segunda-feira, 9 de junho de 2014

Documento ultrassecreto revela 'base de espionagem' britânica

Altieres Rohr

Acordo entre governo e jornal ocultou informação, diz site.
Infraestrutura de espionagem também é mantida pelo setor privado.
O site de tecnologia britânico "The Register" publicou esta semana informações sobre uma base de espionagem ultrassecreta mantida pelo GCHQ, a agência de inteligência ou "NSA" do Reino Unido. Informações sobre as instalações estavam em documentos vazados por Edward Snowden, mas um acordo entre o governo e o jornal "The Guardian" teria proibido as informações de serem publicadas.

A base, chamada de OPC-1 ("Overseas Processing Centre -1", ou "Centro de Processamento Exterior - 1", em português), ou ainda pelo codinome CIRCUIT ("circuito") se localiza na costa norte de Omã, grampeando diversos cabos de fibra ótica que passam pelo estreito de Ormuz. A base faz parte de uma operação com três instalações britânicas na região, que levam os codinomes "TIMPANI", "GUITAR" e "CLARINET" (timbales, guitarra e clarinete, em português).

A construção da base foi realizada em parceria com o governo de Omã para interceptar comunicações de satélite, inicialmente. Antes de monitorar cabos de fibra ótica, ela era usada no programa de interceptação conhecido como "Echelon".

Além de instalações fora do país, o governo britânico ainda teria parcerias com as empresas de telecomunicação BT e Vodafone para interceptar cabos que chegam ao país. De acordo com o "The Register", 18 cabos diferentes estariam sendo monitorados. Segundo a publicação, as empresas recebem "milhões de libras" todos os anos pelo auxílio que prestam ao governo.

De acordo com o "The Register", essas informações são classificas como "Strap 3" e "Strap 2", ou "faixa 3" e "faixa 2", acima de "top secret". Em um acordo, o jornal "The Guardian", onde trabalhava o jornalista Glenn Greenwald, teria se comprometido a publicar apenas informações até "faixa 1".

Vodafone admite interceptação sem ordem judicial
A empresa de telecomunicação britânica Vodafone publicou nesta quinta-feira (5) um relatório detalhando solicitações do governo para realizar grampos em seus clientes. Os números são divididos por país, mas em diversos casos o número não existe, porque a empresa não está autorizada a divulgá-lo.

O país com mais grampos foi a Itália, com 605.601 grampos. Não há números para o Brasil, pois a empresa não atua em território brasileiro. No Reino Unido, país de origem da empresa, a companhia não tem autorização para divulgar os números.

Além dos números, a Vodafone publicou um documento explicando as obrigações legais que a companhia possui em cada país. Em algumas regiões, a companhia nem sequer é obrigada a fornecer meios de interceptação legal para o governo.

O relatório admite, ainda, que o governo possui acesso direto à rede de telefonia em alguns países. Nesses casos, uma autorização judicial para a realização de grampos não é necessária e a interceptação ocorre sem o conhecimento da empresa de telecomunicação. A empresa não informou em quais países isso ocorre.

De acordo com a empresa, os governos deveriam tomar a iniciativa para aumentar a transparência nas atividades de interceptação. Em alguns países, como a Índia, não há nenhum número, nem do governo e nem da empresa, sobre interceptações.

G1: Software que deu origem ao termo 'hipertexto' é lançado após 54 anoS


Plataforma OpenXanadu mostra documento e textos usados para compô-lo.
Idealizadores do software dizem que software pode competir com PDF.

Lançado após 54 anos do conceito inicial, Open Xanadu é uma plataforma que mostra um documento e os textos utilizados para compô-lo. (Foto: Reprodução/Xanadu.com)
O filósofo e sociólogo norte-americano Ted Nelson, de 76 anos, criou o termo “hipertexto” em 1963 para descrever como funcionava uma plataforma de computação em que ele trabalhava, chamada Xanadu. Usada para identificar as partes de textos que levariam às fontes oficiais, a expressão se popularizou e, anos mais tardes, passou a caracterizar os links que conduziriam a outras páginas na internet. O software Xanadu, por outro lado, só ganhou vida 54 anos depois, em abril deste ano.

