terça-feira, 13 de maio de 2014

IDG Now!:Marco Civil pode acabar com o acesso gratuito ao Facebook no celular?


Imagine você: a partir de 23 de junho, boa parte dos 30 milhões de brasileiros que acessam o Facebook diariamente através do celular, podem ficar em situação irregular, ao menos até que sejam regulamentadas, por decreto, as exceções à neutralidade de rede como definida no Marco Civil da Internet. Isso porque, na opinião do autor da lei, deputado Alessandro Molon, e alguns advogados, inclusive da consultoria legislativa do Senado Federal, o Marco Civil proíbe o acesso gratuito a determinados serviços na Internet.
Mas há controvérsia.
Na prática, o acesso gratuito ao Facebook no celular tem colocado em lados opostos não só os defensores do princípio da neutralidade de rede e as teles, como também muitos advogados, em meio a uma verdadeira guerra de interpretações do texto legal.

As argumentações são bem fundamentadas e revelam muitos aspectos desse complexo mundo das redes de telecomunicações e da Internet.

Vejamos.

Atualmente, a maioria das operadoras móveis oferecem acesso gratuito ao Facebook pelo celular como bônus do pacote de voz. O consumo de dados para acesso ao Facebook a partir desses aparelhos não é cobrado em nenhuma das pontas: nem do Facebook, nem do usuário final. Uma das razões pela qual a Vivo não concordou em oferecer a gratuidade para seus clientes, de acordo com Erick Mello Senra Rodrigues, gerente de Estratégia Institucional e Regulatória da companhia.

“Daqui a pouco um outro provedor de serviços decide que ele também tem o direito do acesso gratuito ao conteúdo dele, porque se o Facebook, o Twitter ou outros têm, ele também tem, por uma questão concorrencial. E a gente acha que se a gente defende que a infraestrutura de rede tem que ser paga, por uma questão de princípio, não podemos dar gratuidade, a menos que o Facebook tope pagar pelo que o usuário está deixando de pagar. Se o Facebook pagar a gente topa”, me explicou o executivo da Vivo esta semana, durante uma café da manhã da TelComp (Associação Brasileira das Prestadoras de Serviços de Telecomunicações Competitivas) que debateu o Marco Civil.

O modelo defendido pela Vivo se assemelha muito com o que o acordo fechado entre a Comcast e a Netflix nos Estados Unidos, temido por todos aqueles que defendem a neutralidade de rede, por flexibilizar a neutralidade na ponta do provedor de aplicação. Na prática, o que a Netflix fez foi criar uma rede IP direta, passando por dentro da Internet, para que o seu conteúdo chegue mais rápido ao usuário final da Comcast, segundo as duas empresas, sem que haja necessidade de a Comcast reorganizar o tráfego para priorizar os pacotes da Netflix em detrimento dos pacotes do YouTube ou do Hulu, por exemplo.

Mas, segundo o executivo da Vivo, não é isso que acontece com o Facebook gratuito. “O acordo com o Facebook é simplesmente um acordo comercial. Não tem priorização de tráfego. O tráfego de dados simplesmente não é cobrado”, explica.

Razão pela qual, no entendimento do advogado Renato Opice Blum, durante palestra no evento da Telcomp, o acesso gratuito ao Facebook não fira a neutralidade de rede, conforme argumenta Carlos Eduardo Elias de Oliveira, do Núcleo de Estudos e Pesquisas
da Consultoria Legislativa do Senado Federal.

“O Marco Civil proíbe a degradação ,discriminação, distinção do tráfego, salvo por questões técnicas. A distinção pode decorrer de acordos comerciais que deem uma condição mais favorável aos players, desde que não haja prejuízo para o consumidor final, o internauta. Portanto, eu posso fazer um acordo comercial com o Facebook e dar o acesso de graça em um plano de voz”, afirma Opice Blum. “Não tem nada no Marco Civil que impeça esse tipo de acordo”.


