segunda-feira, 17 de março de 2014

Convergência Digital: Brasil pode ter mais um benefício fiscal para data centers


Atrair os data centers para o Brasil se tornou uma meta política. Neste momento, por exemplo, a Câmara dos Deputados analisa o Projeto de Lei 6304/13, do deputado João Arruda (PMDB-PR), que institui regime especial de desoneração tributária para a instalação e a manutenção de Centros de Processamento de Dados (data centers) no Brasil.

Vale lembrar que os data centers também estão no 'olho do furacão' do Marco Civil da Internet, com a obrigatoriedade da instalação desses centros no país. Há também os incentivos do REPNBL, regime especial para a banda larga, onde os data centers são beneficiários, mas que até o momento, não houve nenhum projeto aprovado no ministério das Comunicações.

O mais novo projeto de desoneração para data centers - que ainda terá de ser votado - prevê que o benefício fiscal só será conceido se a empresa investir anualmente, no mínimo, 2,5% do seu faturamento bruto no mercado interno em atividades de pesquisa e desenvolvimento de equipamentos, insumos e softwares, a serem realizadas no território nacional.

No mínimo 1% do faturamento bruto deverá ser aplicado mediante convênio com centros ou institutos de pesquisa ou entidades brasileiras de ensino, oficiais ou reconhecidas pelo Ministério da Ciência e Tecnologia ou pelo Ministério da Educação.

Conforme o texto, o investimento em pesquisa e desenvolvimento deverá ser efetuado de acordo com projetos aprovados em ato conjunto do Ministério da Fazenda, do Ministério da Ciência e Tecnologia e do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, nos termos e condições estabelecidas pelo Poder Executivo.

“Com as medidas, pretendemos acelerar o avanço tecnológico da nação, além de incrementar a produtividade da indústria nacional e incentivar a difusão de informação e tecnologia para toda a sociedade”, afirma o autor. O deputado explica que os data centers são a espinha dorsal de qualquer processo de produção, tecnológica ou não, que necessite do processamento de grandes quantidades de dados.

Alíquota zero

A proposta reduz a zero as alíquotas do PIS/Pasep e da Cofins, além do IPI incidente na importação e do Imposto de Importação, para a compra ou importação de máquinas, equipamentos, softwares e insumos destinados à instalação e manutenção de data centers no Brasil. De acordo com o texto, ato do Executivo irá relacionar os bens ou insumos alcançados pelas reduções dessas alíquotas.

Conforme o projeto, também ficará reduzida a zero a alíquota da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) destinada a financiar o Programa de Estímulo à Interação Universidade-Empresa para o Apoio à Inovação, instituído pela Lei 10.168/00.

Comprovação

A pessoa jurídica beneficiária da desoneração deverá encaminhar ao Ministério da Ciência e Tecnologia, até 31 de julho de cada ano, os relatórios demonstrativos do cumprimento, no ano anterior, das obrigações relativas ao investimento em pesquisa e desenvolvimento. No caso de esses investimentos em pesquisa não atingirem, em um determinado ano, o percentual mínimo fixado, a empresa beneficiária da desoneração deverá aplicar o valor residual no Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, acrescido de multa de 20% e de juros.

Se descumprir essas regras, a empresa beneficiária será suspensa do programa de desoneração. Caso a empresa não sanar a infração no prazo de 90 dias, contados da notificação da suspensão, o benefício da desoneração será cancelado. A empresa que for suspensa do benefício duas vezes em prazo inferior a dois anos, será punida com o cancelamento do programa de desoneração e só poderá retornar ao programa após dois anos.