A ideia do software é criar uma plataforma de edição de texto misturada com biblioteca. O programa mostra na mesma plataforma o “Xanadoc” e os textos de onde vieram as citações utilizadas para compô-lo. Em mais de 50 anos, Nelson nunca havia liberado uma versão de trabalho do software. Escreveu artigos e dois livros (“Dream Machines” e “Literary Machines”) que influenciaram muitos dos pesquisadores que ajudaram a desenvolver a internet da forma como funciona hoje.
O filósofo e sociólogo norte-americano Ted Nelson,
criador dos termos "hipertexto" e "hipermídia".

Não raro, Nelson tem que negar que sua intenção fosse criar algo como a World Wide Web, que, em 2014, completou apenas 25 anos de existência.

“[Xanadu] Isso sempre foi muito mais ambicioso, propondo uma inteira forma de literatura onde os links não quebram como uma versão modificada, onde documentos podem ser comparados de perto lado a lado, além de anotados, onde é possível ver as origens de todas as citações, e que é um sistema válido de direitos autorais –um arranjo literário, legal e econômico—para menor fricção e citações não negociadas de qualquer forma e em qualquer quantidade”, escreveu Nelson no site do projeto.

Em 24 de abril, porém, a espera acabou. Nelson apresentou um conceito do software, chamado OpenXanadu, em um evento na Universidade Chapman, na Califórnia (EUA). Desenvolvido por Nicholas Levis, a plataforma é uma versão para navegadores 

Por ter sido concebido antes mesmo de os computadores de mesa existirem, o software foi apresentado com instruções como “não use o mouse”. Depois de melhorias, porém, a observação já foi retirada. “Nós antevimos em 1960 que todo documento de trabalho migraria para telas de computadores interativos, então nós poderíamos escrever de novas formas –o papel força uma sequência”, informou o Projeto Xanadu.

Apesar de o Xanadu ter saído do papel depois de 54 anos, seus criadores acreditam que ainda podem competir. O alvo é o PDF, formato desenvolvido pela Adobe. “Nós ferramos tudo em 1980, e perdemos nossa chance de ser o hipertexto da rede mundial (a web preencheu esse nicho). Entretanto, nós podemos ainda competir com o PDF, que simula papel ao mostrar as conexões no texto”, diz o Projeto Xanadu.

G1: Brasil fica no 24º lugar em 'Copa' de velocidades da internet; veja ranking

Helton Simões Gomes

Velocidade brasileira, de 2,7 Mbps, não ‘passaria’ da 1ª fase na Copa.
Inclusão digital de muitos novos usuários 'derruba' velocidade, diz Akamai.

Torcedores tiveram dificuldades para usar o celular
dentro da Arena Amazônia 

O Brasil possui a nona pior velocidade média de internet entre os 32 países que participarão da Copa do Mundo, segundo levantamento do G1nos dados de conexão fornecidos pela companhia de infraestrutura de rede Akamai.

A taxa de transferência do país é de 2,7 Megabit por segundo (Mbps), segundo números de dezembro de 2013, os mais recentes disponíveis. Se entrassem em campo, essas taxas de download e upload colocariam o Brasil no 24º lugar da competição. Como somente avançam às oitavas-de-final os primeiros e segundos colocados de cada um dos oito grupos, o país não estaria entre as 16 equipes. A seleção sequer passaria da fase de grupos do torneio, que começa em 12 de junho.

A conexão no Brasil é mais veloz apenas que a da Costa Rica (2,1 Mbps), Honduras (2,1 Mbps), Irã (1,2 Mbps), e dos países africanos, Gana (2,4 Mbps), Costa do Marfim (2 Mbps), Nigéria (1,8 Mbps), Argélia (1,1 Mbps) e Camarões (0,9 Mbps) (Veja a lista completa abaixo).