O consultor jurídico do Senado, reconhece que “a oferta gratuita de acesso à determinada aplicação é uma estratégia de marketing, pois evidentemente tanto o provedor de conexão, que amplia sua base de usuários e o volume de tráfego por suas redes, quanto o provedor de aplicações, que incrementa o potencial publicitário de seu serviço, têm benefícios econômicos indiretos por essa oferta”. Mas argumenta que “ao estimular o acesso a determinada aplicação (como o Facebook), o provedor de conexão viola o princípio da neutralidade de rede, pois privilegia o conteúdo de uma aplicação em detrimento de outro, redirecionando (ou estimulando o redirecionamento) o internauta a determinada aplicação”.

“A gratuidade do Facebook não impede o usuário de acessar o site X, Y, Z, caso o usuário tenha um pacote de dados. Apenas não desconta o acesso ao Facebook da franquia de dados”, argumenta Opice Blum. “O acesso gratuito ao Facebook é uma condição comercial especial”, argumenta o advogado. “O que o artigo nono diz é que ninguém vai poder escolher o que o internauta vai acessar. Não posso proibir o acesso”, afirma Opice Blum. Dar de graça não é proibir o acesso a outros sites.

Retórica que, com certeza, será usada nos tribunais para defender a gratuidade. Outra, certamente, será a baseada no argumento da inclusão digital. O próprio CEO do Facebook lançou mão dele, este ano, durante o Mobile World Congress, para tentar convencer as operadoras de telefonia a embarcarem no projeto Internet.org.

A proposta do Facebook é a de que as operadoras móveis façam parcerias para oferecer acesso gratuito a “um conjunto de serviços básicos”, como a Wikipedia e a própria rede social. Zuckerberg gostaria de ver todas as operadoras oferecendo acesso barato ou até gratuito a determinados serviços. Assim, na opinião do CEO da rede social, fomentariam a compra de seus serviços de conexão para outros fins. “A remuneração viria com o interesse desses usuários em novos produtos”, disse Zuckerberg durante o Congresso.

Aqui no Brasil, todas as vezes que o usuário do acesso gratuito ao Facebook clica em um link na rede social que leva a páginas fora dela, recebe uma mensagem alertando que a partir do momento que concordar em sair da rede social a navegação fará uso de um plano de dados ativo, porque o acesso será cobrado.

Ora, se o provedor de conexão só dará privilégio a uma determinada aplicação (como o Facebook) em detrimento de outra (como o Youtube) isso não é admitido, afirma o consultor jurídico do Senado ao interpretar o Marco Civil. “Aliás, isso viola até mesmo a natureza plural e livre da internet”, afirma o parecer assinado por Carlos Eduardo Elias de Oliveira. “Se os provedores de conexão puderem manipular o acesso dos internautas a determinadas sites, a natureza plural da internet será comprometida”.

A briga vai ser boa. Um decreto a ser emitido pela Presidente da República, com prévia oitiva da Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL) e do Comitê Gestor da Internet do Brasil (CGI.br), especificará os casos que excepcionarão o princípio da neutralidade de rede. O acesso gratuito a determinadas aplicações via plano de voz estará entre as exceções? Precisa estar para ser proibido ou legitimado?

Outro motivo de discórdia é a venda de planos com franquia de dados. De acordo com o parecer do Senado, essa prática é legítima. O acesso gratuito ao Facebook é uma franquia de dados?

Cenário mais temido
Qualquer brecha no princípio de neutralidade de rede, por menor que seja, preocupa os ativistas digitais. Mas o cenário mais temido é, sem dúvida, o defendido pela Vivo: o Facebook pagando pelo consumo de dados dos usuários. O próprio parecer do Senado parte do princípio de que a a oferta privilegiada ao Facebook é feita por meio de uma velocidade de conexão mais célere, ainda que sob o pretexto da gratuidade. O que não é o caso.

Hoje, para a oferta gratuita do Facebook, há distinção dos pacotes? Há. Mas segundo os técnicos, apenas para não cobrar pelo seu tráfego na rede. Não há nenhuma priorização do tráfego, como acontece no acordo entre Netflix e Comcast.

