sexta-feira, 25 de abril de 2014

Facebook lança central de notícias para ajudar jornalistas



Em busca de fornecer de informações mais valiosas sobre notícias, o Facebook está lançando uma nova ferramenta que publica em tempo real conteúdo relacionado às notícias do dia.

Nesta quinta-feira, 24/4, anunciou o lançamento do FB Newswire, uma ferramenta para jornalistas e redações encontrarem, compartilharem e “embedarem” conteúdo a partir do Facebook nos meios de comunicação em que trabalhem, afirmou a rede social.

O FB Newswire terá o apoio da Storyful, uma empresa que monitora atividades pela rede social e trabalha com outros veículos de notícias para ajudá-los a encontrarem fontes para reportagens. O Storyful incorpora alguma forma de verificação nesta tecnologia. “Nossa equipe global de jornalistas busca fonte, data e geolocalização de tudo, e adiciona detalhes do contato que fez o upload de cada reportagem”, de acordo com o site.

O novo recurso está disponível para qualquer pessoa, apesar de o foco do Facebook serem os jornalistas e redações.

O FB Newswire só será tão útil quanto o conteúdo já publicado no Facebook. A ferramenta vai agregar conteúdo compartilhado publicamente na rede social, que vai incluir fotos, vídeos e atualizações de status originais, afirmou a companhia, “publicados por pessoas na linha de frente de grandes eventos como protestos, eleições e eventos esportivos”.

Com mais de 1 bilhão de usuários ativos, o Facebook é de longe a maior rede social do mundo, mas ainda fica bem atrás do rival Twitter como uma fonte de notícias em tempo real.

Telebras gasta R$ 79,2 milhões com fibra óptica para Copa do Mundo






Até março deste ano, a Telebras já investiu R$ 79,2 milhões na implantação de insfraestrutura de fibra óptica que atenderá demandas da Copa do Mundo. O montante engloba 2012 (R$ 40,7 mi), 2013 (R$ 29,5 mi) e os três primeiros meses de 2014 (R$ 9 mi).

A Telebras ficou responsável pela instalação das redes que serão usadas para transmitir imagens em alta definição entre estádios e o Centro Internacional de Coordenação de Transmissão (IBC), que ficará no Rio de Janeiro.

De acordo com a empresa, os cabos de fibra óptica serão incorporados à rede metropolitana, tanto para uso comercial da própria Telebras, como para utilização no Programa Nacional de Banda Larga (PNBL). Isso já tinha ocorrido na Copa das Confederações.

Todas as informações orçamentárias e de execução dos projetos podem ser encontradas no Portal da Transparência da Copa neste link.

Microsoft finalmente conclui compra da Nokia





Quase oito meses após anunciar que compraria as principais divisões da Nokia, a Microsoft enfim concluiu o negócio. Em comunicado, a companhia informa ter obtido aprovação dos acionistas da Nokia e de autoridades regulatórias pelo mundo todo.

Quem era cliente da Nokia passa a ser responsabilidade da Microsoft, que assumirá todas as garantias dos consumidores a partir de 25 de abril. E nada foi dito sobre a possível morte da marca Nokia, que pelo menos internamente passaria a se chamar Microsoft Mobile (saiba mais).

"Hoje incorporamos as divisões Nokia Devices e Services à nossa família. As capacidades móveis e ativos que trazem avançará nossa transformação", comenta o CEO da Microsoft, Satya Nadella. "Junto com nossos parceiros, continuamos focados em entregar inovação mais rapidamente em nosso mundo direcionado à mobilidade e computação em nuvem."

A intenção de compra foi divulgada em setembro passado, quando o então CEO Steve Ballmer anunciou que pagaria US$ 7,2 bilhões para ficar com parte da Nokia. Começava, então, um longo caminho em busca de aprovações que só encerrou há duas semanas. Isso era necessário porque a finlandesa é uma companhia global, então vários países onde atua precisavam concordar com os termos do negócio.

