tomar, mas eu sei que a Motorola está em boas mãos –agora e no futuro”, afirmou.

Woodside diz que, durante seu tempo à frente da empresa, a Motorola “construiu dois dos celulares mais amados da companhia”, referindo ao Moto X, primeiro smartphone desenvolvido inteiramente como uma companhia do Google, e o Moto G, uma versão simplificada do aparelho carro-chefe.

Durante o lançamento do Moto G, em evento realizado em São Paulo, em novembro do ano passado, o executivo disse ao G1 que a intenção da Motorola era reduzir o número de aparelhos lançados.

Fonte: "Presidente da Motorola troca empresa pelo Dropbox." Tecnologia e Games. N.p., n.d. Web. 14 Feb. 2014. <http://g1.globo.com/tecnologia/noticia/2014/02/presidente-da-motorola-troca-empresa-pelo-dropbox.html>.

G1: Bitcoin pode minar poder do banco central dos EUA, afirma estudo


Fed poderia perder controle sobre suas políticas monetárias.
Nobel de Economia diz que bitcoin é 'moeda perversa'.

Café em Vancouver, no Canadá, que aceita bitcoins (Foto: Andy Clark/Reuters)

Um estudo feito pelo serviço de pesquisa do Congresso dos Estados Unidos sugere que o crescimento da circulação de bitcoins pode afetar a efetividade da política monetária do Fed, o Banco Central norte-americano. Publicado em dezembro, o documento ecoa uma preocupação explícita sobre os riscos à economia oficial relacionados à criptomoeda não só dentro do governo dos EUA, mas manifestado também de forma mais incisiva pela Índia e China.

O departamento que elaborou o estudo abastece os congressistas norte-americanos com análises sobre questões de interesse público.

No Brasil, segundo o Banco Central informou aoG1, por e-mail, a lei que regula os pagamentos "estabelece que sejam regulados apenas os arranjos de pagamentos que, segundo avaliação técnica, possam ter importância sistêmica". "O BC analisou o emprego de bitcoins e, por ora, considera que ele não é de relevância para o sistema financeiro brasileiro".

O estudo norte-americano, antes de entrar nos possíveis riscos ao sistema monetário americano, explica o funcionamento e a escala de utilização do bitcoin. Como a função do Fed é manter estáveis os preços e o mercado financeiro e atingir o máximo nível de empregabilidade, a popularização da criptomoeda é o risco.

"Pela escala corrente do uso de bitcoin, é provavelmente muito pequena para afetar significativamente as habilidades do Fed de conduzir a política monetária e atingir esses três objetivos. Entretanto, se a escala de utilização crescesse substancialmente, isso poderia ser razão para preocupação", informa o estudo, assinado por Craig Elwell, especialista em política macroeconômica, e pelos advogados legislativos Maureen Murphy e Michael Seitzinger.
Para Paul Krugman, Nobel de economia, bitcoin é
'sonho impossível' e uma moeda 'perversa'.
(Foto: Darlan Alvarenga/G1)

"Conceitualmente, o bitcoin poderia ter um impacto na condução da política monetária à medida que isso afeta substancialmente a quantidade de dinheiro ou influencia a velocidade (taxa de circulação) de dinheiro através da economia ao reduzir a demanda por dólares".

Nos Estados Unidos, o uso é crescente. A empresa norte-americana que realiza conversões instantâneas de bitcoin para dólares possui 20 mil cadastrados. O time de basquete Sacramento Kings anunciou que aceitará bitcoins na compra de ingressos. A loja do comércio eletrônico Overstock vendeu US$ 126 mil em produtos no primeiro dia em que passou a aceitar a criptomoeda, em 10 de janeiro.

O estudo considera que, se os bitcoins continuarem a serem usados como ocorre hoje (trocados por dólares e depois convertidos novamente para a moeda), "o efeito no suprimento de dinheiro seria pequeno".