Ainda segundo a proposta, o Ministério da Ciência e Tecnologia e o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior divulgarão, a cada três anos, relatório com os resultados econômicos e tecnológicos advindos da aplicação das disposições da lei; e, na forma de regulamento, as modalidades e os montantes de incentivos concedidos e aplicações em P&D por empresa beneficiária e por projeto. De caráter conclusivo, a proposta será analisada pelas comissões de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática; de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

*Com informações da Agência Câmara

INFO: Certificado digital facilita a declaração do Imposto de Renda


Getty Images

O certificado digital, tecnologia que permite a identificação de pessoas físicas e jurídicas no ambiente digital, é uma assinatura eletrônica que identifica o usuário, de modo semelhante ao reconhecimento de firma, possuindo validade jurídica. A tecnologia assegura o sigilo e a autenticidade das informações e oferece vantagens para o contribuinte tanto na hora de preencher a declaração como na hora de receber a restituição.

Quem declara com certificação digital recebe a restituição mais rapidamente. Na hora de declarar, o sistema facilita a verificação das informações sobre as fontes pagadoras. Outra vantagem é receber a declaração previamente preenchida pela própria Receita, o que reduz o risco de cair na malha fina.

Se ocorrer alguma divergência em relação aos dados da Receita e a declaração cair na malha fina, o problema pode ser resolvido no mesmo dia. Isso atende a uma antiga reclamação dos contribuintes, que sempre foram obrigados a aguardar meses ou anos para serem notificados sobre problemas na declaração.

Com o novo sistema, o interessado pode acompanhar o processo da declaração, fazendo correções em tempo real e sem burocracia. Também é possível obter cópias da declaração sempre que necessário e retificar pagamentos ou imprimir comprovantes.

Julio Cosentino, vice-presidente da certificadora Certisign, diz que o certificado digital é um facilitador na rotina de pessoas físicas e jurídicas, com inúmeras vantagens, entre elas a possibilidade de assinar digitalmente documentos eletrônicos, sem uso de papel e sem deslocamentos e custos com autenticações.

Declarar com certificado digital é opcional hoje, mas Mariana Pinheiro, presidente da Unidade de Negócios Identidade Digital da Serasa Experian, avalia que ao longo do tempo o sistema se tornará obrigatório. "Hoje, para a declaração de Imposto de Renda, já existe a obrigatoriedade do certificado para declarações com rendimentos acima de R$ 10 milhões", explica ela.

Alternativas

O e-CPF pode ser comprado pela internet nos sites das empresas certificadoras. O certificado pode vir em um software para instalação em um computador e ser utilizado apenas nele; ou pode ser adquirido nas mídias cartão ou token. Na opção pelo cartão é preciso adquirir também uma leitora, caso o computador em que será usado não tenha o dispositivo de série. O token dispensa a leitora, porque conecta-se à porta USB do computador.

A vantagem do cartão e do token é que podem ser utilizados em qualquer computador. O token dispensa a leitora, o que facilita o transporte. Após escolher a mídia, o interessado tem de fazer a opção de prazo de validade, que varia de um a três anos. No próximo passo, o interessado escolherá a forma de pagamento (boleto ou cartão).

Terminada essa etapa, será preciso fazer a validação dos documentos. Nesse caso, é preciso comparecer a um dos locais indicados pela empresa, portando a documentação solicitada. Em geral, são solicitados um ou até dois documentos de identidade com menos de cinco anos da emissão, como RG e carteira de habilitação, e comprovante de endereço. Quando o RG tem mais de cinco anos desde a emissão pode ser solicitada também foto 3x4 recente.

O certificado é emitido na hora e pode ser utilizado em 24 horas. As empresas fazem vendas de certificado pela internet ou por telefone. O sistema envolve custos na ordem de R$ 100 por ano.

O certificado pode ser emitido pelas seguintes empresas: Serpro; Certisign; Serasa; Imprensa Oficial do Estado; Companhia de Tecnologia da Informação do Estado de Minas Gerais; Federação Nacional das Empresas de Serviços Contábeis e das Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas; Sindicato dos Corretores de Seguros, Empresas Corretoras de Seguros, de Saúde, de Vida, de Capitalização e Previdência Privada no Estado de São Paulo; Notarial; Autoridade Certificadora Brasileira de Registros; Instituto Fenacon; Prodest; Valid; Boa Vista e Digitalsign.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo. 

