terça-feira, 11 de novembro de 2014

Folha de São Paulo: Google aluga terreno da Nasa por 60 anos por US$ 1,2 bi para exploração espacial

Google aluga terreno da Nasa por 60 anos por US$ 1,2 bi para exploração espacial

O campo aéreo federal Moffett, em Mountain View (Califórnia), alugado pelo Google
O Google arrendará mil acres (cerca de 4 milhões de metros quadrados) de uma histórica base aérea na Califórnia para exploração espacial e projetos de aviação e de robótica. A Nasa diz que uma subsidiária da gigante de internet pagará US$ 1,16 bilhão no aluguel de 60 anos da propriedade.

É uma parte do Moffett Field, uma antiga base aérea na região da baía de San Francisco que também sedia o Centro de Pesquisa Ames da Nasa.

O Google vai gerenciar a propriedade, um marco local, que inclui um campo de aviação em funcionamento, um campo de golfe privado e um enorme hangar que foi construído para dar abrigo a aeronaves no estilo de dirigíveis nos anos 1930.

O Google planeja reformar três hangares na propriedade. A Nasa diz que o negócio também vai poupar à agência US$ 6,3 milhões em custos anuais de manutenção e operação. 

Folha de são paulo: Mudança no WhatsApp irrita usuários, mas não deve ser revertida

Mudança no WhatsApp irrita usuários, mas não deve ser revertida 
Bruno Romani

O Facebook fez de novo: sem alarde, promoveu uma mudança em um de seus serviços e conseguiu deixar uma legião de usuários irritados.

A fonte do barulho é o WhatsApp, o popular app de mensagens comprado por Mark Zuckerberg em fevereiro por US$ 22 bilhões.

Na quinta (5), o serviço implementou um "recurso" que avisa quando os contatos leem as mensagens. Ao lado de cada uma, aparecem duas setas azuis. Foi o suficiente para causar uma onda de descontentamento.

E o potencial para causar desconforto é gigante. São 600 milhões de usuários do WhatsApp, segundo a empresa –até fevereiro, eram 38 milhões de brasileiros. Segundo a empresa de capital de risco Andreessen Horowitz, o app serve 7,2 trilhões de mensagens ao ano, quase o número global de mensagens SMS, que é de 7,5 trilhões.

Muitos não querem ser descobertos ao ler as mensagens. Sentem-se cobrados a responder. De certa forma, seria uma invasão de privacidade por parte do WhatsApp.

"Não gostei, pois assim não posso mais usar desculpas", queixou-se o gaúcho Mathias Wiedemann.

Outros dizem que sentirão mais ansiedade por ver que um contato leu e não respondeu imediatamente.

"Odiei. Mais motivo pra quem sofre de ansiedade cortar os pulsos", tuitou Leticia Caxias, 19, de Manaus.

"Para as pessoas que já se sentem mal consigo mesmas, o recurso do WhatsApp acelera o processo de autodepreciação", diz Cristiano Nabuco, coordenador do grupo de dependência tecnológica do Hospital de Clínicas (SP).

A onda de descontentes tomou as redes sociais. O assunto ficou entre os mais comentados do Twitter por quase dois dias ininterruptamente.

"Esse negócio do lido' do WhatsApp vai f... meu humor!", dizia uma outra usuária do Twitter.

Para Andréa Jotta, do Núcleo de Pesquisa da Psicologia em Informática da PUC-SP, os usuários ainda precisam entender como usar a ferramenta. "O WhatsApp é um app de mensagem, não um rastreador. Falta educação no uso das tecnologias digitais. Consequentemente, falta respeito e sobram controle do outro e insegurança."

"Independentemente dos risquinhos azuis, é preciso que cada um assuma as demandas tecnológicas. Se você não souber dosar, se torna um escravo, criando uma ansiedade digital", diz Nabuco.

TENDÊNCIA

Para frustração dos descontentes, o recurso não pode ser desativado. Apenas donos de iPhone podem driblá-lo, ao acionar o modo avião.

Procurado, o WhatsApp não se manifestou.

Mas é pouco provável que o serviço mude sua posição. Embora seja operado de maneira independente do Facebook, o WhatsApp seguiu o caminho trilhado pela rede social há dois anos.

Em 2012, o Facebook implementou o recurso para identificar mensagens lidas no seu serviço de chat, o que causou gritaria. Hoje, é comum encontrar na web formas de driblar o dedo-duro, como extensões para o navegador.

Facebook e WhatsApp, porém, não são os únicos a dedurar os usuários. Mensageiros indiscretos são quase uma norma na indústria. Tudo começou com o BBM, da BlackBerry. Hoje o recurso é encontrado nos principais serviços, como Snapchat e Telegram.

