terça-feira, 22 de julho de 2014

IDG Now!:Arcon Labs registra aumento de 57% em ataques virtuais durante a Copa



O maior crescimento no período foi de ataques automatizados (hack tools e bootnets), seguido de invasões via web, malware e ataques DDoS

Durante a Copa do Mundo 2014, o Arcon Labs registrou um aumento de 57% nos ataques relacionados à segurança da informação dentro dos ambientes monitorados pela companhia. O crescimento maior foi dos ataques automatizados (hack tools e/ou botnets), que chegou a 681% no período. Na sequência estão os ataques web, com crescimento de 216%; os malwares, com 26% e os ataques DDoS, que registraram aumento de 11% no período.

Os números registrados no período da Copa foram atípicos. Fora do mundial, os ataques automatizados e ataques web, que ocorrem de forma constante, podem variar entre 10% a 20%, em sua maioria por conta de ações específicas em uma rede alvo.

De acordo com os especialistas do Arcon Labs, os ataques automatizados são mais fáceis de serem realizados, pois as ferramentas para efetivá-los não exigem grande nível de expertise, ou seja, não é preciso muito esforço para conseguir, por exemplo, alterar o conteúdo de uma página ou derrubar um serviço.

O Arcon Labs é uma área da Arcon Serviços Gerenciados de Segurança que possui uma equipe de inteligência para análise de tendências e ameaças, e promove estudos, recomendações, normas e padrões técnicos com a finalidade de manter o alto padrão de segurança dos clientes da companhia e da prestação de serviços. Atuando no mercado nacional desde 1995, a Arcon é uma empresa especializada em serviços gerenciados de segurança (MSS – Managed Security Services).

Com SOCs redundantes localizados no Rio de Janeiro, São Paulo e Miami, e equipe de profissionais de segurança certificados e altamente capacitados, aArcon processa 1 bilhão de eventos por dia, protege mais de 600.000 ativos nos 5 continentes e possui inteligência única na América Latina com 850 regras de correlação de eventos.


Folha de São Paulo: Repressão de Pequim muda a cena das mídias sociais

Ian Johnson

Nos últimos anos, as mídias sociais na China têm sido dominadas pelo Sina Weibo, um serviço de microblogs como o Twitter. Ele criou uma esfera online de debate público desenfreado, incubando mudanças sociais e às vezes até acuando políticos em um país no qual os veículos da mídia tradicional são rigidamente cerceados.

Nos últimos meses, porém, o Weibo foi eclipsado pelo WeChat, a versão chinesa do Facebook, que permite a troca de mensagens em tempo real em círculos restritos de seguidores.

A transformação do caráter público da comunicação em semiprivado, acelerada pela repressão do governo ao Weibo, mudou o panorama das mídias sociais para os 600 milhões de usuários da internet no país, refreando o que era o fórum público mais aberto na China moderna.

"Essa é um nova fase para as mídias sociais na China", opinou Hu Yong, professor na Universidade de Pequim. "É o declínio do primeiro fórum em grande escala para informações e a ascensão de algo com foco mais estreito."

O WeChat transformou os serviços de mídias sociais na China


O WeChat tem vantagens e defensores. É, por exemplo, menos censurado que o Weibo, e alguns usuários dizem que se expressam mais à vontade, pois sabem que suas conversas são privadas.

Em maio, o governo anunciou que iria monitorar mais o WeChat. Alegando que os serviços de mensagens instantâneas estavam sendo usados para disseminar "violência, terrorismo e pornografia", a agência encarregada de policiar a internet declarou que iria "lutar firmemente contra a infiltração de forças hostis no país e no exterior".

Em seu auge, o Weibo prometia muito mais. Ele ganhou notoriedade em 2011, depois que 40 pessoas morreram no acidente de um trem de alta velocidade. Usuários do Weibo detalharam a confusão e as falhas do governo que levaram ao acidente. Esse foi um momento crucial do início da era da internet na China, pois mostrou como esse meio podia desafiar até um governo autoritário.

O Weibo ainda é importante. É mais fácil encontrar notícias e comentários palpitantes nele do que no universo rigidamente controlado da mídia estatal. O Weibo relatou em março que tinha 66 milhões de usuários diários, uma alta de 37% em relação a 2013.

No entanto, números do governo mostram que o volume total de usuários de microblogs, incluindo os que usam o Weibo, caiu 9% no ano passado, com muitos migrando para o WeChat.

"Ainda é possível encontrar novidades e notícias quentes no Weibo, mas os comentários estão menos interessantes e profundos", disse He Weifang, conhecido advogado e ex-blogueiro do Weibo que chegou a ter mais de 1 milhão de seguidores.

Um motivo disso é a repressão do governo às chamadas contas e comentaristas de destaque, que chegavam a ter milhões de seguidores. Centenas deles foram detidos e deixaram de postar.

Muitos também se cansaram da lista estonteante de termos proibidos e do jogo de gato e rato para escapar dos censores.