G1 - Aplicativo de celular facilita consulta de informações no Diário Oficial de AL


Ferramenta gratuita foi desenvolvida por analista de sistema alagoano.
Plataforma contempla Diário Oficial do Estado e Diário Eletrônico da Justiça.

Waldson Costa

Consultar informações no Diário Oficial do Estado (DOE) e no Diário Eletrônico da Justiça (DJE) deAlagoas agora está mais fácil. A praticidade na busca de dados oficiais ocorre em decorrência do lançamento do aplicativo para aparelhos móveis – celulares e tablets – 'DOE Alagoas', disponibilizado gratuitamente.

Aplicativo cria pastas com documentos em PDF
a partir do conteúdo da pesquisa. 
(Foto: Waldson Costa/G1)

Desenvolvido pelo analista de sistemas Ricardo Carmo, a ferramenta, compatível com os mobiles Android, possui duas funcionalidades práticas para os usuários: 'Busca' e 'Alerta'. “Na 'Busca' o usuário pode encontrar informações de seu interesse realizando pesquisas com palavras ou números de processos. No 'Alerta', a busca por informações passa a ser antecipada, e a medida que os conteúdos de interesse são publicados nos Diários Oficiais, o usuário recebe mensagens no aparelho com os dados”, explica Carmo.

Outra facilidade disponibilizada pelo aplicativo 'DOE Alagoas', segundo o analista de sistema, é a integração em uma só plataforma dos dois principais Diários Oficiais de Alagoas, o do governo do Estado e o do Tribunal de Justiça.

Ricardo Carmo desenvolveu o 'DOE Alagoas' para
agilizar consulta aos Diários Oficiais.
(Foto: Isabelle Carvalho / Arquivo Pessoal )

“Com essa junção, a consulta das informações nos documentos oficiais fica mais prática e rápida. Algo que beneficia bastante o usuário, que não precisará fazer buscas em endereços separados”, expõe Ricardo Carmo ao evidenciar que a maior parte do público da ferramenta tecnológica é composta por funcionários públicos, advogados, administradores, contabilistas e pessoas que necessitam frequentemente fazer consultas nos diários oficiais.

A ferramenta também é viável para aquelas pessoas que fazem consultas esporádicas e que não possuem muita afinidade com os Diários Oficiais, já que o mecanismo de pesquisa no documento costuma ser burocrático. "Acredito que o aplicativo também ajude no processo de transparência das instituições públicas do estado, já que pessoas que não possuem o hábito de consulta nos diários poderão fazer de forma mais simplificada", completou o analista de sistemas. 

Consultas
Disponibilizado de forma gratuita, o 'DOE Alagoas' é prático para baixar e de fácil manuseio. Já na sua página inicial estão disponíveis as formas de consultas: Texto Livre, Processo TJ, N° OAB, CPF, CNPJ ou Placa de Veículos.

A busca é rápida, e já na primeira página é possível escolher a data para pesquisa e acionar o sistema de alerta. Ao detectar a informação, o aplicativo cria uma espécie de pasta, onde fica a página do Diário Oficial em PDF sobre o assunto escolhido. A cada dado encontrado uma pasta é criada.

INFO: Entrevista de domingo: 'Nosso aplicativo pode ter uso global', diz criador do Colab



O Colab, criado no começo de 2013, é um aplicativo brasileiro que tem como objetivo facilitar a comunicação entre a população e os governos municipais. Nele, os usuários podem fiscalizar a sua cidade, publicando problemas do espaço urbano ou ainda propor melhorias. O software foi o vencedor do AppMyCity, prêmio para o melhor aplicativo urbano do mundo, cujas inscrições para a premiação de 2014 começaram no última dia 11. 