Ainda que a velocidade de internet brasileira fosse confrontada com as dos países do Grupo A, como ocorrerá dentro de campo na Copa, o país ainda não passaria da primeira fase. Isso porque dois dos adversários têm taxas de conexão domésticas maiores que as do Brasil. Primeira rival no torneio, a Croácia tem velocidade média de 4,9 Mbps. O México, país da seleção a ser enfrentada na segunda rodada, tem taxa de 4 Mbps. Vencer mesmo só Camarões, que, aliás, tem a pior velocidade de internet na competição inteira.
Arena Castelão fica sem acesso à internet 3G em
dias de jogo
Segundo Jonas Silva, diretor geral da Akamai no Brasil, o Brasil escorrega em sua grande inclusão digital e pelo grande avanço da internet. Atualmente, 37 milhões de IPs únicos. Os números de protocolo de internet são utilizados por todo aparelho conectado para navegar na rede. Esse volume faz do Brasil o quinto maior detentor de IPs do mundo. E beirando o quarto lugar, já que a Alemanha, ocupante do posto por enquanto, possui 37,1 milhões de IPs. "Se a gente pudesse colocar mais de onze jogadores, a gente ganhava fácil", brinca Silva. De um ano para o outro, o crescimento no número de IPs no Brasil foi de 47%, um dos maiores do mundo.

O número de IPs do Brasil indicam o gigantismo do país. Já o percentual de crescimento mostra que a cada ano mais pessoas passam a navegar na rede. “Quem é incluído digitalmente não parte de uma velocidade alta. Primeiro, ele quer descobrir o que é a tal da internet. Depois que ele entra na internet que ele vê que pra ver filme precisa de mais velocidade, para não ver o vídeo todo picadinho. Ou seja, essa inclusão digital é que puxa nossas médias lá para baixo”, explica.

Na ponta de cima da tabela, está a Coreia do Sul, que desfruta de uma velocidade média de 21,9 Mbps. Completam os cinco primeiros lugares o Japão (12,8 Mbps), Holanda (12,4 Mbps), Suíça (12 Mbps) e Estados Unidos (10 Mbps).

No caso dos quatro primeiro lugares, Silva explica que o tamanho do território ajuda, pois é facilitada a implantação de fibras óticas, que transmitem sinal de banda larga a altas velocidades. Conta também serem países desenvolvidos e terem uma população com maior poder aquisitivo, aspectos que também valem para os norte-americanos.

No caso dos EUA, que possui dimensões territoriais continentais, porém, conta ainda a maior competição entre as empresas que aumenta as opções para que os consumidores migrem para pacotes de internet mais rápidos e baratos. "Também há a disponibilidade em abundância de conteúdo. O Spotify chegou na semana passada ao Brasil. Esses caras têm essas opções há muito mais tempo. À medida que você vai colocando opções de entretenimento na internet, é isso que faz a pessoa dizer: 'Puxa, eu preciso ter um negócio desses'", comenta Silva.

Veja o ranking:

1) Coreia do Sul: 21,9 Mbps
2) Japão: 12,8 Mbps
3) Holanda: 12,4 Mbps
4) Suíça: 12 Mbps
5) Estados Unidos: 10 Mbps
6) Bélgica: 9,8 Mbps
7) Inglaterra (Reino Unido): 9,4 Mbps
8) Alemanha: 7,7 Mbps
9) França: 7,7 Mbps
10) Rússia: 7,4 Mbps
11) Espanha: 6,6 Mbps
12) Portugal: 6 Mbps
13) Austrália: 5,8 Mbps
14) Itália: 5,2 Mbps
15) Grécia: 4,9 Mbps
16) Croácia*: 4 Mbps
17) México: 4 Mbps
18) Bósnia e Herzegovina: 3,6 Mbps
19) Chile: 3,4 Mbps
20) Equador: 3,4 Mbps
21) Argentina: 3,1 Mbps
22) Uruguai: 3,1 Mbps
23) Colômbia: 2,9 Mbps
24) Brasil: 2,7 Mbps
25) Gana: 2,4 Mbps
26) Costa Rica: 2,1 Mbps
27) Honduras*: 2,1 Mbps
28) Costa do Marfim: 2 Mbps
29) Nigéria: 1,8 Mbps
30) Irã: 1,2 Mbps
31) Argélia: 1,1 Mbps
32) Camarões: 0,9 Mbps

Folha de S.Paulo:Lares automatizados e controlados via smartphone já são realidade



STEFANIE SILVEIRA


Praticamente tudo dentro de uma casa pode ser automatizado. É o que diz Nei Pereira Junior, diretor da GF Home e Automação. Alguns dos projetos da empresa incluem a instalação de sensores em gavetas para saber se ela foi aberta e a automatização de chopeiras, com horário para ligar e desligar.