A Microsoft ficará com aproximadamente 25 mil funcionários que a Nokia tem pelo mundo, descontando os das fábricas na Coreia do Sul e na Índia, que não serão incorporadas.

Stephen Elop, agora ex-CEO da Nokia, tornou-se vice-presidente do Microsoft Devices Group, que comanda os negócios de smartphones e tablets Lumia, Xbox, Surface, produtos Perceptice Pixel (PPI) e acessórios.

Bolsa de bitcoins Mt. Gox entra em processo de falência


O tribunal de Tóquio ordenou hoje (24) o início do processo de falência da bolsa de bitcoins Mt. Gox, com sede na capital japonesa.

A informação foi divulgada em um comunicado publicado no site oficial da casa de câmbio por Nobuaki Kobayashi, administrador provisório da empresa.

A Mt. Gox entrou em administração judicial no último dia 16, após seu pedido de reabilitação civil ser negado pelo tribunal de Tóquio.

No comunicado, Kobayashi diz que conduzirá uma investigação a respeito da responsabilidade do executivo-chefe da Mt. Gox, Mark Karpeles, sobre a falência da bolsa. O documento também destaca que será realizada uma reunião com os credores da casa de câmbio no dia 23 de julho.

FALÊNCIA

A Mt. Gox, que já foi a mais importante bolsa de bitcoins no mundo, entrou com um pedido de falência no final de fevereiro após anunciar que teria perdido 850 mil bitcoins, cerca de US$ 454 milhões de dólares na cotação atual, devido a uma invasão de hackers em seu sistema.

Das 850 mil moedas virtuais desaparecidas, 750 mil pertenciam a usuários e 100 mil à casa de câmbio.

Kobayashi não comentou as recentes ofertas feitas por um grupo de investidores para adquirir e recuperar a empresa. No dia 16, ele havia dito que investidas do tipo seriam levadas em consideração.

Empresa de seguros para eletrônicos e smartphones chega ao Brasil

O site BemMaisSeguro.com anunciou nessa quinta-feira (24) o início de suas operações no Brasil. A plataforma de e-commerce oferece serviços de seguros para bens e momentos, como smartphones, eletrônicos, pets e viagens, que as pessoas valorizam.

“Normalmente os consumidores pensam em seguros para casa, saúde, carro e vida, porém as coisas estão mudando. Atualmente existem muitos itens na nossa vida que gostaríamos de proteger, como celulares, eletrônicos, viagem e pet.”, explica Stephen Ebbett, Global Head da empresa. A companhia afirma ser a primeira a oferecer no País seguros voltados ao estilo de vida das pessoas.

Para Marcello Ursini, Diretor Geral da BemMaisSeguro.com, a empresa vai explorar um mercado em ascensão no Brasil. “Decidimos focar inicialmente em áreas que são pouco ou mal exploradas pelo setor de seguros do país, mas que são essenciais para a maioria dos brasileiros e que eles querem proteger porque impactam diretamente em seu bem-estar.”

O seguro de celulares e smartphones da BemMaisSeguro.com cobre roubo, quebra acidental e acidentes com líquidos, como a queda do aparelho em piscinas. “Um dos maiores diferenciais deste produto é a cobertura para queda de líquido”, afirma Ursini. O seguro para iPhone sai pelo preço a partir de R$ 10,89 por mês e tem 10% de desconto na compra do segundo smartphone.

A empresa oferece também proteção para eletrônicos como notebooks, tablets, vídeogames, câmeras digitais e lentes, câmeras de vídeo, e-books, fones de ouvido, computadores de mesa, televisões e monitores por a partir de R$ 9,80 mensais. O seguro para aparelhos com até 12 meses de uso, conforme data da nota fiscal e 10% de desconto na compra do segundo eletrônico.