Mas, a exemplo do que acontece agora com a FCC (Federal Communications Commission, a Anatel norte-americana), a equipe por trás da redação do Marco Civil chegou a receber propostas das teles para que esse tipo de arranjo ficasse explícito e a neutralidade não valesse para redes IP dentro de redes IP. Mas opção dos elaboradores do Marco Civil foi foi encarar a rede menos do ponto de vista estritamente técnico e mais do ponto de vista da oferta do serviço ao consumidor, para evitar brechas que possam liberar os provedores de conexão a darem tratamento preferencial ao tráfego de algumas empresas de conteúdo, desde que esses acordos estejam disponíveis a todas as empresas interessadas, em termos “comercialmente razoáveis”.

Nos Estados Unidos, o próprio Facebook se posicionou contra o modelo proposto pela Vivo, em análise na proposta de regulamentação da neutralidade de rede a ser encaminhada pela FCC ao Congresso americano, em breve.

Aqui a torcida agora é para que, de fato, a regulamentação das exceções à neutralidade de rede seja feita de forma aberta e participativa. Só um debate aberto e estruturado ajudará a delinear os limites, sem prejuízo dos usuários.

As operadoras brasileiras apostam que o governo não vai ter peito para tirar de milhões de brasileiros o direito ao acesso gratuito ao Facebook. Será?

Os ativistas digitais argumentam que a neutralidade de rede é um direito muito maior do que o acesso gratuito à rede social. Resta saber se os consumidores brasileiros estão preparados para compreender a amplitude e a importância dessa discussão.

Vale lembrar que, como o acesso gratuito ao Facebook e ao Twitter é tratado pelas operadoras como uma promoção, na própria página do serviço consta o lembrete de que “a promoção é válida por tempo ilimitado e pode ser cancelada a qualquer momento por exclusivo critério da opredora”.

CIO: Cinco hábitos prejudiciais à carreira em TI

Dave Willmer *

A evolução profissional levou à criação de um comportamento padrão que nem sempre deve ser seguido por quem busca o sucesso

Ao longo do tempo, os profissionais que atuam na área de tecnologia da informação passaram a conviver com algumas regras extraoficiais e que, com o tempo, viraram um senso comum no setor. Assim, o que se vê hoje é que quem opta pela carreira em TI está sujeito a algumas regras e comportamentos que nem sempre são encontrados em outros departamentos.

A adesão cega a esse comportamento padrão de TI pode ser bastante prejudicial para os profissionais. A seguir, acompanhe sete mitos a respeito da carreira em tecnologia, que precisam ser quebrados pelo bem do setor:

1 – Trabalhar longas horas é sinônimo de sucesso
Trabalho duro representa um pré-requisito para a maioria das posições de TI, mas isso não é medido em horas no escritório. Uma agenda muito ocupada e extensa pode acabar afetando a produtividade, por conta da exaustão do profissional. Além disso, trabalhar até muito tarde todos os dias pode passar a impressão de que o profissional falha ao gerenciar seu próprio tempo.

Se as horas diárias de trabalho não são suficientes para cumprir com todas as atividades, o profissional precisa conversar com seu supervisor para estudar prioridades de projetos, delegar tarefas ou solicitar mais recursos para a companhia.

2 – Escolher uma especialidade e ser muito bom nela
O departamento de TI sempre precisará de especialistas em certas tecnologias, mas ser bem-sucedido no cenário atual requer a habilidade de expandir o escopo de atuação de acordo com as necessidades da empresa.

Com isso, o profissional não pode desperdiçar oportunidades de treinamento ou projetos que ajudem a ampliar suas competências. Ao demonstrar o comprometimento com a busca de novas habilidades, o profissional ganha mais chances de crescer na companhia.

3 – Agarrar qualquer nova responsabilidade
A atitude do profissional que diz saber fazer de tudo não vai ajudar em nada se ele se responsabilizar por algum trabalho que não pode fazer. Quando alguém se voluntaria para projetos que se estão além das suas habilidades podem criar dores de cabeça para todo o departamento.

Em cada caso, o profissional deve ser perguntar se tem o que é necessário para executar o projeto. Em algumas situações, faz mais sentido ter um papel coadjuvante e aproveitar para ganhar aprendizado.