No entanto, se o uso da criptomoeda avançar, fazendo o interesse por dólares diminuir, a necessidade de poupar cairá e a velocidade de circulação tende a aumentar. Isso drenaria a quantidade de dinheiro, tanto aquela em circulação quanto as reservas dos bancos mantidas no Fed. "Nesse caso, para o Fed manter o mesmo grau de acomodação monetária, seria necessária empreender um aperto compensatório na política monetária. No mínimo, um substancial uso do bitcoin poderia fazer a mensuração de velocidade mais incerta, e o julgamento da postura apropriada para a política monetária mais incerta".

No ano passado, a cotação da moeda atingiu o pico de US$ 1,2 mil graças a iniciativa do próprio Congresso dos EUA de realizar audiências públicas com defensores e detratores do Bitcoin. Anteriormente, Paul Krugman, prêmio Nobel de economia e ex-presidente do Fed, já havia se manifestara contra a moeda, chamando-a de "sonho impossível" e, mais recentemente, de "perversa".

Milton Friedman, outro economista ganhador do Nobel, já havia previsto em 1999 que uma moeda digital iria colocar em xeque os poderes do Estado sobre a economia.

China e Índia não pagaram para ver. Ao invés de estudos, os países asiáticos atuaram para dificultar as transações em seu território.

Em 5 de dezembro, o ministério da Indústria e Tecnologia da Informação, a Comissão Regulatória Bancária, a Comissão Regulatória de Títulos e a Comissão Regulatória de Seguros da China declararam que o bitcoin não era uma moeda, mas um bem mobiliário, por não ser emitida por nenhuma autoridade monetária.

Fizeram isso para "proteger os interesses de propriedade do público, a posição do renminbi (moeda chinesa), tomar precauções contra o risco de lavagem de dinheiro e manter a estabilidade financeira". Treze dias depois, a maior casa de câmbio chinesa parou de intermediar as ações, o que derrubou a cotação.

Já na Índia, dois dias após o Reserve Bank, o banco central indiano, ter publicado aviso de que o bitcoin e outras moedas digitais possuíam riscos, a casa de câmbio local, BuySellBitco.in, interrompeu suas transações. Seu administrador chegou a ser preso.

Fonte: Simões Gomes, Helton . "Bitcoin pode minar poder do banco central dos EUA, afirma estudo." Tecnologia e Games. N.p., n.d. Web. 14 Feb. 2014. <http://g1.globo.com/tecnologia/noticia/2014/02/bitcoin-pode-minar-poder-do-banco-central-dos-eua-afirma-estudo.html>.

G1: Entenda como é uma transação feita com a moeda virtual bitcoin


Veja como funcionaria uma compra de um celular por meio da moeda.
Tecnologia do bitcoin também pode fazer papel de 'cartório virtual'.


O que está por trás de uma operação que envolve bitcoins não é exatamente um caminho muito simples. Além do infográfico acima, que apresenta o caminho de uma transação, há detalhes mais técnicos de como o bitcoin é usado. Veja abaixo:

Carteiras e endereços
A "carteira" do Bitcoin é o arquivo que guarda o par de chaves públicas (que toda a comunidade pode verificar) e privadas usadas na autorização das transações. O endereço de bé formado a partir de uma codificação da chave pública, para representá-la de uma forma mais compacta.

Chave pública e privada
O sistema de chave pública e privada não é exclusivo do bitcoin – ele é base de muitos sistemas de confiança e criptografia digitais, inclusive parte do "cadeado" que aparece em sites seguros da web e os certificados digitais brasileiros (como o e-CPF). Funciona da seguinte forma: a chave pública pode ser usada para verificar se uma assinatura digital foi gerada pela chave privada, bem como codificar dados que somente a chave privada poderá abrir. Ou seja, a chave pública é para o uso dos outros, enquanto a chave privada é usada por você.

Uma transação de bitcoins inclui a chave pública do(s) destinatário(s). Quando essa transação for referenciada como origem do dinheiro, apenas a chave privada, que somente o destinatário possui, será capaz de gerar o código autorizador (assinatura digital) que será aceito. Caso alguém roube sua "carteira", que contém a chave privada, essa pessoa poderá gerar as assinaturas e gastar seu dinheiro. Tudo no bitcoin é um contrato que exige sua assinatura.