Já para o setor pet, a BemMaisSeguro.com traz o seguro saúde para cães, que oferece exames laboratoriais e de imagem, vacinas, tratamento odontológico, internações e consultas veterinárias. Os planos para o seguro para peludos custam a partir de R$19,90 por mês. 

Outra área que será explorada pela empresa é a de Viagens. O seguro viagem da BemMaisSeguro.com inclui assistência médica e odontológica, ressarcimento em caso de cancelamento de viagem e extravio de bagagem, cobertura em caso de acidentes pessoais e desconto para crianças. Os planos custam a partir de R$ 21,50. Criança acompanhada de adulto tem 15% de desconto e a empresa também fornece atendimento em português para viagens internacionais.

Apps e sistemas de ponto de venda foram principais alvos de ataques em 2013

Ataques a aplicações web, ciberespionagem e invasões a pontos de venda estão entre as principais ameaças à segurança de TI em 2013, de acordo com o último relatório anual de investigação de violações a dados da Verizon.

A indústria que mais enfrentou problemas - em termos de incidentes confirmados onde os dados foram expostos - foi, de longe, a financeira com 465 violações. Mas o setor público sofreu 175 incidentes desse tipo, o varejo registrou 148 e a indústria hoteleira foi alvo de 137 brechas. A grande maioria das violações tiveram motivações financeiras.

Enquanto isso, o número de infrações atribuídas a ciberespionagem aumentou ao longo dos últimos anos, de acordo com o relatório.

Invasão, malware e engeraria social permaneceram no topo da lista de principais ameaças associadas à violações de dados. O uso de credenciais roubadas, o que a Verizon classificou como invasão (hacking), foi a ameaça maior em 2013 e contribuiu para a ocorrência de 422 brechas. Seguida por exfiltração de dados baseado em malware, phishing, o uso de RAM scrapers (um tipo de ataque malware com foco em sistemas de pontos de venda) e backdoors.

O relatório 2014 Data Breach Investigations Report analisou 1.367 violações de dados confirmadas, bem como 63.437 incidentes de segurança que colocaram a integridade, a confidencialidade ou a disponibilidade dos ativos de informação em risco.

No mundo, 50 organizações, incluindo agências de aplicação da lei, equipes de resposta a emergências de computadores (CERTs), grupos da indústria e empresas privadas de segurança da informação contribuíram com o trabalho, que fez vítimas em 95 países.

Os dados mostram que, enquanto as empresas melhoraram apenas um pouco a velocidade de detecção para a violação de dados, crackers estão melhorando e ficando mais rápidos em comprometer seus alvos.

"Uma porção de cibercriminosos simplesmente buscam por vítimas vulneráveis na Internet e implantam ataques automatizados", disse Paul Pratley, gerente de investigação da equipe RISK da Verizon.

Demora de segundos a minutos antes de uma rede ser comprometida, muitas vezes, mas pode levar um tempo considerável para uma empresa identificar o ataque. Semanas, meses ou até anos, disse ele. "Isso é algo que realmente gostaríamos que mudasse."

Uma observação positiva é o fato de que, pela primeira vez na história do relatório, o montante de violações de dados identificado pelas próprias organizações ultrapassou o número de descobertas feiras por sistemas externos de detecção de fraude.

O levantamento também mostra que as agências de aplicação da lei e organizações de terceiros como os CERTs representam um papel fundamental na identificação de brechas e na notificação das vítimas.

Ataques de aplicação web, onde a principal causa dos incidentes de segurança com vazamento de dados no ano passado (35% das violações) foram impulsionados principalmente por motivos financeiros ou ideológicos.

Tipos de cibercriminosos

Crackers com ideologias, que agem por razões políticas ou sociais, ou crackers que agem por diversão, estão mais interessados em comprometer uma plataforma inteira e usá-la para propósitos pessoais do que roubar dados sensíveis.