É interessante ponderar também se haverá tempo de devotar tempo às tarefas profissionais que dão mais prazer. Aceitar um papel com mais responsabilidade só pelo salário ou pelo prestígio pode minar a satisfação e acelerar a morte da carreira.

4 – Obter o maior número possível de certificações. Quanto mais, melhor
O mercado é altamente competitivo, razão pela qual alguns profissionais são tentados a buscar cada nova certificação que aparece. Mas essas credenciais só têm valor quando associadas a alguma experiência.

A escolha pelos treinamentos e certificações deve estar de acordo com as atividades de trabalho atuais e aquelas vislumbradas no futuro pelo profissional.

5 – Ter medo de ser indiscreto
O profissional de TI padrão tem medo de ser percebido na organização como fofoqueiro ou de ser desagradável ao tentar a socialização. No entanto, gastar um pouco de tempo todos os dias para manter conexões pessoais com pessoas de toda a companhia é essencial para a saúde da carreira.

A reputação do profissional de TI é construída com diversas esferas da organização. Assim, quem atua no setor não deve estar preocupado apenas em agradar o superior, mas deve também manter um bom relacionamento com os profissionais de outras áreas de negócio.

O profissional que ajuda seus pares sempre que possível, sem se desgastar demais, está em vantagem, pois ele tem aliados para os próprios projetos em momento difíceis, de prazos apertados. E o chefe gosta mais de prazos cumpridos do que de reverências.

Além disso, as relações informais tornam o networking (rede de relacionamento) mais forte e pode abrir novas oportunidades de emprego.

Uma definição resume as dicas: a melhor forma de mostrar à empresa que tem valor é proporcionar resultado. O profissional deve focar nos maiores benefícios que pode trazer ao empregador, sem se preocupar se as pessoas estão enxergando o quão duro você trabalho e o que você alcança. A forma mais interessante de manter a evolução na carreira é deixar um rastro de sucesso consistente.

G1: Twitter libera função 'mudo' para 'silenciar' usuários inconvenientes




Usuários não virão postagens de contas 'silenciadas' no microblog.

Novidade será liberada aos poucos nas próximas semanas.

O Twitter lançou nesta segunda-feira (12) uma ferramenta para que os usuários possam “silenciar” as postagens de seguidores inconvenientes. Isso faz com as mensagens tuitadas por eles deixem de aparecer sem que haja a necessidade de bloqueá-los.

Os tuiteiros poderão colocar seguidores no “mudo” tanto via aplicativo, para Android e iOS, quanto na versão web do microblog.

“Da mesma forma que você pode ativar as notificações para que nunca perca um tuíte de seus usuários favoritos, você pode agora silenciar usuários a quem você gostaria de ouvir menos”, informou o Twitter.
saiba mais

Quando a função “mudo” é ativada para um usuário, não só as mensagens publicadas por eles deixam de aparecer na linha do tempo, mas também as postagens replicadas. Os SMS de notificação sobre a atividade da conta silenciada também deixam de ser enviados.

A ação é invisível para o usuário que teve as postagens bloqueadas. Por isso, ele continuará a receber as mensagens de quem o bloqueou.

A novidade começa a ser liberada nas próximas semanas. Para silenciar uma conta no Twitter, o usuário terá de clicar no ícone “mais”, presente nos tuítes, e acionar o comado “mudo”.


CIO: Quatro mitos das métricas em TI

Bob Lewis

Medir os resultados de maneira correta depende do entendimento claro do que a companhia quer realizar
Era um help desk excelente. Então, seu CIO, querendo resultados mensuráveis, estabeleceu que a métrica de incidentes resolvidos por semana era adequada para a avaliação de desempenho. A empresa em questão tinha três unidades de help desk: uma para cada local importante. O resultado de uma delas foi muito pior que a das outras duas, e foi castigada por isso.

O que ele estava fazendo de errado? Ser eficiente demais. Seus gestores tinham estabelecido um programa de autosuficiência dos usuários que reduziu muito o número de chamados. Os analistas consumiram bastante tempo educando os funcionários a serem mais independentes e sofisticados no uso da tecnologia. O resultado foi menos incidentes para resolver, juntamente com níveis mais elevados de eficácia dos funcionários.