Bloco e corrente de blocos
Todas as transações de bitcoin são reunidas em blocos. Um bloco é "ligado" ao bloco anterior informando qual foi o "hash" (um código que é calculado e aceito pela rede de bitcoins), formando a "corrente de blocos" até o primeiro bloco do bitcoin. Ou seja, ao ler todos os blocos é possível ver todas as transações já realizadas com a moeda.

O hash é um número que representa uma informação, gerado a partir de uma fórmula preestabelecida. Mínimas alterações nos dados geram um hash completamente diferente e imprevisível. Dessa forma, alterar os blocos do bitcoin mantendo os hashes já computados é extremamente difícil, o que protege a corrente contra manipulação do seu "passado". O hash, por ser um número muito grande, costuma ser representado em hexadecimal, ou seja, com números de 0 a 9 e letras de A a F.

Mineradores
Mineradores montam os blocos do bitcoin. Primeiro, eles agrupam as transações que estão sendo propagadas na rede, mas que ainda não foram inclusas em um bloco já ligado com a corrente. Uma vez com o bloco montado, o minerador calcula o "hash" para o bloco. Mas o bitcoin não aceita qualquer hash.

Calcular o hash dos mesmos dados sempre terá o mesmo resultado. Existe, portanto, um dado dentro do bloco que o minerador pode manipular. Esse dado é apenas um número, chamado de "nonce". O minerador então começa a calcular repetidos hashes do bloco, alterando apenas o número nonce a cada tentativa.

Como o "hash" é apenas um número, o bitcoin estabelece um valor máximo para o hash. O bitcoin trabalha com números extremamente grandes, mas, para fins de exemplo, vamos supor que o hash não pode ser maior do que 8. Quando o minerador encontrar um "nonce" que faz o bloco ter um hash 6, por exemplo, ele propaga isso para a rede. O bloco está resolvido e pode integrar a corrente de blocos.

Blocos de bitcoins devem levar, em média, 10 minutos para terem seu "nonce" encontrado. Caso os mineradores estejam encontrando o "nonce" muito rapidamente, o valor máximo (8, no exemplo) é diminuído, para dificultar o trabalho. Caso os mineradores estejam muito lentos, o valor máximo é aumentando, facilitando o trabalho, pois o número de hashes válidos aumenta. Esse ajuste é proporcional e é calculado pela rede periodicamente, baseando-se na velocidade média de geração de cada bloco.

Pelo seu trabalho, os mineradores ganham uma quantidade de bitcoins. Atualmente, esse valor é de 25, mas ele será diminuído pela metade quando a rede atingir determinado número de blocos, até que moedas não sejam mais geradas. O minerador também fica com o "troco" de todas as transações do bloco, caso esse troco não tenha sido "devolvido" ao pagador na transação.

Blocos órfãos
Caso dois mineradores encontrem um "nonce" juntos ou quase juntos, a rede terá dois blocos válidos em circulação. Eventualmente, um novo bloco será gerado, mas ele referenciará apenas o hash de um dos blocos anteriores. O bloco que sobrou, chamado de "bloco órfão", é descartado. Se a transação foi incluída apenas no bloco órfão, ele terá que ser novamente incluída em um bloco futuro, o que pode fazer com que uma transação leve mais de 30 minutos até ser oficialmente parte do histórico do bitcoin.

Não há 'saldo'
Quando se fala que o bitcoin é uma "moeda criptográfica", supõe-se que ele funcione como o papel-moeda, e que as "carteiras" de bitcoins guardam seu dinheiro até você transferir para outra pessoa. Esse, porém, não é o caso. Carteiras de bitcoin não guardam dinheiro algum, e você não tem necessariamente um "saldo".

Em vez disso, todas as bitcoins ficam nas transações. As moedas que você recebe não ficam em sua carteira e não são gastas dizendo o equivalente "vou usar agora 5 BTC da minha carteira". Para usar as bitcoins, o software gerenciador precisa apontar uma transação específica de onde as moedas foram recebidas.