Apenas dois permitem desativar o monitoramento: o Viber e o iMessage, que é restrito a usuários de iPhone. 

Info: Microsoft apresenta primeiro Lumia sem marca Nokia

Microsoft apresenta primeiro Lumia sem marca Nokia
O telefone contará com uma câmera frontal grande angular de 5 megapixels e uma tela QHD de 5 polegadas

A Microsoft disse que lançará o smartphone Lumia 535 este mês com um preço acessível em seus principais mercados, abandonando o nome Nokia para o aparelho alguns meses depois de ter comprado a divisão de celulares da empresa finlandesa.

Carregado com o mais recente sistema operacional da companhia, o Windows Phone 8.1, o Lumia 535 e o Lumia 535 dual SIM serão vendidos por cerca de 110 euros (cerca de 137 dólares) antes de impostos e subsídios, disse a Microsoft em um comunicado.

O telefone contará com uma câmera frontal grande angular de 5 megapixels e uma tela QHD de 5 polegadas, disse a empresa.

Os smartphones com sistema do Windows, compostos em sua maior parte pelos Lumias, responderam por apenas 2,7 por cento do mercado global de smartphones no segundo trimestre, uma queda ante os 3,8 por cento um ano antes, segundo a empresa de pesquisa Strategy Analytics.

A Microsoft concluiu em abril seu negócio para comprar por 7,2 bilhões de dólares a divisão de celulares da Nokia. A Nokia segue como uma companhia de redes, mapeamento e tecnologia de licenciamento. Ela detém e gere a marca Nokia e a licencia apenas para a Microsoft.

A Microsoft havia dito no passado que planejava licenciar a marca Nokia para seus telefones celulares de baixo custo por 10 anos, usando o nome em seus smartphones apenas por um tempo "limitado", sem especificar esse prazo.

Folha de São Paulo: Aplicativo Messenger chega a 500 mi de usuários ativos, diz Facebook

Aplicativo Messenger chega a 500 mi de usuários ativos, diz Facebook
 Enquanto usuários ainda reclamam do novo "recurso" do WhatsApp, o Facebook anunciou, nesta segunda-feira (10), que seu outro aplicativo de mensagens, o Messenger, ultrapassou a marca de 500 milhões de usuários ativos por mês.

O aplicativo foi lançado em 2011, como o primeiro app "extra" da rede social, mas era opcional, ou seja, as funções de chat do app original do Facebook continuavam funcionando normalmente.

Em abril deste ano, porém, a empresa de Mark Zuckerberg começou a avisar seus usuários que, para conversar com os contatos pelo celular, seria necessário instalar o Messenger.

Na época, a medida não foi bem recebida por alguns usuários, que reclamaram de ter que instalar um segundo app para usar a rede social.

A julgar pelo números, a estratégia parece ter dado certo, mas ainda assim, na última quinta-feira (6), durante uma sessão de perguntas e respostas com estudantes, Zuckerberg teve que justificar a decisão da empresa.

"Quisemos fazer isso porque acreditamos que [o Messenger] proporciona uma experiência de uso melhor e mandar mensagens é uma função cada vez mais importante [para os usuários]" justificou Zuckerberg.

"No celular, cada aplicativo só pode fazer uma coisa bem feita, nós achamos. E a função do app principal do Facebook é mostrar o feed de notícias", completou. 

Folha de São Paulo: Gamers e feministas se enfrentam ao redor do caso 'gamergate'; entenda

Gamers e feministas se enfrentam ao redor do caso 'gamergate'; entenda

Yuri Gonzaga

Do término problemático de um namoro a ameaças de morte, passando por questionamentos de alguns sites jornalísticos. O #gamergate, como outras mobilizações que nasceram e se desenrolaram nas redes sociais, é uma mescla de fatos e interpretações.

Desde que o ex-namorado de uma desenvolvedora de jogos americana, chamada Zoe Quinn, divulgou em um site a história do relacionamento deles em que citava uma suposta traição dela com um crítico de games, em agosto, o movimento não parou de crescer em notoriedade –e em número de facetas.

Os "gamergaters", adeptos dessa mobilização, dizem que há uma conspiração entre a imprensa especializada em videogames e alguns desenvolvedores, como Quinn. Os críticos rebatem.

"Os gamers acreditam que alguém virá tirar os brinquedos deles", diz Leigh Alexander, que escreveu um artigo no "Gamasutra" que acarretaria a perda de um grande anunciante desse site, a Intel. A empresa foi pressionada pelos "gamergaters" a tanto.

Para Alexander, a fachada de crítica aos sites de videogame esconde o caráter misógino, de discriminação contra as mulheres, da cultura de jogos eletrônicos.