Moral da história: seu resultado nitidamente superior, resultou em métricas de desempenho pobres.

"Você não pode gerenciar o que não pode medir", afirma o lendário guru da administração Peter Drucker. Ele está certo, mas não o suficiente. O fato é que é muito mais fácil obter métricas erradas do que certas, e o dano causado a partir das métricas erradas geralmente excede o benefício potencial das métricas certas.

A métrica certa depende do entendimento claro do que a companhia quer realizar. Imagine que em vez de trabalhar em TI você seja um policial rodoviário. Se seu objetivo é pegar quem anda acima da velocidade máxima permitida, sua métrica será o maior número de multas emitidas por agente por hora. Se, por outro lado, seu objetivo for minimizar a quantidade de excesso de velocidade nas estradas, você vai garantir que cada carro da polícia esteja altamente visível, e a métrica passará a ser o menor quantidade de multas emitidas.

Uma razão aparentemente inteligente nem sempre é realmente inteligente
Qualquer objetivo que não possa ser transformado claramente em um número permite a manipulação para que os interessados o considerem atingido ou não. Talvez sua organização não tenha definido as métricas necessárias para avaliar um objetivo. Muitas vezes, elas e os instrumentos para chegar a elas, são especificados antes da definição do objetivo. E talez aí esteja o "x" da questão.

A SMART é uma técnica de definição de metas muito popular. Ela representa (com algumas variações) os objetivos específicos, mensuráveis, atingíveis, realistas e e em tempo (ou com prazo).

Quem poderia argumentar contra uma técnica de formulação de objetivos como essa? A resposta: quem prefere a prevenção para a solução de problemas, ainda que, com poucas exceções, as ações preventivas sejam mais difíceis de medir.

A prevenção bem-sucedida é indistinguível na ausência de risco. Qualquer um que tenha trabalhado em projetos Y2K, sabe bem. Muitos foram acusados de desperdiçar dinheiro da empresa em um falso problema diante da não ocorrência do caos anunciado para o dia 1º de janeiro de 2000.

Será que eles definiram claramente o método ou sistema de medição que seria usado para monitorar o seu objetivo: evitar a parada dos sistemas com a troca da data?

Há, ao que parece, quatro maneiras diferentes de realizar métricas erradas. Você pode:

1 - Medir as coisas certas de forma ruim

2 - Medir as coisas erradas, bem ou mal

3 - Negligência a medição de algo importante

4 - Estender as métricas a funcionários individuais

O primeiro problema é o mais fácil de evitar. Depois de saber o que você precisa medir - quais são seus objetivos - as falhas mais comuns são fáceis de detectar e corrigir. Um exemplo comum é não dar pesos diferentes para atividades diferentes. Nosso exemplo de help desk teria falhado este teste, mesmo que a taxa de resolução fosse a medida certa: todas as chamadas para o help desk foram contadas de forma igual, mesmo que resultassem em quantidades dramaticamente diferentes de tempo para resolução dos problemas.

O segundo problema é mais difícil de detectar. Foi o pecado cometido no caso do help desk. A taxa de resolução não era o elemento mais importante para medir. O tempo de trabalho do usuário gasto para resolver dificuldades técnicas é o que importa.

As empresas devem querer também que seus funcionários aproveitem ao máximo as ferramentas disponíveis para eles. É um outro objetivo muito importante e de difícil mensuração. O gerente de help desk reconhecia essa importância e instituiu programas nessa direção.

E aí chegamos na quarta e mais polêmica falácia métricas - ampliar as métricas para funcionários individuais. Por mais tentadora que seja, é quase sempre uma proposta perdedora, porque os empregados quase sempre descobrirão as formas como as métricas são aplicadas.

Métricas não importam se não forem associadas a maneiras de saber se a organização está ou não alcançando os objetivos mais importantes. Caso contrário, seus administradores estarão voando sem instrumentos. O desafio é medir direito, porque há coisas piores do que voar sem instrumentos. Entre elas, voar com base em instrumentos que permitem leituras falsas.