"As opções se restringem apenas à criatividade do cliente", diz o engenheiro Felipe Gásparo, da GDS.

A designer de interiores Paula Almeida, 36, adotou a automação em sua casa há um ano e meio. Ela conta que o funcionamento é simples e prático. "A tecla que eu mais gosto é a de 'bye bye', que desliga tudo. Saio de casa e sei que não ficou nada ligado."


Em sua área de trabalho, ela explica que há cerca de três anos não faz projetos sem o uso de automação.

O empresário Leonardo Senna da Silva, dono da iHouse, afirma que é possível automatizar um ambiente por cerca de R$ 12 mil, incluindo iluminação, climatização, áudio e vídeo.
Casa robô

Para quem busca projetos com mais opções e para mais cômodos, os valores podem ficar entre R$ 120 mil e R$ 160 mil, ou mais, para quem deseja uma "casa automática".

G1: Em julho, Flickr não aceitará mais contas do Google ou Facebook


Acesso à site de fotos do Yahoo será feito só com contas de e-mail próprias.
Mudança visa fazer usuários a utilizarem outras plataformas da empresa.
Os usuários do Flickr, a plataforma de fotos do Yahoo!, começaram a ser avisados de que não poderão mais acessar o site usando as contas do Google ou do Facebook. A proibição valerá a partir de 1º de julho, daqui a 25 dias.

Depois dessa data, somente será possível utilizar o site com uma conta do Yahoo. A proibição dos logins em sites do Yahoo utilizando contas de outras plataformas foi comunicada em março deste ano, pela presidente-executiva Marissa Mayer.

O primeiro site do ecossistema Yahoo foi o Yahoo Sports Tourney Pick’Em, voltado para o torneio universitário de basquete dos Estados Unidos, da NCAA. A nova política é uma mudança na estratégia do Yahoo, adotada entre 2010 e 2011. Ocorre para que os usuários sejam mais atraídos aos produtos do ecossistema Yahoo.

No ano passado, o Yahoo já havia anunciado que desabilitaria as contas inativas de e-mail por mais de 12 meses. Com isso, os endereços de e-mail “reciclados” seriam colocadas à disposição de novos usuários.

G1: Empresa dos EUA exige que Netflix pare de culpá-la pela lentidão da rede


Verizon não quer que Netflix avise sobre congestionamento na internet.
Empresa quer ainda saber quais de seus clientes receberam o aviso.
A operadora de telefonia norte-americana Verizon exigiu nesta quinta-feira (5) que o Netflix pare imediatamente de enviar mensagens a clientes culpando a operadora pela lentidão no carregamento de vídeos.

Em uma carta enviada ao Netflix, a Verizon também pediu que a empresa forneça uma lista de clientes da rede Verizon para os quais o Neflix enviou as mensagens e outras informações. Caso contrário, entrará com uma ação judicial.

"Se eles não fornecerem essas informações, vamos buscar soluções legais", afirmou o advogado da Verizon, Randal Milch, na carta ao advogado do Netflix, David Hyman.

Em meados de maio, o Netflix começou a testar o envio de mensagens para a tela de alguns clientes enquanto o vídeo está carregando. O comunicado informa que há um congestionamento da rede da Verizon ou de outras provedoras de Internet.

O Netflix disse nesta quinta-feira (5) que as mensagens têm o objetivo de dar mais informações aos consumidores sobre o serviço, semelhante à publicação do ranking Netflix de velocidade dos provedores de Internet.

"Isso é sobre consumidores não recebendo pelo que pagaram aos servidores de banda larga", disse o porta-voz do Netflix, Jonathan Friedland. "Estamos tentando dar mais transparência, assim como fazemos com o índice sobre velocidade, e a Verizon está tentando calar a discussão."