Segundo os fundadores do Colab, Bruno Aracaty e Gustavo Maia, receber o primeiro lugar foi um "divisor de águas" na evolução do aplicativo. Com novos investimentos e maior visibilidade, agora o objetivo é melhorar ainda mais a ferramenta. Em entrevista para a INFO, eles falaram sobre a trajetória depois de receber o prêmio e que rumo pretendem tomar no desenvolvimento do app. 

O que fizeram com os US$ 5 mil que ganharam no prêmio?

Gustavo Maia: Eles praticamente evaporaram (risos). Já foram "pré-gastos", na verdade. 

Bruno Aracaty: Desde que a gente fundou e lançou o Colab, a gente vinha pondo dinheiro nosso, dos sócios. Obviamente, a gente sempre teve recurso muito limitado, então a gente gastou quase zero em marketing. Eventualmente patrocinou um post ou outro no Facebook e só. 

O que de fato aconteceu depois do prêmio é que a gente teve muito contato de prefeituras do país inteiro. Por exemplo, veio Curitiba, Florianópolis e Belo Horizonte. A gente utilizou o recurso para ir até elas, para fazer a apresentação da ferramenta para as prefeituras. Então a única forma que a gente "abriu a torneira" para gastar os US$ 5 mil foi com isso. 

Além das prefeituras, vocês notaram aumento de downloads do público em si depois de receber o prêmio?

Gustavo Maia: Recebemos o prêmio só dois meses depois de a gente ter lançado o Colab. Era ainda um negócio muito novo. Até março, o aplicativo estava aberto só para convidados, e, no fim do mês, abrimos só para a cidade de Recife. Neste período, cerca de 2 mil pessoas se inscreveram para participar. 

No fim de maio, quando aparecemos como um dos semifinalistas, começou a crescer a quantidade de usuários. Quando chegamos na final, começou um "boom" e, quando ganhamos, explodiu de vez. Até hoje, nosso marco de mais acessos foi naquela semana. Isso porque a quantidade de mídia gerada a partir do prêmio foi muito grande. Aquilo foi um divisor de águas para a gente.

Primeiro, pensamos que o Colab era um negócio que ia funcionar em Recife. Depois, percebemos que era algo que iria funcionar no Brasil. O prêmio foi uma chancela que confirmou: "Não, é global mesmo".

Vocês receberam recentemente uma proposta de investimento da A5 internet Investments. Sobre esta e outras propostas que podem chegar: até que ponto elas são bem-vindas e como pretendem monetizar o aplicativo para pagarem os investimentos de volta?

Gustavo Maia: Depois de ganhar o prêmio, a gente já tinha um produto que estava no mercado e funcionava. Passamos o ano de 2013 inteiro viajando, sendo contatados por prefeituras e indo debater sobre a participação popular na gestão das cidades – que é o que o Colab faz de forma inteligente. 

Neste período, conversamos com alguns investidores, seja pessoa física, empresa ou fundo de investimento. Quando chegou no fim do ano passado, conversamos com a A5, que é um fundo de investimento em tecnologia. Eles gostaram do que a gente tinha e a gente fechou esse investimento para o ano de 2014. Agora, eles são nossos sócios. 

Bruno Aracaty: Em 2014, temos recursos ainda limitados mas com mais folga para desenvolver nossa plataforma tanto para usuários, quanto para prefeituras e para outros stakeholders. Estes podem ser movimentos, comunidades, empresas e até a parte de política. Estamos pensando em como os políticos possam usar o Colab para conseguirem ser mais representativos. 

Para a população, sempre vai ser de graça. A gente não tem um modelo de monetização definido. A gente tem algumas coisas em mente sendo testadas, que aí envolvem plataforma de gestão para prefeituras, pesquisas de opinião, obtenção de patrocínios de projetos por empresas… Mas o nosso foco ainda é o desenvolvimento do produto. 