Olhar Digital: Facebook transforma usuários em números para facilitar identificação


O Facebook começou a testar um novo jeito de encontrar pessoas dentro da rede social, atribuindo números a cada usuário. O recurso foi visto pelo The Next Web e parece que está disponível a pouca gente.
Seria uma forma de substituir os números de telefone, que nem todo mundo compartilha pelo Facebook por temer problemas com privacidade.

O código concedido pela rede social tem oito dígitos e cada pessoa teria seu próprio número - o que não ocorre com os nomes, muitas vezes usado por vários internautas.

Se a novidade entrar em operação plena, ao invés de passar o número de telefone a quem acabou de conhecer, o usuário poderá informar o "número do Facebook" e ser adicionado na rede social. Mais ou menos o que acontecia na época em que o ICQ era o principal comunicador instantâneo da internet.

G1: Apple busca elevar vendas online ao cortar prazo para restituição




Empresa reduziu pela metade tempo para restituir clientes.

A Apple cortou pela metade o tempo que leva para restituir clientes da loja online que devolvem iPhones e outros aparelhos, um pequeno mas crucial passo para tentar conseguir que mais pessoas comprem diretamente pelo seu website.

O movimento representa uma grande despesa inicial por parte da Apple, mas poderá compensar no longo prazo se a empresa conseguir atrair clientes online de varejistas como a Amazon.com e Best Buy, dizem especialistas do setor.

De acordo com a empresa de pesquisa de varejo e de inteligência StellaService, os clientes que compram um produto da loja online da Apple podem obter um reembolso em menos de uma semana, ante 10 dias anteriormente.

A Apple está processando reembolsos a um ritmo mais rápido porque a empresa agora usa um serviço acelerado, FedEx 2Day, para permitir que os clientes retornem itens com etiquetas pré-pagas para o estoque em três dias.


Folha de S.Paulo:Executivo do Twitter vem ao Brasil ensinar melhores táticas para políticos

ALEXANDRE ARAGÃO

À frente do escritório do Twitter em Washington (EUA), Adam Sharp chefia uma equipe de 13 pessoas que tem como objetivo principal fazer com que políticos e ONGs aprendam a usar a ferramenta de maneira mais eficiente. Desde que assumiu o cargo, em novembro de 2010, ele visitou 11 países a fim de cumprir a mesma meta –nesta semana, veio ao Brasil.

Adam Sharp, executivo responsável pelo relacionamento
 do Twitter com o governo dos EUA
Durante três dias, Sharp falará a senadores, deputados e ao ministro Thomas Traumann, da Secretaria de Comunicação Social, para mostrar melhores práticas a serem usadas durante as campanhas. Ele recebeu a Folha para uma entrevista no escritório do Twitter em São Paulo.

Folha - Como candidatos que concorrem a cargos minoritários, que não são tão conhecidos quanto candidatos à Presidência, podem construir público no Twitter?

Adam Sharp - Em primeiro lugar, eu não daria tanta importância apenas à quantidade de seguidores, porque o candidato pode estar se relacionando com as pessoas certas. Frequentemente falamos sobre o Twitter como uma retorno à "política do varejo". A qualquer país que vou, percebo que a melhor maneira de uma figura política para ganhar um voto é a mesma em todos os lugares: é olhar no olho, cumprimentar e pedir o voto. Mesmo para cargos minoritários, são necessárias pessoas demais para que você se eleja. Por isso que nos últimos 100 anos os candidatos começaram a falar mais na televisão, no rádio e nos jornais. Os políticos se tornaram muito bons em passar suas mensagens, mas perderam a interação com os eleitores. É nisso que eu acredito que o Twitter traz de volta a noção de "política de varejo", mas em escala.

O sr. acredita que o Twitter pode ser melhor usado por políticos em países em que há divisão por distritos, como no Reino Unido, em que há uma ligação territorial bem definida entre representados e representantes?

Eu não diria que um arranjo é melhor que o outro, são apenas diferentes e requerem estratégias diferentes. Quando você possui um arranjo em que o representante é responsável por uma área definida, como um prefeito, então você tem uma comunidade constituída com quem ele quer se conectar. Isso ajuda a perceber de que problemas estão falando e qual em qual momento querem compartilhar. Há políticos nos EUA que dizem, por exemplo, que não respondem a tuítes de pessoas que não são de seus Estados.