O WeChat tirou partido da frustração. A empresa que o controla, a Tencent, afirma ter 355 milhões de usuários ativos mensais. A companhia não revela o número de usuários diários, o que dificulta uma comparação direta com o Weibo.

Ativistas dizem que o WeChat lhes permite aprofundar-se em assuntos com pessoas de mentalidade parecida. O veterano ambientalista Li Bo usa o WeChat há mais de dois anos para fortalecer a oposição a projetos de infraestrutura danosos, como o plano de represar o rio Nu. Li participa de um grupo no WeChat chamado Defesa de Políticas Ambientais que tem mais de 300 membros, incluindo, diz, funcionários do governo com mentalidade aberta.
Sim Chi Yin - 28.fev.2014/The New York Times 

Li Bo usa o WeChat para favorecer a oposição na China
Embora participem raramente, funcionários públicos acompanham o tráfego de informações e ocasionalmente convidam membros do grupo para encontros em seus escritórios, a fim de conversar sobre políticas públicas.
O WeChat tem restrições autoimpostas que o impedem de ter a mesma esfera pública do Weibo. Ele permite a criação de contas públicas que qualquer um pode seguir, mas o limite é de uma postagem por dia. Além disso, não é possível acessar contas públicas em telefones celulares, o que dificulta, por exemplo, postar na blogosfera uma foto recriminadora de um funcionário público.

Os comentários também são deletados após alguns dias, assim apagando registros históricos. O governo monitora essas contas e recentemente deletou algumas que cobriam política e notícias de interesse social.

O WeChat, porém, continua sendo uma ferramenta valiosa para ativistas. Hu Jia, que atua em causas ambientais há 15 anos, disse que o advento das mídias sociais, apesar de suas limitações, produziu uma sociedade mais bem informada.

"O Weibo e o WeChat são dádivas", disse. "A despeito de toda a vigilância, os benefícios obtidos são imensos para as pessoas que tentam organizar a sociedade."

Folha de São Paulo: Facebook lança ferramenta que permite salvar posts para ler mais tarde


O Facebook anunciou nesta segunda-feira (21) a ferramenta "Salvar" para Android, iOS e desktop, recurso que dá aos usuários a possibilidade de salvar postagens para acessá-las quando quiserem.

O botão foi incluído no menu de opções disponível no canto superior direito das publicações que aparecem no feed de notícias ou nas páginas dos usuários.

O conteúdo guardado pode ser acessado na barra de tarefas lateral do site nos PCs ou no botão "Mais" no aplicativo para dispositivos móveis. Os itens salvos são organizados em categorias como Links, Lugares e Música.

Segundo o comunicado, a ferramenta será disponibilizada para todos os usuários ao longo dos próximos dias.
Botão para salvar aparece no menu de opções no canto superior direito das postagens

Folha de São Paulo: Opinião: Indignação na internet é uma maneira de protestar com toques

TEDDY WAYNE

Não são necessários muitos cliques para encontrar indignação na internet. Conecte-se a uma rede social e você verá gente se sentindo ultrajada por celebridades e pessoas comuns. É aí que o jogo começa para valer: tribunais, movimentos sociais, meios de comunicação, corporações e governos atraem todo tipo de indignação.
Como diz uma surrada piada no Twitter: "Do que estamos com raiva hoje?".

Comentários agressivos fazem parte da cultura da internet há muito tempo, como mostram qualquer seção de comentários. Mas nos últimos anos essa raiva tem proliferado nas mídias sociais, onde as pessoas proclamam sua indignação ética.

Um estudo de 2013 da Universidade Beihang, de Pequim, sobre o Weibo, espécie de Twitter chinês, revelou que a raiva é a emoção que se espalha mais facilmente nas redes sociais. A alegria ficou num distante segundo lugar.

Ryan Martin, que estuda a raiva e é professor de psicologia da Universidade de Wisconsin, em Green Bay, disse que a principal diferença é que, enquanto nos inclinamos por compartilhar a felicidade apenas com as pessoas mais próximas, estamos dispostos a aderir à raiva de estranhos.

As pessoas propensas à indignação na internet estão em busca de validação, disse Martin. "Elas querem escutar que os outros a compartilham", disse, "porque sentem que estão legitimados e um pouco menos solitários e isolados em suas crenças".

A indignação na internet normalmente diz mais sobre quem faz o comentário do que sobre a causa, e seu desdobramento pode fazer mais mal do que bem.

Em outro estudo de 2013, Martin percebeu que as pessoas suscetíveis à indignação na internet tendem a ser mais raivosas. "As pessoas que esbravejam on-line de qualquer maneira tendem a se envolver mais em agressões físicas e verbais", disse.

A indignação carrega um sabor diferente da raiva pura; sugere uma afronta ao sistema de valores de alguém.