É a mesma opinião da universitária Marina Rocha Ciavatta, 21, que se considera gamer e trabalha esporadicamente com jogos eletrônicos. "A mulher vem perdendo o medo de se expor e, para um meio tão misógino quanto esse, isso é chocante."

Nos games, diz, a caracterização da mulher como uma figura ora frágil, ora demasiado sensualizada, é fruto da imagem que têm os desenvolvedores, em grande parte homens, apesar de isso estar mudando, em sua opinião. "Precisamos de personagens reais, não ideias."

VIOLÊNCIA

Quinn, assim como outra desenvolvedora, Brianna Wu, e uma crítica de games on-line, Anita Sarkeesian, foram ameaçadas de morte nos últimos meses, alegadamente em consequência da eclosão do movimento gamergate.

Sarkeesian cancelou uma palestra na Universidade de Utah no dia 15 depois de ter recebido por e-mail uma ameaça de atentado.

Alex Lazara - 17.jan.13/Associated Press
Anita Sarkeesian, do canal Feminist Frequency no YouTube, em fliperama de Minneapolis, Usando pseudônimos, internautas divulgaram que uma das contas no Twitter responsáveis por outras ameaças feitas a Sarkeesian seria de um brasileiro, Mateus Prado Sousa.

Sousa é dono de um site em que publicou vários artigos que criticam a ativista. Ele nega ter feito as ameaças e afirma que está investigando com seus advogados os autores da acusações.

Ele afirma que Sarkeesian é moralista ao criticar a sensualização da mulher nos jogos. "Ela quer censura", disse à Folha. "Anita não é apenas feminista, é moralista. O feminismo se torna um problema quando vira moralismo."

Para a historiadora Ana Bourg, 25, que diz jogar regularmente e que já colaborou com o desenvolvimento de games, o incentivo para a entrada no segmento pode ser um passo para a igualdade.

"Acho também que deveria haver canais de denúncia melhores", diz. "Há toda uma cultura machista que mantém as mulheres segregadas nesse meio. As mulheres são uma parte muito grande do público gamer e nerd, mas muitas preferem não se identificar virtualmente para evitar assédio."

BRASIL

Coordenadora da Abragames (Associação Brasileira dos Desenvolvedores de Jogos Digitais), Eliana Russi diz que o quadro de dominância masculina atual tende a mudar, em parte por causa de um novo processo de criação dos games.

"Está deixando de ser só das carreiras tecnológicas e demandando cada vez mais designers, roteiristas", diz.

Segundo Russi, cerca de 30% das equipes de desenvolvedoras de jogos são mulheres, enquanto, nos cargos de direção, essa porção cai para aproximadamente 15%.

Camila Malaman, 33, da produtora Webcore, diz não ter sofrido com discriminação de gênero "assumidamente", mas que teve problemas com um funcionário que, segundo ela, não aceitava ordens feitas por uma mulher.

"O número de mulheres em empresas maiores [de tecnologia] ainda é baixo", diz. "Nossa geração já nasceu acostumada e aceitando [o machismo], está interiorizado, por isso acho que demora mais para mudar."

MODERAÇÃO

Alguns argumentam que houve uma reação exacerbada contra o gamergate por causa dos episódios de ameaça.

Vozes mais neutras, como o da acadêmica feminista Chrstina Hoff Sommers no canal no YouTube do AEI (Instituto de Empreendedorismo Americano), foram duramente criticadas depois de pedir mais equilíbrio nas críticas à mobilização.

Cathy Young, autora de livros sobre feminismo, escreveu que vê misandria (ódio pelos homens, em oposição a misoginia) em algumas críticas de games feitas por feministas e na maneira como está sendo retratado o caso do gamergate.

A Mozilla, desenvolvedora do Firefox, emitiu um pedido de desculpas depois de ter defendido que o gamergate "tinha dois lados".

*

LINHA DO TEMPO

16 de agosto
Um ex-namorado da desenvolvedora de games americana Zoe Quinn divulga um extenso relato do processo de término do relacionamento deles, que incluía uma longa lista de supostas traições, incluindo uma com um jornalista especializado em games, Nathan Grayson.