Esse tipo de cibercriminoso normalmente tem como alvo sites com sistemas de gerenciamento de conteúdo como o Joomla, o Wordpress e o Drupal, e querem explorar as vulnerabilidades da plataforma ou de seus add-ons.

Enquanto que crackers com motivação financeira vão atrás de contas de internet banking e utilizam phishing ou outros métodos de roubo de credenciais, ou ainda exploram vulnerabilidades como a injeção SQL e inclusão remota de arquivo de sites de varejistas com o intuito de roubar informações de cartões de pagamento.

As violações que resultam de ataques de aplicativos da Web normalmente são descobertas por terceiros, mostra o relatório. No caso das brechas de aplicações web com motivação financeira, geralmente são os clientes que percebem o problema primeiro - apenas 9% das organizações-alvo descobriram tais incidentes internamente.

No caso de ataques ideológicos, a situação é ainda pior: 99% das notificações vem de entidades externas que identificaram o comprometimento de hosts pertencentes às vítimas sendo usados ​​em outros ataques.

Ciberespionagem é a segunda maior causa de violações confirmadas em 2013, com 22% do total de incidentes.

A maioria dos ataques desse tipo (87%) foi atribuída a crackers filiados ao estado. O crime organizado também desempenhou um papel importante, sendo responsável por 11% dos incidentes.

Os vetores de ataque mais comuns para este tipo de violação foram anexos de e-mail maliciosos e downloads drive-by download lançado a partir de sites legítimos comprometidos visitadas pelas vítimas.

O maior número de violações relacionadas à espionagem cibernética foram contra os setores público, manufatura, profissionais e técnicos, uma vez que os atacantes responsáveis tinham interesse ​​principalmente ​​em roubar dados corporativos internos, segredos comerciais e informações confidenciais.

A maioria das brechas (85%) resultadas de ciberespionagem foram descobertas por empresas externas, não pelas organizações-vítima, e em 62% dos casos a violação só foi identificada depois de meses.

Invasões a sistemas de ponto de vendas também foram uma ameaça significativa, com 14% das brechas. No entanto, o número caiu com relação aos anos anteriores, em particular 2010 e 2011.

Enquanto as grandes e bem divulgadas violações de dados de cartões de pagamento envolvendo sistemas de POS comprometidos foram relatadas ao longo dos últimos cinco meses (como a Target e outros varejistas), tais incidentes afetaram pequenas e médias empresas por anos.

Ataques POS são movidos por motivos financeiros ea maioria deles podem ser atribuídos a grupos criminosos organizados que operam fora da Europa Oriental, de acordo com a Verizon.

Conexões de acesso remoto por força bruta e o uso de credenciais roubadas continuam sendo os principais vetores das violações a POS em 2013. Um fato que chamou a atenção, no entanto, foi o ressurgimento de malwares RAM scrapers.

Esse tipo de código malicioso estava entre os 5 mais usados em 2009, mas o número caiu para os top 20 até o fim do ano passado, quando voltaram à ativa. Uma vez instalado no terminal de ponto de venda, os malwares monitoram a memória RAM do sistema em busca de dados de transações em texto limpo, antes da informação ser processada e criptografada.

Apple e Google irão pagar US$ 324 milhões em ação trabalhista, diz fonte

Apple e Google irão pagar US$ 324 milhões em ação trabalhista, diz fonte

Empresas são acusadas de conspirar para reduzir salários nos EUA.
Intel e Adobe também são acusadas por trabalhadores de tecnologia.

Quatro grandes empresas de tecnologia, incluindo Apple e Google, concordaram em pagar um total de US$ 324 milhões para colocar fim a um processo no qual eram acusadas de conspirar para reduzir salários no Vale do Silício, na Califórnia (EUA), disseram fontes próximas ao acordo. O julgamento acontecerá em algumas semanas.