Aqui no Brasil, existe uma cultura de buscar retorno muito rápido, de não conseguir enxergar a longo prazo. A gente está vindo com uma cabeça diferente disso e nosso investidor sabe que o primeiro investimento é para deixar o produto "top", para que o usuário se apaixone e a prefeitura veja valor. E, depois, se precisar de mais dinheiro porque não monetizou ainda, a gente vai conseguir. 

As prefeituras estão utilizando o Colab só para mostrar que estão ouvindo a população, ou elas realmente ouvem e resolvem os problemas?

Bruno Aracaty: A natureza do Colab é muito prática. Não tem muito o que ficar discutindo. São problemas nas ruas que as prefeituras naturalmente resolvem. 

Gustavo Maia: Prefeituras tapam buracos, consertam lâmpadas, são problemas de uma dinâmica muito normal para elas. O que a gente quer é agilizar esse processo, e que o conhecimento dos problemas venha pela população. Aí, em vez de ter mil fiscais de rua sendo pagos, você tem um milhão de graça. 

Bruno Aracaty: A gente não tem um número de problemas resolvidos. No começo, tudo era feito de forma muito manual, com formulários no site, e-mail, enfim, qualquer forma para fazer a ponte entre as pessoas e as prefeituras. Era um trabalho que não era escalado e perdemos a quantificação desses dados. Mas são muitos problemas resolvidos. De verdade, são muitos.

Vocês têm algum plano especial para a Copa do Mundo?

Bruno Aracaty: Temos uma campanha para o pré-Copa. É uma parceria com o Catraca Livre. Estamos fazendo um mapeamento das calçadas das sedes da Copa. Usamos as publicações sobre calçadas no Colab. Podemos ir modificando as campanhas, fazendo sobre lixo, de limpeza urbana… Para durante a Copa, não temos nada certo. 

Vocês tem algum recado para desenvolvedores de aplicativos, principalmente brasileiros, que vão se inscrever para o prêmio AppMyCity?

Gustavo Maia: O recado é: se inscreva, participe. Se você acha que você não tem o melhor produto do mundo, mas acha que tem uma ideia legal, participe. O caso da gente é exatamente este. O ano de 2014 vai ser de um "boom" extremamente grande para a gente, temos certeza, e é só por conta desse prêmio.

Baixe o Colab para iOS, Android ou acesse a versão webware pelo Downloads INFO

Folha de S.Paulo: Marco Civil tem momento "House of Cards"


Se você está ansioso porque já assistiu a todos os novos episódios da segunda temporada de "House of Cards", o seriado político lançando pelo Netflix de uma vez só, não se preocupe. Basta acompanhar o que está acontecendo com o Marco Civil da Internet. O nível da intriga é de fazer inveja a Frank Underwood e seus asseclas.

Na semana passada, o projeto teve sua votação adiada de novo. Dessa vez, não foi a pedido dos seus opositores, que vinham bloqueando a votação. Foi o próprio governo, defensor do projeto, que resolveu bater em retirada. A razão: temor de uma dramática derrota na Câmara.

Com a formação do chamado "blocão", qualquer coisa que o governo propuser, como nas cenas políticas mais contundentes de "House of Cards", será "whipped" (chicoteado) em direção contrária pelos deputados rebeldes.

Com isso, o Marco Civil foi pego no meio de um fogo cruzado político. É uma pena. O Marco Civil não diz respeito a questões de curto prazo, como liberações de verbas e favores gerais. Ao contrário, faz parte das questões estruturais que o país tem de pensar.

Qual a relação que queremos ter com a internet? Queremos ser apenas consumidores? Ou queremos competir globalmente em serviços no rico mercado da rede?

São perguntas que demandam uma decisão institucional. Não há leis no Brasil dando conta dessas questões. A confusão indica que o Congresso não tem resposta sobre onde queremos chegar. Objetivos de curto prazo acabam obliterando os de longo.

Agindo assim, os deputados lembram a orquestra que toca alto enquanto o Titanic das oportunidades afunda.