Por exemplo, se você recebeu três moedas de bitcoin (BTC) de uma pessoa A, e mais duas moedas de bitcoin de uma pessoa B, e quer usar quatro moedas, o software do bitcoin iniciará uma transação que identifica como "origem" essas duas transações anteriores, que somam 5 BTC. A moeda bitcoin que sobra é o troco e ele também é enviado – de volta para você mesmo. Quando você quiser usar essa moeda, o software terá de referenciar essa mesma transação, dizendo, de certa forma, "quero usar esse 1 BTC que ficou de troco para mim".

Detalhe: o envio desse "troco" não é automático. O software é que gerencia isso. Essa "transação", portanto, tinha dois destinatários: 4 BTC para uma pessoa, 1 BTC de volta para você. Caso essa segunda transação do "troco" não fosse informada, a moeda que sobra ficaria com o minerador que incluiu a transação no bloco que foi incluído na corrente de blocos do bitcoin (entenda o que são mineradores e a corrente de blocos, abaixo).

O bitcoin funciona assim por dois motivos. Um deles é que calcular o "saldo" de uma carteira levaria muito tempo. O banco de dados completo do bitcoin, somando todos os blocos da corrente, tem aproximadamente 13 GB hoje, mas aumentará muito mais. Para calcular o saldo de uma carteira, seria preciso processar esse banco de dados inteiro e chegar ao balanço. Especificar a origem das moedas permite que a verificação seja mais simples: basta procurar as transações em que aquela mesma moeda foi gasta. Se houver uma transação mais nova do que a especificada, e que não dá o direito de uso da moeda para quem a está usando, então ela já foi gasta e não pode ser usada.

Outro motivo é que as transações permitem a configuração de autorizações programadas. Ou seja, o bitcoin não funciona apenas dizendo que A quer autorizar ou enviar moedas para B. O bitcoin permite muito mais que isso. As autorizações de uso da moeda são uma sequência de regras. Em linguagem técnica, é um "script".

Transações futuras
É possível, por exemplo, enviar dinheiro para duas pessoas ao mesmo tempo, exigindo que as duas forneçam uma autorização para que aquela moeda seja gasta no futuro – as moedas pertencem a ambas, mas nenhuma tem o direito de usá-las sozinho. Com isso, é possível criar um fundo de doação, no qual alguns ou todos os doadores podem reter o controle do dinheiro e autorizá-lo somente quando uma compra foi acertada entre todas as partes.

Também é possível criar um "depósito garantido", no qual um valor é depositado, mas retornado, em todo ou em parte, após uma data combinada (as transações de bitcoin são todas datadas). Outras possibilidades levantadas são a de distribuição automática de heranças e criação de loterias.

Essas possibilidades ainda nem começaram a ser exploradas e são, em grande parte, hipotéticas. Mas atestam o poder do bitcoin como não apenas uma moeda de "troca", mas um poderoso protocolo de autorizações programadas, contratos e registros virtuais.

Fonte: Rohr, Altieres . "Entenda como é uma transação feita com a moeda virtual bitcoin." Tecnologia e Games. N.p., n.d. Web. 14 Feb. 2014. <http://g1.globo.com/tecnologia/noticia/2014/02/entenda-como-e-uma-transacao-feita-com-moeda-virtual-bitcoin.html>.

G1: Moeda virtual bitcoin começa a ganhar espaço no comércio brasileiro


Hostel em Florianópolis e bar em SP já aceitam pagamentos do tipo.
Taxa de transações é atraente, mas volatilidade da cotação pode ser risco.

O programador André Horta (à esq.), de Belo Horizonte, pagou a revisão de seu carro na oficina de Diego Silva em bitcoins (Foto: Pedro Ângelo/G1)

O programador André Horta, de 30 anos, levou seu Honda Fit a uma oficina de Belo Horizontepara uma revisão mecânica que custou R$ 430. Para quitar a fatura, André não usou cartão de débito ou crédito, cheque ou mesmo dinheiro vivo. O pagamento nem foi feito exatamente em reais. Diego Silva, o dono da concessionária, recebeu um total de 0,22 bitcoins, a moeda virtual mais conhecida da internet e que pode ser um modelo para uma revolução nos meios de pagamentos e recebimentos em todo o mundo.