Trabalhadores de tecnologia entraram com uma ação coletiva contra Apple, Google, Intel e Adobe em 2011, alegando que essas empresas conspiraram para não solicitar funcionários umas das outras com o objetivo de evitar uma guerra de salários. Eles pretendiam pedir US$ 3 bilhões em indenizações, de acordo com informações do tribunal. Esse volume poderia subir a 9 bilhões de euros, de acordo com a lei antitruste.

O caso vinha sendo observado de perto devido ao alto volume de indenizações e por afetar a elite do Vale do Silício. O processo foi baseado amplamente em e-mails nos quais o fundador da Apple, Steve Jobs, o ex-presidente do Google, Eric Schmidt, e alguns de seus rivais do Vale do Silício mostraram planos de evitar uma disputa por engenheiros.

Em uma troca de e-mails após um recrutador do Google solicitar um funcionário da Apple, Schmidt disse a Jobs que o recrutador seria demitido, afirmam os documentos do processo. Jobs então encaminhou a mensagem de Schmidt a um executivo importante da área de recursos humanos com um desenho de um sorriso.

Outras mensagens mostram o diretor de recursos humanos do Google perguntando a Schmidt sobre o acordo. Schmidt, agora presidente-executivo da empresa, pediu discrição.

"Schmidt respondeu que ele preferia tratar disso verbalmente, já que não queria criar um documento pelo qual poderiam ser processados posteriormente", disse, de acordo com o processo. O diretor de RH concordou.

Ora pois! Veja o “teste” do drone português

Ora pois! Veja o “teste” do drone português

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A Marinha Portuguesa fez o primeiro teste aberto ao público do drone AR4 Light Ray, na Base Naval de Lisboa. A cerimônia foi acompanhada pelo ministro da defesa, José Pedro Aguiar Branco, e pelo chefe do Estado-Maior da Marinha, almirante Macieira Fragos.
Mas a demonstração acabou de forma imprevista. Veja abaixo:
Quer ver de novo? Veja uma versão compacta abaixo:
Segundo a Marinha, a falha foi um erro de lançamento da aeronave. A empresa  Tekever, criadora do drone, afirmou saber que a queda poderia acontecer porque o projeto ainda está em fase inicial.

Princípios da internet reforçam privacidade, mas não o combate à espionagem

Princípios da internet reforçam privacidade, mas não o combate à espionagem

  • Sessão de encerramento do Netmundial; evento reuniu representantes de 97 países
  • Sessão de encerramento do Netmundial; evento reuniu representantes de 97 países
O evento Netmundial apresentou nesta quinta-feira (24) a "carta de princípios" da governança da internet, debatida por representantes de múltiplos setores -- governos, empresas, técnicos e sociedade civil. O documento propõe um conjunto de acordos e tratados que permitem uma "padronização" de questões relacionadas à rede mundial em todo o mundo.
Ao contrário do que foi sugerido com muita ênfase nos dois dias do evento em São Paulo, a vigilância virtual não foi detalhada ou desenvolvida a fundo. No entanto, o texto aborda o outro lado dessa questão, reforçando a importância da privacidade. Segundo o documento, esse direito deve "ser protegido, o que inclui não ser objeto de vigilância, coleta, tratamento e uso arbitrários e ilegais".
O único parágrafo que trata diretamente da espionagem dizia inicialmente que a vigilância da comunicação, a interceptação e a coleta de dados pessoais deveria estar de acordo com as leis de direitos humanos. O documento final retirou o termo "vigilância da comunicação", considerando que apenas a "coleta e processamento de dados pessoais" devem seguir essas leis.

O entendimento é que os governos podem praticar a vigilância dos cidadãos sob a necessidade de garantir a segurança nacional e coletiva.