JÁ ERA
Caixas eletrônicos apenas de dinheiro

JÁ É
Caixas eletrônicos de bitcoins

JÁ VEM
Pagar em cartão de crédito usando bitcoins

INFO: Artista que enxerga em preto e branco usa chip para ouvir cores



A Acromatose é uma doença rara faz com que o portador enxergue apenas em preto e branco, como os peixes abissais, que vivem nas profundesas dos oceanos. Vítima dessa enfermidade, o artista Neil Harbisson implantou um chip em seu crânio, por meio do qual ele afirma poder "ouvir" cores, de acordo com o Daily Mail.

Segundo a reportagem, Harbisson, que se autointitula artista ciborgue sonocromático, usa há dez anos uma espécie de olho eletrônico, que contém uma câmera para captar as frequências de cores para então convertê-las em sons.

Como não há fones de ouvido integrados, o áudio é transmitido por condução óssea, diretamente aos seus ouvidos. Além disso, o som é enviado ao seu smartphone por Bluetooth ou Wi-Fi. O aparelho é chamado de "Eyeborg", uma junção das palavras olho e ciborgue, em inglês. 

"Com isso, eu posso ouvir uma obra de Picasso", afirma o artista, que implantou a última versão do aparelho entre dezembro do ano passado e março de 2014. 

Esse produto, no entanto, não é de fácil instalação: ele teria passado por uma cirurgia para colocar o Eyeborg. 

Em seu projeto artístico chamado Sound Portraits, Harbisson ouve cores de rostos para criar algo como um acorde musical microtonal. Já no projeto City Colours, ele expressa as capitais da Europa em duas cores. Por exemplo, Mônaco é salmão e azul índigo, enquanto Bratislava é amarela e turquesa.

Harbisson já chegou participar do evento de tecnologia e inovação, em 2012, para divulgar o Eyeborg e compartilhar a sua história. 

Folha de S.Paulo: Criminosos infectam PCs para mineração de bitcoin


BRUNO ROMANI

A supervalorização da moeda virtual bitcoin não está chamando a atenção apenas de investidores, economistas e entusiastas de tecnologia. Criminosos cibernéticos também foram atraídos, e redes de computadores infectados estão sendo utilizadas para faturar sobre esse "novo dinheiro".

Redes de PCs escravizados, conhecidas como "botnets", não são novidade. Há alguns anos, elas engolem milhares de máquinas. A Rustock, uma das maiores descobertas, era composta por 1,6 milhão de máquinas. O que está mudando, agora, é o objetivo delas.

O bitcoin passa por uma onda de popularidade. Em novembro último atingiu a cotação de US$ 1.000. Sua natureza explica por que ela pode ser um ótimo negócio para os criminosos.

O bitcoin é gerado quando um complexo código matemático é solucionado por computadores que emprestam seu processamento à rede Bitcoin. Agora, imagine poder usar o poder computacional de milhares de máquinas. É como se o PC infectado trabalhasse de graça para terceiros para gerar dinheiro.

Em dezembro último, uma ação conjunta que envolveu a Europol, o FBI e o Centro de Crimes Cibernéticos da Microsoft desativou a "botnet" conhecida como ZeroAccess, que, entre outras atividades, se dedicava à mineração da moeda virtual.

Foi a primeira vez que a unidade da Microsoft se deparou com uma rede envolvida nesse tipo de operação.

O vírus da família "Trojan.Win32.BitMin", uma das mais populares na mineração ilegal de bitcoins, teve aumento de 60% nas detecções em 2013, segundo a Kaspersky.

Editoria de Arte/Folhapress 
"Até no Brasil, onde 95% das pragas são do tipo que tenta roubar dados bancários, os criminosos estão interessados em bitcoins. Nós já encontramos pragas criadas no país que fazem mineração", diz Fábio Assolini, pesquisador da Kaspersky.