A transação só foi concretizada após uma conversa demorada, pois houve desconfiança do estabelecimento de Silva.

"O que ajudou muito foi que [o dono da oficina] podia receber na conta bancária dele em dinheiro", diz André.

Mas por que então não fazer uma simples e usual transferência bancária? Justamente porque, respondem os defensores e entusiastas do bitcoin, não há bancos como intermediários. A moeda que só existe no ambiente virtual foi criada há apenas 4 anos e circula por meio de transações entre "carteiras" que existem nos computadores dos usuários. Também não há controle de nenhum banco central do mundo. Para especialistas, o bitcoin pode não durar, mas seu modelo deve permanecer.

Reza a lenda – e tudo realmente indica que seja somente uma lenda – que tudo começou com um japonês chamado Satoshi Nakamoto, com 37 anos na época. Ninguém nunca o viu pessoalmente e acredita-se que ele represente um grupo do setor financeiro europeu. O enigmático "criador" do bitcoin é também o maior detentor da moeda no globo: com mais de 1 milhão de BTCs, a fortuna virtual do "suposto" Nakamoto poderia valer mais de US$ 1 bilhão (R$ 2,35 bilhões). Curiosidade: o significado do nome Satoshi, em japonês, é "sábio".

Em janeiro, a revista "Bloomberg Businessweek" perguntou: "Por que investidores estão tão loucos por uma moeda alternativa criada por um fantasma?" Em um recente relatório para investidores, o tradicional Bank of America respondeu: "Acreditamos que a moeda possa se transformar em um grande meio de pagamento para o comércio eletrônico e se tornar uma séria competidora a instituições de transferências tradicionais". E Ben Bernanke, que acaba de deixar a presidência do poderoso Federal Reserve, o banco central dos EUA, deu uma bênção cautelosa: "Talvez seja uma promessa a longo prazo".

Já os governos da China e da Tailândia proibiram o bitcoin. O motivo oficial é o temor de que a moeda seja usada em lavagem de dinheiro. Sua ampla utilização na "Silk Road" (Rota da Seda), um "esconderijo" na internet onde se comercializavam drogas e armas, também deu uma pinta marginal à moeda, o que vem causando problemas para o avanço do bitcoin. No final de janeiro, o vice-presidente da fundação Bitcoin deixou o cargo após ser preso acusado de lavagem de dinheiro e de ligações com a Rota da Seda. A Apple retirou sem explicações um aplicativo de carteira digital de sua loja virtual.

Café em Vancouver, no Canadá, que aceita bitcoins
(Foto: Reuters)

O Banco Central brasileiro declarou em nota aoG1 que o assunto não tem importância no momento. "A própria lei estabelece que sejam regulados apenas os arranjos de pagamentos que, segundo avaliação técnica, possam ter importância sistêmica. O BC analisou o emprego de bitcoins e, por ora, considera que ele não é de relevância para o sistema financeiro brasileiro".

Há vantagens e também riscos no bitcoin, e alguns comerciantes brasileiros estão começando a despertar para o seu uso. A mais visível delas é conseguir fugir das taxas de bancos e de operadoras de cartão. A adoção como meio de pagamento já ocorre no Brasil por 27 estabelecimentos comerciais, de acordo com o Coin Map – serviço que reúne lugares que se dispõem a receber pagamentos dessa forma. No total, já são mais de 2,6 mil em todo o mundo. A Campus Party Brasil em São Paulo, evento já tradicional voltado à tecnologia, teve um caixa eletrônico para troca de reais pela nova moeda.

Sem taxa de serviço
Transferir bitcoins atualmente não custa nada. Esse cenário torna a moeda atrativa para quem precisa enviar dinheiro de um país para outro, processo em que taxas bancárias e de câmbio inflam os custos. Já existem brasileiros donos de hostels, lojas de suplementos vitamínicos, bares e até profissionais como taxistas e chaveiros que fazem suas transações com bitcoins. Em Santos, no litoral de SP, um apartamento de 90 m² (com três quartos e dois banheiros) é vendido por US$ 250 mil (R$ 598,5 mil). O empresário Rodrigo Souza, que mora em Nova York, aceita apenas a nova moeda como forma de pagamento.