O texto diz ainda que: "Mais diálogo sobre esse tópico é preciso, em nível internacional, usando fóruns como o IGF [fórum de governança da internet] e o Conselho dos Direitos Humanos], com o objetivo de desenvolver um entendimento comum sobre todos os aspectos relacionados". 
O nome de Edward Snowden, ex-agente da NSA responsável por divulgar os casos de espionagem dos EUA no mundo, apareceu frequentemente nas falas de participantes que pediram destaque à questão da vigilância. Na abertura do evento, a presidente Dilma Rousseff classificou o esquema de espionagem revelado em 2013 como alvo de "repúdio" e "indignação".
O termo "neutralidade da rede" continuou fora do texto, mesmo na nova versão do documento (há apenas uma menção, dizendo que a neutralidade da rede precisa ser discutida em futuros encontros). Apesar disso, um trecho trata do tema -- no artigo 12, sobre "Arquitetura aberta e distribuída" -- e pede que haja "tratamento igualitário de protocolos e dados na rede". EUA e União Europeia se opuseram ao uso do termo neutralidade, defendido pelo Brasil.

Na conclusão do evento, Paulo Bernardo, ministro das Comunicações, disse que a neutralidade da rede tem de ser considerada nas próximas discussões sobre governança. "Nenhum documento termina só porque foi aprovado."

Carta de princípios
O texto está dividido em duas partes: princípios (garantias aos internautas e atores envolvidos no "ecossistema" da internet) e roteiro da evolução da governança (como as diretrizes podem ser aplicadas na prática). Na quarta-feira (23), foi divulgado um rascunho criado a partir de sugestões de diversos setores.
Com base no rascunho criado de forma colaborativa, foram feitas diversas sugestões pelos participantes do evento, que era fechado ao público. Segundo a organização, o primeiro dia teve 1.229 inscritos, vindos de 97 países diferentes.
Essa "carta" não é um documento com força de lei, mas servirá de base para reuniões futuras sobre governança da internet (como já acontece no setor ambiental). Hamadoun Touré, da UIT (órgão de telecomunicações da ONU), disse que a próxima missão é levar essas discussões iniciais do Netmundial a um "segundo nível" - outro encontro como o que ocorreu em São Paulo deve ser marcado nos próximos seis meses.
A criação de um documento que pudesse reunir diretrizes de governança (muitas delas já aplicadas nas relações entre internautas, empresas e governos) na rede mundial veio da necessidade de centralizar ações tomadas atualmente por dezenas de entidades -- em sua maioria com sede nos Estados Unidos. A mais conhecida delas é o Icann, que cuida da distribuição de números IP (identificação única dos computadores que acessar a internet).
Com o documento proposto, porém, um modelo multissetorial passa a se ocupar em gerenciar essas questões que podem ter impacto mundial no uso da internet. Ou seja: as decisões não ficarão a cargo de um único governo ou única entidade, mas de múltiplos.
Avaliação
Touré, da UIT, avaliou positivamente os debates e disse ter sentido "boas vibrações" a respeito de como serão postas em prática as ideias apresentadas. Mas ele lamentou que ainda existam questões sendo resolvidas à força, e não com diálogo.

"Temos muito em comum como seres humanos e mesmo assim ainda temos guerras. As discussões aqui sobre a internet provam que um consenso é possível. A missão agora é levar esse debate a um segundo nível."

Fadi Chehadé, membro do comitê executivo multissetorial do Netmundial e representante do Icann (órgão responsável pela distribuição de IPs), chamou atenção ao fato de que a discussão sobre os rumos da internet ocorreu pela primeira vez no hemisfério sul, e não no norte, de onde costumam partir decisões e regras.

Ele, no entanto, pediu que haja um esforço geral para que as diretrizes apontadas no documento final não fiquem apenas "no papel".

"Muitos me questionaram sobre 'O que virá depois?' Devemos pensar em como tornar tudo isso realidade com ações concretas. Conheço muitas pessoas que estão cansadas das palavras. Elas querem resultados", criticou. Para Chehadé, os "ganhadores" do Netmundial, em uma analogia à Copa do Mundo, são os internautas, não os governos, setores da sociedade ou empresas. "Devemos construir um resultado que beneficie o usuário final", concluiu.