Há outra estratégia, entretanto, quando o representante não é amarrado a um território, como alguém que representa todo o país mas não é, necessariamente, o presidente da República. Nesse caso, se torna um pouco mais desafiador porque você não tem uma comunidade geograficamente definida, mas, no lugar, tem uma comunidade construída ao redor de ideias.

É o caso, por exemplo, de ministros de Estado?

Exatamente. Eles são ativos em um tema em particular e estão construindo uma comunidade ao redor de um tópico ou área de interesse. O Twitter tem um uso mais poderoso nesse caso, porque quando há uma área delimitada, o candidato sabe quem es´ta tentando atingir. Provavelmente, o candidato já tem maneiras de atingir essas pessoas. Poderia demorar algum tempo, mas se o candidato precisasse colocar um panfleto na porta de cada pessoa na cidade, seria possível. Mas, se o candidato está tentando estabelecer uma conversa com todos que estão interessados em educação, em todo o país, é muito mais difícil de definir.

De volta à questão principal, eu não acho que uma candidatura estar ligada a uma área territorial ou não faz com que ela seja melhor, pior, mais fácil ou mais difícil. Mas, cada uma dessas candidaturas tem seus desafios e a campanha tende a fazer usos diferentes do Twitter.

No ano passado, Katie Harbath, diretora de políticas públicas do Facebook, veio ao Brasil para falar com congressistas e especulou-se que a visita fazia parte de uma estratégia de lobby a favor de alguns pontos do Marco Civil da Internet. O sr. acredita que o Twitter escolheu um momento mais propício para a sua visita, após a aprovação do Marco Civil e antes das eleições?

Como mencionei, eu não sou lobista do Twitter. O propósito da viagem é ajudar candidatos a fazer um uso inteligente da plataforma. Agora, com o ano da eleição, as coisas começam a esquentar, é um bom momento para ter a conversa. Por exemplo: no ano passado, estive pela primeira vez na Alemanha e na Austrália e as visitas foram entre cinco e seis meses antes das eleições. O mesmo ocorreu na minha primeira viagem ao Japão. Acredito que essa janela, de cinco ou seis meses antes das eleições, sempre é um ponto em que há excitação o suficiente tanto entre candidatos como na mídia para começar a pensar nessas questões. É por isso que estou aqui agora.

A foto de um político mais retuitada de todos os tempos é uma em que aparecem Barack Obama e sua esposa, Michelle...

Sim, e era o tuíte mais retuitado de todos os tempos até o Oscar deste ano [risos]. Nós temos uma pequena rivalidade entre nossas equipes. A minha teve o tuíte mais retuitado por um ano e meio, agora quem detém o título é o pessoal responsável por televisão. Mas nós vamos nos vingar [risos].

A campanha em 2016 vem aí...

Pois é [risos].

Mas, voltando à foto de Obama. Ela foi tuitada por Laura Olin, uma cientista política que fazia parte da campanha de Obama. Como as campanhas deveriam balancear o que os próprios candidatos escrevem e o que os membros da campanha escrevem?

O mais importante em uma conta de Twitter relacionada a um político é autenticidade. Nós fizemos pesquisas e descobrimos que uma das principais formas de prever se alguém vai retuitar um tuíte político é quando pensam que o próprio candidato escreveu.

Um bom exemplo é o do senador americano Chuck Grassley. Primeiro, vou contar um pouco sobre Grassley. Ele tem 80 e poucos anos e é um republicano conservador de Iowa. Um dia, ele tuitou: "Fred e eu atropelamos um cervo na rodovia 136. Assumimos que o cervo morreu". [Risos.] Todos têm a mesma reação. Foi um sucesso, o "Huffington Post" fez uma reportagem sobre isso, foi usado na CNN. Tenho um amigo que, por um mês, assinou todos os e-mails com "assumimos que o cervo morreu". Mas, apenas ao tuitar essa experiência cotidiana, dirigindo de volta da fazenda, ele falou sobre algo que era um problema local. E as pessoas começaram a responder a ele dizendo que a população de veados havia aumentado desde que a temporada de caça fora diminuída. E dizendo que a rodovia era pouco iluminada.