Adepto do bitcoin há cerca de dois meses, o Caracol Hostel de Florianópolis recebeu pela estadia de um hóspede alemão o valor de R$ 240, pouco menos de 0,1 BTC na época. Outros dois turistas da Polônia entraram em contato com o estabelecimento, fizeram reservas para se hospedar no local e avisaram que pagarão com bitcoins.

"Por que a gente não deveria aceitar?", pergunta Enzo Baldessar, funcionário do hostel responsável pela implantação. "As operadoras de cartão de crédito cobram 5%. Em uma operação recente, um cara mexeu US$ 150 milhões (R$ 359 milhões) sem pagar nada de tarifa. É muito eficiente. Quanto ele não pagaria se fizesse uma operação interbancária? Seria dinheiro jogado fora."
Talita Noguchi é uma das proprietárias do Las Magrelas, bar de São Paulo que já aceita bitcoins (Foto: Guilherme Zauith/G1)

O bar e bicicletaria Las Magrelas, de São Paulo, entrou para o time pró-bitcoin relativamente cedo, em maio de 2013, e já registrou sete transações com a moeda. "Isso vai bombar a qualquer momento", diz Talita Noguchi, de 27 anos, uma das proprietárias. "É absurdamente simples. Quando você vê o negócio acontecendo, percebe como é fácil. É meio sem sentido as pessoas terem medo, porque ainda por cima é superseguro."

Com clientes fora do país, o escritório de design Modern Lovers, também de São Paulo, adotou o bitcoin em outubro do ano passado, quando recebeu o equivalente a US$ 6 mil (R$ 14,3 mil) na nova moeda para criar uma identidade visual de lâmpadas de LED carregadas com energia solar. O serviço foi encomendado por um australiano que chefia a subsidiária de uma firma do Reino Unido na África do Sul.

"A gente passou a usar bitcoin porque a gente recebia via banco. Além de demorar dias, recebendo US$ 100 ou US$ 1 mil vão cobrar aquelas taxas gigantes", afirma Fabrício Bellentani, um dos sócios do escritório. "Mas ainda são muitos poucos os clientes que usam e têm essa noção".
Moeda 'física' que brinca com bitcoin (Foto Reuters)

1 bitcoin = R$ 1,9 mil
É bom lembrar que as transações via bitcoin, apesar de não terem o registro de instituições financeiras, constituem comercialização de bens e, sem declaração à Receita Federal, podem representar fraude.

Além disso, há os riscos envolvidos: uma das preocupações de economistas é a volatilidade da moeda virtual. Um bitcoin valia US$ 0,01 em 2011, e sua cotação já atingiu US$ 880 (R$ 1,9 mil), o que mantém alguns comerciantes com um pé atrás. "Transformo isso em real quase imediatamente [para evitar problemas]", diz Talita, do bar Las Magrelas, entusiasta da moeda.

Baldessar, do hostel de Florianópolis, afirma que, "por ser uma novidade ainda, existe uma grande volatilidade nos preços do bitcoin, por isso é interessante para o lojista e para o cliente fixarem o valor a ser pago em real e depois fazer a conversão para a nova moeda. Acredito que, quando o mercado estiver mais maduro, esse procedimento não será necessário. Os preços poderão ser fixados diretamente em bitcoin".

Já o analista de sistemas Felipe Micaroni Lalli pensa de forma bem diferente. "Para mim, essa é uma forma de poupança, armazenamento de valor, assim como o ouro. É uma forma de fugir da volatilidade, inflação e incerteza estatal. Eu não confio no governo, então não vou manter meu dinheiro em uma moeda emitida e controlada por alguém que eu não confio."

