domingo, 30 de setembro de 2012

A tarde: PARQUE TECNOLÓGICO REÚNE EMPRESAS QUE BUSCAM BOAS IDEIAS E SOLUÇÕES CRIATIVAS




Dezesseis instituições, entre empresas âncoras, institutos de pesquisa e universidades que desenvolvem projetos de pesquisa em diversas áreas, como reabilitação de pessoas portadoras de necessidades especiais, sistemas de informação e comunicação, jogos educativos, tratamento de distúrbios do sono, suporte em telessaúde, entre outros, já estão em funcionamento no Parque Tecnológico da Bahia. Situado na Avenida Paralela, em uma área de 581 mil metros quadrados, o parque é um centro irradiador da inovação por reunir em um mesmo ambiente os principais agentes dinamizadores voltados à geração de ideias e soluções criativas.

A expectativa é de que o funcionamento do Parque Tecnológico permita que a economia baiana adquira novos contornos, uma vez que gera empregos com salários acima da média de mercado para profissionais qualificados, além de criar novos produtos e serviços para a comunidade. "Nossa estratégia para dinamizar o sistema de inovação é agregar as unidades avançadas das instituições que trabalham com pesquisa e desenvolvimento de excelência", explica o secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado, Paulo Câmera. Ele observa que uma das grandes vantagens do Parque Tecnológico da Bahia é que ele está implantado em um local que permite a ligação com todas as instituições do Estado e da União. As instituições são parceiras do parque e têm um papel atuante em todo o processo.

Somente no Tecnocentro, foram investidos R$ 53,3 milhões do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e R$ 7,1 milhões de contrapartida do Governo da Bahia. O governo baiano anuncia o investimento de mais R$ 59 milhões na implantação da segunda etapa, que envolve a construção de infraestrutura laboratorial, escola de iniciação científica e museu, com entrega prevista para dezembro de 2014. O Parque funcionará como um espaço de convergência e integração científica, no qual o poder público, a comunidade acadêmica e o setor empresarial terão a oportunidade de trabalhar de forma integrada e cooperativa, com foco no desenvolvimento de produtos e processos que tenham impactos regionais positivos e relevantes.

Na avaliação do secretário Paulo Câmera, este Parque Tecnológico também é um incentivo para a formação de novos profissionais e para a atração de pesquisadores. "As atividades do Parque serão voltadas exclusivamente para a pesquisa e o desenvolvimento de novos produtos, processos e serviços que atendam às demandas da indústria e da comunidade", ressalta Câmera.

AMPLIAÇÃO - A segunda etapa de obras do Parque Tecnológico da Bahia, prevista para ser entregue em dezembro de 2014, contempla a implantação do Complexo de Equipamentos Dinamizadores, composto por uma infraestrutura laboratorial, Escola de Iniciação Científica, Espaço Interativo/Museu Mundo da Ciência e o Parque Ambiental.

Com área aproximada de 26 mil metros quadrados, o Complexo de Equipamentos Dinamizadores abrigará em seus laboratórios a mais completa infraestrutura de Pesquisa Aplicada da Bahia nas áreas de Biotecnologia, Nanotecnologia, Energias Limpas, Calibração de equipamentos, entre outros, tendo como foco a pesquisa em inovação, em um ambiente dotado de mecanismos eficientes de transferência de resultados para a indústria.

As principais instituições de pesquisa com atuação no território baiano já formalizaram a intenção e encaminharam projetos de pesquisa aplicada para desenvolvimento nos laboratórios do parque. Serão 13 plataformas, nas quais estão incluídas 30 linhas de pesquisa que integram parceiros públicos e privados que atuarão em conjunto compartilhando equipamentos e laboratórios. O objetivo comum é fortalecer, principalmente, a rede de pesquisa das áreas de Biotecnologia e Saúde. Os Laboratórios Especializados estarão dedicados a: Saúde, Energias Limpas e Nanotecnologia.

Entre as instituições de Ciência, Tecnologia e Inovação que já encaminharam seus projetos figuram a Universidade Federal da Bahia (UFBA), Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), Universidade Estadual da Bahia (UNEB), Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia (IFBA), Universidade Estadual.

Nos laboratórios serão desenvolvidos projetos de pesquisa baseados nas vocações científicas do Estado, utilizando o potencial das riquezas da biodiversidade da Bahia, bem como das atividades econômicas regionais.

Os Laboratórios Compartilhados vão permitir a cooperação científica entre instituições e pesquisadores e oferecerão suporte à pesquisa e ao desenvolvimento (P&D) em áreas como Bioprospecção de produtos naturais da Biodiversidade; Desenvolvimento e produção de biofármacos; Desenvolvimento de kits para diagnósticos; Desenvolvimento de vacinas, terapia gênica e terapia celular; Desenvolvimento de soro regionalizado para acidentes por animais peçonhentos, atendendo às diretrizes da Política de Desenvolvimento da Biotecnologia (PDB) do país.

Tecnologia e Inovação, estão aptos a atender as normas técnicas do ISO 90 RLP e da RDC17 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária -Anvisa.