Durante quatro dias (entre os dias 31 de dezembro do ano passado e 3 de janeiro deste ano), 2 milhões de computadores na Europa podem ter se tornado mineradores escravos por conta de um malware presente nas páginas do Yahoo! servidas aos internautas do continente. A empresa reconheceu a falha, detectada pela empresa Light Cyber.

CUSTO ZERO

"O custo para minerar bitcoins com uma botnet é quase zero", afirma Richard Boscovich, conselheiro geral da Unidade de Crimes Digitais da Microsoft. Além disso, o criminoso deixa a conta de luz com as vítimas.

O processo para gerar bitcoins exige mais do computador, que acaba consumindo mais energia.

Entre os mineradores profissionais existe um mercado de máquinas que tentam equilibrar alto desempenho com baixo consumo de energia. Dependendo da equação –o que é gasto com uma máquina ligada o tempo todo e com a conta de energia– não vale a pena minerar.

"Por causa das botnets, mineradores honestos podem ter que sair da mineração por ela se tornar economicamente desvantajosa", diz Rodrigo Batista, executivo-chefe da corretora Mercado Bitcoin.

Folha de S.Paulo: Instagram vira praça de comércio, mas sem ser invasivo como a publicidade


JENNA WORTHAM

O Instagram, aplicativo de compartilhamento de fotos controlado pelo Facebook, é meu lugar favorito para olhar as fotos de meus amigos. Gosto de vê-los comemorando aniversários, jantando e desfrutando de suas férias.

Outra coisa que aprendi a amar nesse site é muito menos conhecida: trata-se de um excelente lugar para fazer compras.

O Instagram não foi projetado para ser um site de comércio eletrônico, e esse é um de seus atrativos, ao meu ver.

Gigantes da internet como a Amazon contam com algoritmos delicadamente calibrados para me sugerir produtos e serviços antes mesmo que eu pense neles. Mas há algo de charmoso em olhar fotos selecionadas e editadas com cuidado, como as que alguns dos vendedores que usam o Instagram postam.

Para mim, o app é como a versão moderna de um velho mercado do Oriente Médio –mas um que visito usando meu celular quando tenho alguns minutos de folga.

Observo as fotos quando estou no elevador ou esperando na fila do mercado. Parte imensa do atrativo está em que os produtos oferecidos se misturam ao conteúdo regular "feed", em meio a fotos dos meus amigos.

Tropeçar em um achado inesperado, que eu escolhi seguir, como uma bela almofada estampada ou um par de botas de couro, em um app social como o Instagram, causa excitação pela descoberta, mais ou menos como aquela que você sentiria ao encontrar algo raro em uma feira.

Editoria de Arte/Folhapress 

É uma sensação que tenho frequentemente ao ver os posts de uma loja de produtos vintage chamada Fox & Fawn, que oferece fotos de itens como jaquetas, jeans desbotados e vestidos, acompanhadas por preço, disponibilidade de tamanhos e descrições bem sacadas.

Beverly Hames, uma das donas da Fox, diz que começou a postar imagens como experiência, 18 meses atrás. Agora, as vendas geradas por esses posts respondem por entre 20% e 40% do faturamento diário da loja.

Connie Wang, diretora de estilo do Refinery29, um site de moda, diz que a intimidade do Instagram o torna mais atraente como local de compras, a tal ponto que os usuários se dispõem a encarar as inconveniências da plataforma, que não foi projetada para permitir transações (não é possível fazer pagamentos ou clicar em um hiperlink).

"É muito mais pessoal", ela diz. "Não é como o Facebook ou o Twitter, onde tudo parece ser publicidade disfarçada de conteúdo. No Instagram, a sensação é de descoberta, porque você não está lá para comprar. Mas se alguma coisa atrai sua atenção e está disponível, aumenta a probabilidade de que você a compre."

Hames diz que sua loja já usou o Facebook como ferramenta de marketing, mas não quis pagar os custos associados a direcionar anúncios a potenciais compradores.