O administrador de sistemas Dâniel Fraga resume três possíveis usos para o bitcoin: moeda de troca, meio de pagamento, e investimento ou poupança. Mas há outros empregos possíveis, até alguns que não envolvem a moeda em si. Em maio de 2013, um programador argentino sugeriu que o sistema seja usado para confirmar a existência e a integridade de documentos em um determinado momento – algo como um "serviço notarial" digital. Um serviço assim hoje depende de certificados que custam cerca de R$ 300. "Imagine as inúmeras possibilidades do bitcoin que ainda não foram sequer exploradas", avalia Fraga.

E os gigantes dos atuais meios de transação eletrônica, como será que veem o bitcoin? Para Edward McLaughlin, diretor de pagamentos emergentes da MasterCard, a utilização que é dada à moeda hoje e seu caráter anônimo fazem com que a empresa, por meio de suas políticas, não a inclua em seu circuito. "Se e quando [o bitcoin] se tornar parte do sistema regulatório aceitável, nós saberemos como tratá-lo da mesma forma que tratamos as várias moedas com que trabalhamos hoje", disse o executivo ao G1.

Sem mediação de governos
Para o professor Pedro Duarte Garcia, da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) da Universidade de São Paulo (USP), o bitcoin não se diferencia muito de outras moedas sob o ponto de vista monetário.

"É uma moeda virtual que, como qualquer moeda atual hoje no mundo, é baseada na confiança. Ela funciona e é usada enquanto todo mundo que usa acredita que ela funciona. Isso é comum a qualquer moeda que a gente carrega no bolso."

Além disso, o bitcoin não passa pelo sistema bancário e, por isso, não é regulado por nenhuma autoridade, o que gera preocupação em alguns países. Assim, organizações que tiverem suas economias bloqueadas por pedidos de governos – como o WikiLeaks, empresa que já teve interrompido o acesso à sua conta bancária – podem se beneficiar das facilidades de transferências de dinheiro entre países ao não passarem pelos sistemas convencionais.

"A atividade econômica não vai ser atingida por uma mudança. Mas quem sofre diretamente o impacto disso é o governo, porque a capacidade de arrecadação diminui, já que há uma série de impostos que dependem do sistema bancário ou de um sistema que conte com o CPF da pessoa, o que deixa de existir. [Isso] Gera desafios para o governo, e o governo pode ter impacto sobre a economia, porque compra bens na economia, oferece bens, participa das atividades".

Na onda do bitcoin, mais de 200 moedas virtuais surgiram, aumentando a pressão sobre as autoridades financeiras e sobre empresas que lidam com dinheiro. "O bitcoin e outras moedas virtuais, se vierem para ficar, e não é claro que isso vá ocorrer, vão gerar uma série de desafios que a gente vai ter que enfrentar e com os quais não estamos acostumados", diz Garcia.

A dificuldade de gerar bitcoins preocupa alguns entusiastas da moeda, que acreditam que seu valor, que já flutua em R$ 2 mil, só tende a subir. Por esse motivo, uma alternativa mais barata já foi criada: o litecoin.

Ao contrário do bitcoin, que usa o ouro como símbolo, o litecoin usa a prata. Em vez de cálculos que demoram cerca de 10 minutos para validar uma transação, o litecoin demanda 2 minutos e meio. O total de litecoins gerado será de 84 milhões, quatro vezes mais que de bitcoins. Dessa forma, o litecoin sempre valerá menos, servindo em especial para transações menores.

Em meio a incertezas sobre a cotação e a origem das novas moedas virtuais, quem já está nessa não diminui a empolgação. "O bitcoin é a maior invenção desde a internet, é uma tecnologia, um protocolo que já foi inventado e é útil. E não tem como desfazer uma invenção genial", afirma o analista de sistemas Felipe Micaroni Lalli.

Fonte: Helton Simões Gomes, Altieres Rohr e . "Moeda virtual bitcoin começa a ganhar espaço no comércio brasileiro."Tecnologia e Games. N.p., n.d. Web. 14 Feb. 2014. <http://g1.globo.com/tecnologia/noticia/2014/02/moeda-virtual-bitcoin-comeca-ganhar-espaco-no-comercio-brasileiro.html>.