Grayson havia feito uma reportagem citando Quinn no site para o qual escreve, o "Kotaku", o que gerou uma onda de revolta on-line

19 de agosto
Quinn publica carta em que relata ter recebido ameaças de morte e que fotos em que aparecia nua haviam sido divulgadas na internet, assim como informações privadas suas e de amigos seus

20 de agosto
Em meio à onda de comentários sobre o caso na internet, o "Kotaku" divulga um texto aos leitores, em que o diretor do site admite o relacionamento amoroso entre Quinn e Grayson, mas que isso não havia causado um conflito de interesses

27 de agosto
O ator Adam Baldwin (conhecido por "Nascido para Matar", de Stanley Kubrick) usa pela primeira vez a hashtag "#gamergate" no Twitter, clamando por maior transparência no jornalismo de videogames. O termo cunhado faz alusão ao escândalo Watergate, que derrubou o presidente dos EUA Richard Nixon nos anos 70

No mesmo dia, uma jornalista que faz vídeos contra o machismo em videogames, Anita Sarkeesian, divulga que havia recebido ameaças de morte que a fizeram sair de casa

28 de agosto
Dez sites jornalísticos, entre eles quatro especializados em games, publicam artigos opinativos em que declaram "a morte do gamer" e criticam o machismo do meio dos entusiastas por jogos eletrônicos e o dos apoiadores do gamergate

Setembro
Internautas organizam uma ação para enviar e-mails a anunciantes dos sites que publicaram conteúdo contra o movimento gamergate para que as empresas cancelassem os anúncios; o WikiLeaks publica uma série de tuítes em apoio ao movimento e contra corrupção na imprensa

17 de setembro
O site "Breitbart" revela uma lista de e-mails privada em que jornalistas de videogame americanos discutem "a formatação de atitudes em relação a notícias no segmento" e "sobre o que fazer cobertura e o que ignorar"

1º de outubro
A Intel remove seus anúncios do site "Gamasutra", um dos que participaram da cruzada contra o gamergate

11 de outubro
A desenvolvedora Brianna Wu divulga que estava recebendo ameaças de morte, supostamente pelos "gamergaters", adeptos da iniciativa

15 de outubro
Anita Sarkeesian cancela  uma palestra em uma universidade em Utah (EUA) após ameaças de um ataque a tiros. A ameaça, por e-mail, não mencionava jogos eletrônicos ou a hashtag, mas ela foi atribuída a seguidores do movimento

30 de outubro
Sarkeesian vai ao programa de TV de Stephen Colbert, nos EUA, e diz que o movimento tem como fachada a revolta de consumidores, mas que não passa de terror contra mulheres envolvidas com games

7 de novembro
A desenvolvedora Blizzard se pronuncia contra a faceta violenta do movimento, dizendo que ela prejudicava a imagem dos jogadores. Dois dias antes, a Mozilla havia pedido desculpas por ter escrito a favor de ver os dois lados do #gamergate, de maneira semelhante à Adobe, dias antes 

Info: Google lança campanha de arrecadação de fundos para combater o Ebola

Google lança campanha de arrecadação de fundos para combater o Ebola 
 
A cada dólar doado na plataforma do site, empresa de tecnologia irá dobrar quantia

A gigante da internet, Google, lançou nesta segunda-feira (10) uma campanha para captar recursos que apoiem o combate à epidemia de Ebola, doando 10 milhões de dólares para o fundo e assegurando que vai dobrar o valor das cifras doadas por outras entidades.

Além disso, o diretor executivo e co-fundador do Google, Larry Page, indicou que a fundação de sua família contribuirá com US$ 15 milhões nesta causa.

"Nossos corações estão com todos aqueles cujas vidas foram tocadas por esta tragédia", escreveu Page em um blog anunciando a campanha.

A Google começou a coletar contribuições no site onetoday.google.com/fightebola, onde uma mensagem indica que, a cada dólar doado, a gigante da internet doará outro dólar até que sejam arrecadados US$ 7,5 milhões.

Com sede na Califórnia (oeste dos EUA), a empresa explicou que o dinheiro será enviado às associações humanitárias InSTEDD, Médicos sem Fronteiras (MSF), NetHope e Save the Children.

A empresa da web acrescentou que cobrirá "os custos adicionais, de forma que 100% das doações irão para estas organizações, para marcar a diferença no terreno e no mundo".

Diretores de outras empresas de internet, como Facebook ou Microsoft, anunciaram iniciativas em prol da luta contra a Aids.

O diretor-geral do Facebook, Mark Zuckerberg, e sua esposa, Priscilla Chan, anunciaram em meados de outubro que doariam 25 milhões de dólares para o Centro Americano de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) na luta contra o vírus hemorrágico.

O co-fundador da Microsoft, Bill Gates, doou, através da fundação Bill e Melinda Gates, 50 milhões de dólares para as agências das Nações Unidas e as organizações internacionais que lutam contra a doença.

A epidemia de Ebola, a mais grave desde que a doença foi identificada na África, em 1976, já matou quase 5.000 pessoas de um total de cerca de 13.000 casos registrados, principalmente em Libéria, Serra Leoa e Guiné, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).