O indignado pode estar legitimando um mecanismo de defesa reforçado pela própria cultura da ira na internet. Expressar indignação é se proteger das críticas. Mas tais reações podem ofuscar ou diminuir a complexidade de um assunto, mais do que iniciar um debate profundo.

Além disso, comentários indignados às vezes são mais ofensivos do que a má conduta inicial.

As multidões produzem um senso de anonimato e, em meio à tendência de indignação no Twitter, Martin disse que "você pode se sentir anônimo, mesmo se de fato não estiver".

Em última análise, a indignação na internet é uma maneira de protestar com toques e cliques em vez de boicotes e passeatas. É uma atitude nobre se indignar por uma causa e correr o risco de ser preso sem reconhecimento. Menos honroso é participar de um ataque digital como um meio de sustentar o próprio ego.

Talvez o verdadeiro problema, sugeriu Martin, não seja a nossa raiva, e sim a nossa imprudência e o relacionamento dela com os nossos aparelhos facilmente acessíveis. "A internet aumenta os problemas de controle dos impulsos", disse.

"Você fica bravo e pode contar isso ao mundo em instantes antes de ter a chance de se acalmar e analisar as coisas."

Folha de S.Paulo:Empregados são vigiados digitalmente


STEVE LOHR


Ferramentas tecnológicas avançadas estão começando a viabilizar a avaliação e monitoramento de funcionários em patamares sem precedentes, o que abre a possibilidade de mudar fundamentalmente o modo de trabalhar e suscita preocupações com a privacidade diante da vigilância indiscriminada.
Empresas descobriram que os trabalhadores são mais produtivos quando há mais interação social. Por isso, o call center de um banco introduziu uma pausa compartilhada de 15 minutos para o café, e uma empresa farmacêutica substituiu cafeteiras usadas por alguns funcionários de marketing por uma cafeteria maior. O resultado? Aumento nas vendas e menos rotatividade de empregados.

No entanto, a perspectiva de monitoramento digital cerrado do comportamento dos trabalhadores preocupa defensores da privacidade, pois as empresas têm poucas obrigações legais além de informar aos funcionários.

Quando começou a trabalhar como garçom em um restaurante em Dallas, Jim Sullivan ficou sob observação não de um chefe humano, mas de um software inteligente. Ele contou que a sentinela digital seguia cada garçom, cada comanda, cada prato e cada drinque, em busca de padrões que pudessem sugerir que um funcionário estivesse cometendo furtos. Mas essa torrente de informações detalhadas geradas em computador guiou os holofotes para os trabalhadores mais produtivos.

Sullivan tinha um bom desempenho e, quando seu patrão abriu um quarto restaurante em 2012, foi nomeado gerente.

No entanto, até profissionais da área de análise do ambiente de trabalho dizem que é necessário haver regras relativas à privacidade para que esse ramo de atividade prospere.

A startup Sociometric Solutions orienta as empresas a adotarem crachás de identificação com sensores para seus funcionários. Tais crachás sociométricos, equipados com dois microfones, um sensor de localização e um acelerômetro, monitoram o tom de voz, a postura e a linguagem corporal.

Bryan Koop, desenvolvedor de programas para escritórios comerciais que trabalhou na Sociometric Solutions, disse que atualmente é moda no projeto de escritórios utilizar certos recursos para aumentar a produtividade.

"Não se sabe ainda se essas táticas funcionam", disse Koop. "O que estamos começando a ver é a possibilidade de mensurar coisas quantitativamente, em vez de nos guiarmos apenas pela intuição."

Segundo Lamar Pierce, professor-assistente na Faculdade de Administração de Empresas Olin, da Universidade Washington em St. Louis, ferramentas digitais para vigilância podem ser consideradas simplesmente boas ou más. "O maior desafio para todos nós", disse ele, "é descobrir qual o nível correto e em que contexto isso é feito."

Pierce foi coautor de uma pesquisa publicada no ano passado, que examinou o efeito de softwares de monitoramento usados em restaurantes.

Ele estudou os dados de todas as transações e padrões que sugeriam furto antes e após a instalação dos softwares em 392 restaurantes, em 39 Estados. A redução de furtos foi modesta, equivalendo a um ganho de US$ 108 por semana em cada restaurante. Mas em cada um deles a receita subiu em média US$ 2.982 por semana, ou seja, cerca de 7%, um ganho considerável em um segmento com baixa margem de lucro.

Cientes de que estavam sendo monitorados, os garçons estimulavam os clientes a pedir sobremesa ou mais uma cerveja, aumentando a receita do restaurante e suas próprias gorjetas.

Hoje em dia, Sullivan usa um software para monitorar os funcionários e comentou que os dados podem mostrar que alguém eficiente para servir várias mesas não é tão bom em vendas. Um garçom desse tipo, disse Sullivan, deveria ser orientado sobre a maneira de falar com os clientes e de sugerir certos pratos e drinques.

"Os dados me permitem avaliar melhor quem precisa ser treinado", explicou Sullivan.