IBM FORADO EIXO RIO-SÃO PAULO -A IBM é uma das empresas já instaladas no Parque. Essa unidade de negócio contará com uma célula estendida do Natural Resources Industry Solutions Lab (NRIS Lab), laboratório recém inaugurado em São Paulo, que tem foco no desenvolvimento de soluções para as indústrias de recursos naturais, como mineração e "óleo & gás".

De acordo com a empresa, nos próximos dois anos, cerca de 100 profissionais atuarão nas instalações da IBM no Parque Tecnológico, incluindo funcionários, colaboradores e bolsistas da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesb) que desenvolverão suas pesquisas junto à empresa.

Para Claudio Schlesinger, executivo do Laboratório de Desenvolvimento de Software da IBM Brasil, a presença de empresas de ponta, centros de pesquisas públicos e privados, incubadoras e universidades em um mesmo local ajudará a capturar e aproveitar os recursos, os talentos e toda a inteligência desse ecossistema instalado. "Com a presença de um time de especialistas em software no Parque Tecnológico, teremos a possibilidade de atender as demandas de serviços e aplicações de nossos clientes com mais agilidade", ressalta Schlesinger.

"Além disso, as soluções desenvolvidas aqui poderão, também, ser implementadas globalmente, uma vez que a operação do laboratório de Salvador trabalhará de forma integrada e colaborativa para o desenvolvimento dos aplicativos com outros laboratórios da IBM no Brasil e no mundo", completa. A iniciativa faz parte da estratégia de expansão regional da IBM, que busca expandir a atuação da companhia fora do eixo Rio-São Paulo, com o objetivo de aumentar a oferta de serviços e produtos nessas praças e fomentar as economias regionais, por meio de parcerias com governos locais, instituições e empresas.

INVESTIMENTOS EM P&D-Apontada pelo Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) como a empresa mais inovadora do Nordeste, a ZCR Informática também está no Parque Tecnológico com um novo setor de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) no qual foram investidos cerca de um milhão de reais em infraestrutura e equipamentos, além da previsão de investimento de mais de três milhões em recursos humanos para os próximos 12 meses.

O setor de P&DdaZCRéo responsável pelo desenvolvimento de softwares e de soluções inovadoras, o que permitiu a sua participação em projetos de pesquisa com a Espanha, com o apoio do IBEROEKA (Projeto de incentivo à cooperação tecnológica empresarial iberoamericana) além de projetos com a FAPESB (Fundo de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia) e FINEP.

A tarde: Base Tecnológica




Promover a inovação tecnológica de processos e produtos, incentivando e criando formas de apoiar o desenvolvimento de atividades baseadas na exploração sustentável do semiárido baiano.

Com esse objetivo, o projeto Sisal de Base Tecnológica está agrupando trabalhos de 15 cientistas da Bahia, de Minas

Gerais e de São Paulo, com as mais novas descobertas científicas para o aproveitamento integral do sisal. Através da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado da Bahia (Secti), com o apoio da universidade Federal do

Recôncavo da Bahia (uFRB), esses cientistas estiveram em Salvador apresentando seus trabalhos e tiveram a oportunidade de conhecer a realidade da região sisaleira baiana em uma visita técnica.

Esses pesquisadores estão desenvolvendo trabalhos que visam o aproveitamento integral da planta, que através da

aplicação de novas tecnologias pode ser utilizada da formulação de xampu anticaspa, creme contra micoses e fungos, base para cultivo de cogumelo altamente nutritivo para a alimentação humana ou até servir de matéria-prima para a fabricação de móveis. Coube à Secti o papel de incentivar esses estudo. "Nosso objetivo é agrupar cientistas de diversas


áreas, criando um ambiente de pesquisa científica. Hoje só se aproveita 4% desse sisal, que é a fibra. Graças a estes estudos, que foram encomendados pela Secti, agora já sabemos que também é possível aproveitarmos os demais


96%", destacou o secretário Paulo Câmera.


O Brasil é o maior produtor de sisal do mundo e, no Estado da Bahia concentra-se 95% da produção sisaleira do país. O sisal é cultivado em 68 municípios do semiárido baiano e representa a principal atividade econômica da região, sendo responsável pelo sustento de milhares de famílias.


Em contrapartida, o cultivo é feito por pequenos produtores com predomínio do trabalho familiar em regiões onde o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) médio é de apenas 0,60. Por isso, a inovação pode desempenhar para os produtos do semiárido baiano mais do que um papel periférico.


Na opinião da Profa. Dra. Maria Catarina MegumiKasuya, do Departamento de Microbiologia Agrícola da universidade Federal de Viçosa, a visita à região sisaleira baiana foi muito importante.


"Ajuda o entendimento das necessidades regionais, direcionando as futuras pesquisas para o desenvolvimento de novas


tecnologias", pontou Kasuya. 


Já a pró-reitora de pesquisa e pós-graduação da universidade Federal do Recôncavo da Bahia (uFRB), Ana Cristina Soares,


considera que a visita técnica à região sisaleira baiana foi fundamental para ajudar os pesquisadores a entrar em contato


com a realidade local. "Agora fica mais fácil pensarmos em alternativas viáveis. Além disso, o grupo está bastante engajado.


quanto mais os pesquisadores estiverem reunidos, melhores resultados teremos", avalia.