As duas lojas de Hames têm cerca de 5.000 seguidores, "o que pode não soar grande coisa para uma grande marca ou grande loja", diz, "mas é bastante para uma pequena butique".

Ela diz que se preocupa com a possibilidade de que o Instagram comece a dedicar atenção às suas práticas e que venha a criar restrições.

FATURAMENTO

O Instagram foi adquirido pelo Facebook por US$ 1 bilhão, em 2012. Os executivos dizem que não têm planos de deter o comércio eletrônico conduzido no app, desde que o vendedor não viole as normas de serviço da companhia, por exemplo a proibição à prática do spam.

Mas o Instagram vem enfrentando dificuldades para descobrir como ganhar dinheiro. Os esforços iniciais de publicidade não avançaram para além da fase de teste.

"Essa bolha vai estourar um dia", diz Hames. "Ou o número de empresas que vendem lá disparará, criando saturação, ou eles vão cobrar".

É assim que o mundo funciona. Mas alguns de nós sempre vão estar em busca de intimidade em suas compras –e, ao menos por enquanto, a abordagem casual que o Instagram torna possível é muitas vezes um presente.

Tradução de PAULO MIGLIACCI

Folha de S.Paulo: 5s x S5: veja comparação entre topos de linha da Apple e da Samsung


ALEXANDRE ORRICO


Comparar o iPhone 5s com o Galaxy S5 faz sentido não só por serem topos de linha das líderes de vendas (Apple e Samsung), mas porque o S5 foi construído levando em consideração o aparelho da arquirrival.

LEITOR DE DIGITAIS

Inspirada na função que o iPhone 5s apresentou em 2013, a Samsung também incluiu um leitor de digitais em seu topo de linha, localizado no botão na parte inferior da tela de 5,1 polegadas.

O sensor do novo Galaxy é superior ao do último iPhone –que só registra uma digital e serve apenas para desbloquear o aparelho e fazer compras na iTunes Store.

No S5 o leitor serve para substituir senhas, desbloquear documentos escondidos e até autorizar pagamentos no PayPal. É possível registrar três digitais diferentes, sistema que funcionou com fluidez nos testes da Folha.

CÂMERA

Nos números, a câmera do Galaxy é duas vezes melhor do que a do 5s: 16 Mpixels e resolução 4K, contra 8 Mpixels e resolução Full HD (1.080p) do telefone da Apple.

No aparelho da Samsung, o foco em primeiro ou segundo plano pode ser aplicado após a fotografia ser tirada.

Videoconferências (e "selfies") também se saem melhor na câmera frontal do S5, com 2,1 Mpixels –o iPhone 5s possui 1,2 Mpixel.

Duas novas ferramentas, uma que clareia áreas escuras e outra que suaviza o efeito de "luz estourada" do flash, selam a dianteira da empresa sul-coreana neste quesito.

DESEMPENHO

Ambos os telefones têm capacidade de processamento para executar tarefas complexas. O chip do S5 tem quatro núcleos e arquitetura 32 bits, enquanto o iPhone tem dois núcleos e 64 bits –o que podemos considerar um "empate". Mas o Galaxy, até mesmo por ser um aparelho mais novo, sai na frente quando as outras especificações técnicas são somadas.

O telefone da Samsung tem 1 Gbyte a mais de memória e possui uma GPU (unidade de processamento gráfico) separada, algo mais comuns em PCs, o que garante que games pesados rodem suavemente no dispositivo.

SISTEMA

Além de o iOS ser mais intuitivo, a versão do Android do S5 foi modificada com a interface TouchWiz, que além de poder atrasar as atualizações do sistema, inclui vários apps inúteis e impossíveis de serem deletados.

BATERIA

Calcanhar de Aquiles dos smartphones, a bateria do S5 tem 12 horas de uso contra 10 horas do 5s. Além disso, há um modo de economia de energia que deixa a tela em preto e branco e desliga supérfluos para a bateria durar mais.

Editoria de Arte/Folhapress