Então o senador começou a responder a essas pessoas, pelo Twitter, e então fez projetos de lei para aumentar a temporada de caça e para que a iluminação da rodovia fosse melhorada. O que é incrível é que seus tuítes seguintes não eram relacionados a esse assunto, nem eram engraçados e nem fizeram tanto sucesso. Mesmo assim, ao dialogar com a comunidade, os tuítes novos estavam tendo tantas respostas quanto o tuíte original. Às vezes ele escreve errado, ou tuíta piadas, mas as pessoas sabem que é ele mesmo. E então as pessoas prestam atenção, aquele minuto adicional.

Mas quando a vida real se impõe, e às vezes o candidato não pode tuitar ele mesmo. Diferentes campanhas e candidatos encontram o melhor equilíbrio para isso. Mas acho que a resposta é sempre encontrar esse tom de autenticidade. Naquele tuíte do Obama, por exemplo, provavelmente não há nada mais autêntico do que a emoção genuína daquela foto. O fato de ter sido postada por um membro da campanha não era importante. Outro ponto importante era que a campanha foi bastante transparente sobre o que era escrito pelo presidente e o que era escrito por seus assessores. Então, nunca havia a sensação de que os seguidores estavam sendo enganados.

O pai do sr., Roger Sharp, foi um importante jornalista político de televisão entre os anos 1950 e 80. O sr. acredita que, naquela época, era mais fácil para um candidato emplacar seu discurso utilizando apenas a televisão?

Acho que quando olhamos para o período entre os anos 1960 e 80 foi provavelmente o auge do mecanismo de "broadcast only", em que os candidatos privilegiavam rádio e televisão. Na virada do século [19 para o 20], ainda havia espaços em que as pessoas podiam interagir. Um presidente dos EUA -acho que foi William Henry Harrison [presidente dos EUA em 1841]- que tocou toda a sua campanha sem nunca sair de casa. Ele sentou na varanda e disse: "Qualquer um que quiser falar comigo, pode vir até aqui". [Risos.] Isso se provou não ser viável por muito mais tempo. Nos anos 1970 e 80 passamos pelo pico da televisão ditando as campanhas, com entrevistas no rádio etc. Mas, com esses mecanismos, os candidatos perdem muito do feedback dos eleitores. Então, era mais fácil distribuir a mensagem, mas era mais difícil saber o que estavam achando dela. Candidatar-se ainda é mais fácil quando há um diálogo com os eleitores.

Na edição mais recente da revista "Politico" há uma enquete entre repórteres que cobrem a Casa Branca. Um dos entrevistados, Mark Smith, da Associated Press, respondeu que a melhor forma de conseguir informação da Casa Branca é "tuitar algo com o qual eles não concordam". O sr. acredita que políticos tendem a ser mais sinceros no Twitter?

Vou usar um exemplo da comédia e então retorno à política. Quando o apresentador Conan O'Brien foi indicado para o Tonight Show, ele ficou poucos meses, a audiência era ruim e logo voltaram para o Jay Leno. Depois disso, o contrato dele o proibia de ter um programa de televisão, atuar em filmes, ter um canal no YouTube e de escrever um livro, mas não o proibia de tuitar. Ele entrou no Twitter e, meses depois, disse que o Twitter tinha o transformado num comediante melhor. Porque com a restrição de tamanho, ele tinha que escrever e reescrever uma piada até ficar perfeito.

De volta à política. Durante um debate, ou em um discurso, é necessário tirar todo o excesso de fala apenas para chegar à essência da mensagem política. O Twitter força as pessoas a serem diretas e, assim, terem mais clareza de discurso. Ari Fleischer, que foi secretário de comunicação durante o primeiro mandato de George W. Bush, diz que a melhor maneira de escrever um discurso é tuitar as melhores frases e ver como as pessoas reagem. Elas retuítam? Porque se não funciona no Twitter, não vai funcionar no discurso. Mas se é uma frase que tem muita interação no Twitter, você coloca no discurso.